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Nós estamos preparados para a recessão global?

Artigo de Mario Cezar Nogales*

Desconsidere todos os “ismos” que a mídia propaga, apague tudo o que você acha que já sabe ou já sabia sobre o presidente e o ex-presidente, a partir deste ponto analise comigo o seguinte: Entra governo, sai governo e o que sabemos de fato é que as decisões nacionais e o fluxo de dinheiro mudam de mão, os que perdem choram o tempo todo, os que ganham reclamam o tempo todo e a mídia sempre nos colocando o nós contra eles.

Em minha história de vida houve três recessões que impactaram forte no mercado hoteleiro: a primeira foi quando da implantação selvagem dos flats que não tinham regulamentação e não operavam fiscalmente como hotéis o que levou as taxas de ocupação por um período a patamares de 30% anual, a segunda foi o 11 de setembro que fechou os aeroportos americanos por um curto período de tempo e várias reservas foram cancelados e esta última que está fresca na memória de todos, o que apelidei de “o fica em casa”. (se lembrarem de alguma outra me lembrem, por favor).

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Independente de qualquer argumentação, somos pagadores de impostos (caros) e o que sempre faço é o mergulhar em analises frias e cálculos realistas para que possamos ter um vislumbre do que podemos prognosticar e esperar do mercado. Fato é que nunca recebemos auxilio de nenhum governante e a hotelaria sempre andou sozinha, fora os idos da história hoteleira, lá no começo da hotelaria profissional em terras tupiniquins, nunca houve na história um Mtur que de fato olhasse para a grande força que o Brasil tem neste quesito.

Sou da época das “Diretas Já” e não aderi aos “caras pintadas”, estava, na época, servindo no exército, comecei na hotelaria em 1991 e é a partir desta data que comecei a enxergar melhor o tal do Ministério do Turismo (Mtur). Acredito que todos perceberam que o cargo de ministro do turismo desde 1991 sempre foi ocupado por algum político que desconhecia o que é turismo e sempre nos pareceu que este cargo era apenas uma ocupação para distribuição de apadrinhados. Mesmo no início do governo atual, o ministro que lá ocupou também tinha as mesmas características dos anteriores (e olha que eu mesmo já fui processado por um ministro do turismo na época da Copa no Brasil por conta de um artigo que escrevi aqui para a Revista Hotéis).

O que eu particularmente presenciei nas andanças do Ministério do Turismo desde 1991… Algumas lambanças como o focar somente nas praias do Rio de Janeiro, com alguma pitada em Manaus e relevando totalmente o resto do País o que nos deu a imagem de que todos aqui somos indígenas ou andamos pelados nas praias com foco no sexo, drogas e rock&roll.

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Presenciei a implantação de uma tentativa de controle maior ainda das empresas hoteleiras quando houve a implantação de NBRs para funções e cargos dentro da hotelaria, logo em seguida a formação de uma espécie de “gestapo” à solicitação do ministro na época que mesclava o ministério público, polícia federal, agencia de vigilância sanitária e receita federal junto com o Mtur para fiscalizar os preços dos hotéis na época da Copa no Brasil (agora alguns devem lembrar do porque fui processado, rs). Sempre que precisávamos de informações para analises e projeções em nível nacional era impossível obter algum dado, mesmo que solicitado ao Mtur, ou seja, até uma certa época o Mtur e nada para o setor dava no mesmo.

Vejamos agora o atual ministro, que eu particularmente me divirto muito, este personagem pegou o fio da meada, afinal de contas o Mtur sem desenvolver a infraestrutura não serve de nada, e o que este ministro anda fazendo é de fato efetuar aquilo para o que foi contratado, está realizando a infra para que o turismo e a hotelaria se desenvolva, eu particularmente, como já disse, não vi em nenhum outro governo este tipo de trabalho no Mtur e em outros ministérios.

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Agora, com esta explanação, vamos a tal recessão global que está na porta, será que vai nos subjugar? Com os dados que temos, divulgados inclusive pelo Mtur (coisa rara em governos anteriores) o Brasil é a bola da vez, já avisei aqui e acolá, nos próximos dez anos o Brasil prospera (em se mantendo as políticas atuais, se for ou outro… xiiii) e podemos esperar uma grande melhora nos negócios hoteleiros pois, como já escrevi aqui em artigos recentes, não houve a fuga de marcas internacionais, houve a entrada de outras marcas no país, há estudos de implantação sendo realizados no momento para grandes estruturas hoteleiras de todos os tipos e todos os hoteleiros “raiz” sabem, em crise os negócios hoteleiros prosperam, pois as empresas focam em dois pontos: produzir e vender e para vender precisam viajar e se hospedar.

A não ser que a fumaça de crise contenha uma invasão de um exército estrangeiro em terras tupiniquins, o negócio hoteleiro verá RevPAR nunca antes visto e se o ex-presidente assumir, bom, vamos apanhar um pouco, talvez sejamos estatizados, dai não dá pra saber para onde vamos (a não ser virar revolucionários).

Quer entender melhor o negócio hoteleiro?

*Mario Cezar Nogales é consultor especializado em hotelaria e conta com experiência no ramo desde 1989, sendo autor de sete livros técnicos em hotelaria, acesse: www.snhotelaria.com.br

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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