IV Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes debateu situação econômica
Teve início agora pouco o IV Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes 2020. Desde sua criação, o FBHI visa aprimorar e desenvolver o setor hoteleiro, através de debates e discussões com o objetivo de apresentar alternativas e soluções aos hoteleiros, de tal forma a criarem e manterem vantagens competitivas, incrementando rentabilidade e valorização patrimonial aos hotéis. O projeto foi idealizado por Roberto Bertino, Fundador e Presidente do Grupo Nobile.
O primeiro painel no IV Fórum Brasileiro deste dia de palestra trouxa um panorama econômico e financeiro do Brasil no pós pandemia e seus impactos na retomada do setor hoteleiro. Entre os palestrantes estava, Peter Kronstrom, Fundador do Future Lounge e Head of Copenhagem Institute for Futures Studies Latin America, Membro do Conselho Consultivo do Consulado Geral da Dinamarca e do Centro de Inovação Dinamarquês em São Paulo, Leandro Benincá, que atua como Educador financeiro e Messem Investimentos, além de Michel Otero, Diretor de Novos Negócios Hotel Shop – Plataforma de Compras, que mediu o bate-papo do IV Fórum Brasileiro.
Iniciando a conversa, Peter Kronstrom, Fundador do Future Lounge e Head of Copenhagem Institute for Futures Studies Latin America, Membro do Conselho Consultivo do Consulado Geral da Dinamarca e do Centro de Inovação Dinamarquês em São Paulo, comentou sobre este momento que passamos por conta da pandemia. “Eu passei cinco meses em quarente em São Paulo. Que momento assustador para nós. Essa análise nossa, sempre falamos de estudos futuros, e dizemos que ele não existe, o que existe são possíveis futuros. Nada está escrito, é o que eu sempre falo: Se eu sou futurólogo, e adivinho o futuro, eu podia ver o que aconteceria no futuro, e não estaríamos aqui, já estaria numa ilha. A nossa abordagem é isso, que tudo pode acontecer, e na palma de nossa mão podemos criar o futuro que queremos. A gente fala que no futuro temos otimismo, principalmente falando da retomada da economia. No dia a dia que a COVID-19 mudou completo nossa realidade, e poucas pessoas esperava. Nós sabemos pouco sobre nossa sociedade, e esse momento é visto como luxo para futurista significa que tudo está forçado a repensar nosso futuro. Isso vemos como grande cenário de inovação. O futuro vai revelar grandes coisas para nós”, comenta.
Leandro Benincá, Educador financeiro e Messem Investimentos, foi questionado pelo mediador Michel Otero, sobre a recuperação da economia no mercado atual no Brasil. “Eu queria começar dizendo que o brasileiro vai gastar até o último centavo que cair em suas mãos. Todos que estão me assistindo, de hotelaria ou não, o brasileiro vai gastar. Seja das classes mais baixas ou altas, gostamos de gastar. Existe o assunto de 1 bilhão de investimentos na hotelaria… mas sabemos que você que tem uma pousa ou hotel, sabemos que é difícil chegar. Geralmente esse valor fica nas grandes companhias. Mas a questão a se pensar é a seguinte: esse empresário que não chega para você, as vezes tem um pouquinho de culpa sua mesma. Assim como análise de crédito do score para pessoas físicas, no caso do Serasa, a pessoa jurídica precisa se preocupar com isso também, e não é nossa cultura se preocupar com isso. Precisamos pensar nisso como empresários. É que nem comprar guarda-chuva: compramos antes de chover. O primeiro aprendizado crise é esse, precisamos ter esse crédito disponível mesmo antes da crise”, atenta.
Peter Kronstrom também opinou no IV Fórum Brasileiro sobre o setor econômico no meio do turismo. “O que estamos vemos na europa e também no Brasil é o foco no turismo local, e isso é uma baita oportunidade. Todo mundo está meio com medo de viajar para o exterior, então o turismo mais local ganha força. Junto com foco em saúde, estamos vendo uma mudança intensa no consumo. Se olharmos as tendências, se olharmos onde estão os valores de nossa sociedade, antes o valor estava em primeiro lugar, hoje é a experiência, a transformação. Estamos falando que o novo luxo a partir de agora está cada vez menos apenas a valores, e sim criar novas experiências e novos mundos. O nosso recado é esse: não fazer só o que o mundo está fazendo, mas sim fazer algo que deixe seu negócio autêntico”, afirma.
Leandro Benincá comentou pela última vez no IV Fórum Brasileiro sobre as mudanças e o reflexo cultural na sociedade após a Pandemia. “Eu acho que não estamos imunes a uma nova onda de coronavírus. O problema, e tirando pelo lado econômico, é que as pessoas perderam o medo. Podemos ter uma nova onda, e isso será um problema só de saúde e não econômico porque as pessoas estão de saco cheio. Mas nós passamos por uma revolução cultura. Em 1994, por exemplo, mudamos de moeda. E uma coisa pouca gente notou: nas plantas de aparamento de anos antes, tinha duas coisas: dispensa, aquele quartinho de comida, e um espaço para colocar freezer. E porque tínhamos isso? Por conta da inflação, tínhamos um aumento de preço da manhã para tarde, estão tínhamos que ter estoque de coisas. Depois disso, era mais caro ter um apartamento maior do que você ir ao mercado sempre. Depois do plano real, as coisas mudaram, a venda de freezer caiu. Agora o que estamos notando? Pessoas trabalhando em casa. Precisamos de mais espaços”, finaliza.
