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Missões – “A Bola da Vez”

Artigo de José Roberto de Oliveira

Previsão de cerca de R$ 140.000.000,00 para grandes obras e ações no turismo tornam a região das Missões do lado brasileiro uma das mais observadas do País, tanto pela atividade privada, como pelo setor público municipal, estadual e federal. O financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor entre 20 e 30 milhões de Dólares e a obra de internacionalização do Aeroporto Regional Sepé Tiaraju com valor de R$ 48 milhões, em um momento de tantas dificuldades da pátria, tornam a região das Missões uma das únicas do País a estar cortejando com valores tão expressivos.

Anos de construção de relacionamento entre os países do MERCOSUL, especialmente na área fronteiriça, onde estão os 30 Povos Missioneiros, hoje chamados de Nação Missioneira, fizeram que instrumentos internacionais de formação do desenvolvimento se interessassem pelo processo histórico e cultural que se iniciou na passagem do primeiro século da chegada europeia, com a cristianização dos nativos desta ampla área.

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Padres Jesuítas de vertente espanhola e índios da Nação Guarani construíram uma verdadeira “terra sem males”. O projeto foi constituído pelos padres e nativos a partir das utopias de Morus, Bacon e Campanella. Foi chamada de ‘a mais original das sociedades já realizadas’. Considerada como uma das experiências mais extraordinárias e modelo sem precedentes de sociedade cristã, foi reconhecida como a “realização ideal do cristianismo”.

Voltaire afirmou que o projeto Jesuítico-Guarani foi um “triunfo da humanidade”. Montesquieu chamou de “primeiro estado industrial da América”. O filósofo Rayal escreveu que o mundo novo que estamos procurando realizar não pode menosprezar a lição fornecida. Vergílio Périus defende as ideias do estudioso Rafael Carbonell de Masy, de que é chegada a hora de resgatar a verdade sobre a origem da primeira cooperativa no mundo, surgida em 1627, nas Reduções Jesuítico-Guarani.

O sítio arqueológico de São Miguel é o único Patrimônio Cultural da Humanidade do Sul do Brasil. Têm-se três outros patrimônios nacionais: São João Batista, São Lourenço e São Nicolau. Cidades históricas como Santo Ângelo, São Luiz e São Borja. Lugares Santos como Caaró e Assunção do Ijuí – locais da morte de três Santos da Igreja, além de um conjunto de cidades de formação europeia do início do século passado.

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Todo este encantamento patrimonial, histórico e cultural foi recontado neste último quarto de século. Havia sido silenciado anteriormente. Agora, fez com que os governos através de suas representações técnicas e políticas observassem a obviedade de que este é o único projeto integrado dentro da área do turismo do mercado comum do sul.

Resultado desta movimentação toda será a promoção da marca Missões, realização de obras necessárias como acessos asfálticos, centros de informação e interpretação, conexões físicas entre os países e outros temas que vinham sendo aguardados regionalmente e pelos municípios.

Com toda esta movimentação a Região espera a vinda de investidores privados externos e internos, pois tradicionalmente atrás de grandes financiamentos públicos veem os empreendedores com suas capacidades de gerar novas riquezas.

José Roberto de Oliveira é Pesquisador e Mestre em Desenvolvimento

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