Multipropriedade consolida presença no País mesmo na pandemia

O número de novos empreendimentos de multipropriedade no Brasil cresceu de 109 em 2020 para 128 em 2021 e já ultrapassou R$ 28 bilhões em VGV

O ano de 2021 continuou sendo muito desafiador para a hotelaria nacional em razão da pandemia da COVID-19, mas uma modalidade de negócios não tem o que reclamar. Trata-se da multipropriedade que consolida cada vez mais presença no Brasil, sendo a principal linha de crédito para se construir novos hotéis. O VGV – Valor Geral de Vendas já atingiu R$ 28,3 bilhões, contra R$ 24,1 bilhões em 2020, um crescimento de cerca de 17%. Os projetos passaram de 109 em 2020 para 128 em 2021, segundo pesquisa da Caio Calfat Real Estate Consulting. Esse modelo de negócio é inspirado no fractional norte-americano que consiste em vender um apartamento para vários donos. Numa conta simples e hipotética, se um apartamento vale R$ 500 mil e fica difícil encontrar um único comprador (como no modelo condo hotel), divide ele em dez compradores e R$ 50 mil em investimento para cada um fica mais fácil a venda. Os investidores podem usufruir da hospedagem por um certo período no ano (geralmente é de uma semana) e nos demais, o apartamento fica no pool de locação rendendo rentabilidade. Caso o investidor não queira usar esse período do ano, ele pode intercambiar e usar em outros locais no Brasil e em várias partes do mundo. E o fato de ter uma escritura dessa porcentagem do apartamento lavrada em escritura no cartório, caiu no gosto do brasileiro. “Isso mostra a pujança do mercado e o crescimento apesar das duas crises (a primeira em 2015 a 2018 e a segunda relacionada a pandemia). E dentro da crise da pandemia, pelo menos quatro a seis meses de estandes fechados, com as empresas se virando para vender pela internet. E mesmo depois que os estandes abriram, com as limitações de viagens pelo País, então, os compradores presenciais naquele segundo semestre do ano passado, ou terceiro trimestre do ano passado, foram de carro comprar, pois não haviam voos. Foi um período atípico e mesmo assim, o setor cresceu”, destaca o Consultor Caio Calfat.

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Crescimento em 68 regiões no Brasil

Uma das hipóteses desse crescimento da multipropriedade na contramão da pandemia da COVID-19, na opinião de Calfat pode estar ligada ao crescimento em todo o setor imobiliário em virtude da baixa dos juros da taxa Selic. Mas para ele, a multipropriedade não é agente chave para investimento, normalmente se compra para uso. “Então esse foi um fenômeno muito interessante que aconteceu, apesar do crescimento do setor imobiliário e da busca de compra de imóvel, que saiu do mercado de capitais e entrou no mercado imobiliário, esses investidores foram atrás preferencialmente de empreendimentos de renda. Escritórios para locação e mesmo apartamentos para locação. E não apartamentos de férias, muito menos fracionado, com vários outros proprietários. Trata-se de um fenômeno interessante”, revelou Calfat.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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