Mailson da Nóbrega fala sobre perspectivas econômicas no FNH
Ex-Ministro da Fazenda abriu o ciclo de palestras do VI Fórum Nacional de Hotelaria
O VI Fórum Nacional de Hotelaria, realizado pelo FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil nesta segunda-feira, dia 16 de setembro, no Rosewood São Paulo, teve como primeiro convidado Mailson da Nóbrega, Ex-Ministro da Fazenda. Ele apresentou a palestra “Perspectivas da Economia Brasileira” que terminou agora há pouco.
Mailson começou sua apresentação dividindo-a em duas partes, a primeira, ele disse, é um alerta. “O Brasil pode estar diante de uma grande crise. A segunda parte é que o País está mais preparado do que nunca para navegar nessa crise e sair muito melhor”, ressaltou.
Segundo o economista, o Brasil se tornou uma economia de baixo crescimento, e hoje nos contentamos com um avanço de 2% da economia. “A produtividade é o principal fator de crescimento de um país. Hoje, nosso único setor que ganha produtividade é a agropecuária. A solução para isso passa pela Reforma Tributária, que é a maior fonte de ganhos de produtiviade, assim como a rigidez orçamentária”, informou.
O Sócio da Tendências Consultoria ainda falou que a situação fiscal brasileira não tem paralelo no mundo e que 96% das despesas primárias da União vêm de seis itens: Previdência, pessoal, educação, saúde, gastos sociais e investimentos.
Para ele, o novo arcabouço fiscal tende a enfrentar inviabilidade semelhante ao vivido pelo teto de gastos. “O dinheiro de investimento e custeio vêm da mesma fonte. Sem atacar o gasto obrigatório, teremos encontro marcado com uma crise da dívida pública, seguida de crise financeira”, alertou.
Mailson da Nóbrega também citou um professor americano de economia dos anos 1930, durante a chamada Grande Depressão, quando foi perguntado sobre como uma crise financeira evolui: primeiro, ela vem vagarosamente, depois de repente e colapsa tudo. “As possíveis consequências da crise financeira são a Dominância Fiscal e o Momento Minsky – economista americano que estudou as crises financeiras e políticas no mundo – quando a bolha especulativa é furada”, disse.
Para finalizar, ele apontou os principais indicadores macroeconômicos para os próximos quatro anos. “Vamos crescer em uma média inferior a 2% até 2027, mas a taxa de desemprego é relativamente baixa para os padrôes brasileiros”, concluiu.