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O conflito hotéis X decolar.com

 

Artigo de João Vissirini*

Causou surpresa o comportamento da decolar.com que, sem muitas explicações, aumentou em mais de 80% o comissionamento exigido pelos seus serviços. Porém, a surpresa foi causada não pela decisão ou pelo valor indecente, mas pelo momento inoportuno. Em pleno auge da crise econômica com a demanda reduzida, custos de serviços públicos em alarmante aumento, consequente aumento nos insumos, é um sério agravante nos custos gerais do setor hoteleiro e amplia a crise que o setor já vive com o fechamento de hotéis que foram ícones em seus destinos e pela quantidade assustadora de fechamentos nos últimos meses.

Mas foi só este o motivo da surpresa porque, no mais, no mundo dos negócios cada um age da maneira que considera mais correta para a sobrevivência do seu negócio. Note que aqui não estamos tratando de empresa com reserva de mercado ou único fornecedor, é uma empresa privada, global, compra quem quer e, quem não quer ou não concorda com os termos, não compra, fim do conflito.

A raiz desta questão e da forma como foi conduzida é muito mais profunda e tem duas outras motivações. A primeira é que as entidades não representam mais do que 10% do setor no Brasil e as suas decisões, portanto, não representam a maioria. Isto não quer dizer que as decisões sejam equivocadas, ao contrário, mas é sintomático na falta de força e de legitimidade e o que é pior: seus eventuais oponentes sabem disto.

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A segunda é que o setor é passivo, está sempre buscando uma solução simples, com isto criamos e alimentamos o monstro e agora ele, muito forte, nos morde. Não há nenhuma novidade, nós estamos repetindo um padrão e o mesmo erro de sempre, fizemos a mesma coisa com as grandes agências de viagem, operadores, organizadores de eventos, consolidadores e brookers nos últimos 40 anos e não aprendemos. Repetimos o mesmo erro que é: nós não fazemos a lição de casa que é a nossa parte, deixamos sempre para que outros façam e quando eles nos mordem o pé nós apenas gritamos, como estamos fazendo agora.

É hora de a hotelaria acordar, unir-se nas entidades para fortalecê-las para as novas demandas e novos monstros que virão, inevitavelmente. Mas acima de tudo para que iniciemos a mudança de passivo para ativo, mesmo que tardio, que é o caminho da independência na venda direta de nossos apartamentos, para que nós sejamos o nosso principal canal de distribuição.

As ferramentas estão aí, novas tecnologias, e-commerce, mídias sociais, canais de buscas, inteligência competitiva, gerenciamento estratégico de canais, gerenciamento do custo comercial médio, marketing digital, SEO, SEM, gerenciamento do mercado, da concorrência, etc. Tem saída sim, será dura e trabalhosa, mas há empresas de consultoria especializadas nesta transição para o novo e para o seu futuro, e para que este conflito não se repita mais recomendamos que ajam imediatamente.

*João Vissirini – Diretor da VR Hotéis – Visibilidade e Resultados Extremos para Hotéis

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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