Multipropriedade se consolida cada vez mais no Brasil

O principal modelo de construção de novos hotéis atrai cada vez mais investidores, mas os ‘aventureiros’ que entram nesse segmento preocupa

Devido à escassez de linhas de financiamento para hotéis no Brasil, a multipropriedade ocupa cada vez mais o papel de protagonista no segmento. Mesmo na pandemia, o número de novos destinos cresceu, assim como o VGV – Valor Geral de Vendas. Por ser um segmento relativamente novo, mas muito lucrativo e mesmo tendo um bom arcabouço jurídico, ainda existe o temor da entrada de aventureiros, pois o VGV é alto e a margem de lucro significativa. Uma mesma unidade habitacional hoteleira que dificilmente alcançaria um valor de R$ 500 mil no modelo condo hotel, pode ser vendida por no mínimo quatro vezes esse valor, pois o investimento é diluído para 52 investidores que usufruirão pelo período de uma semana. Ou caso não queira, o investidor pode repassar ao pool, receber pelo período ou mesmo intercambiar para passar essa semana em outros destinos.

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Disciplinar um negócio com essa dimensão que ainda não está consolidado, utilizando boas práticas é sempre uma preocupação. “Infelizmente, ainda não há uma consolidação no setor, principalmente porque muitas pessoas ainda não seguem as boas práticas. Tanto é que a ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil está desenvolvendo um manual de melhores práticas para a comercialização de multipropriedade, timeshare e outros produtos de turismo compartilhado. Essa é uma das formas de alertar os ‘aventureiros’ que entram nesse segmento, e muitas vezes agem por ingenuidade ou falta de informação. Eles acreditam que vão conseguir executar o projeto, mas acabam se deparando com a realidade apenas na hora da venda e percebem o tamanho do buraco em que se meteram. Mas o maior risco vem dos empreendedores de má-fé. Esses, sim, preocupam. São pessoas que sabem exatamente o que estão fazendo e se utilizam de artifícios escusos e desonestos para vender. Infelizmente, eles existem, e o fazem justamente porque os lucros são muito altos. Isso acontece em qualquer setor, mas no nosso é especialmente sensível. Um exemplo grave é a venda sem incorporação imobiliária, isso é crime, e quem faz isso deveria estar sujeito à cadeia. É algo que preocupa, sim, porque ainda há muita gente atuando de forma desonesta”, alerta o Consultor Caio Calfat, Presidente do Conselho da ADIT Brasil.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 34 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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