Entrevista

InterCity Hotéis fortalece crescimento focado em resultados

A rede de Hotéis InterCity possui 19 hotéis espalhados entre Brasil e Uruguai e com previsão de inauguração de mais 12 unidades nos próximos anos. No comando da rede, está o executivo Alexandre Gehlen (foto), que analisa nesta entrevista como está o mercado de investimentos da hotelaria nacional, além de destacar importantes nichos de mercado, como a Rota do Petróleo do Pré-Sal. A superoferta hoteleira que poderá acontecer em capitais como Belo Horizonte, Manaus e Cuiabá, onde a InterCity possui empreendimentos em construção, é uma tema que é analisado por Gehlen nesta entrevista. 

Ele revela também que no primeiro semestre deste ano a receita da InterCity cresceu  33,8% em relação ao mesmo período de 2011, enquanto o setor cresceu a uma média de 15%. Com isto, a InterCity espera fechar o ano de 2012 com um faturamento próximo dos R$ 130 milhões. Isto dá fôlego para que possa acelerar o plano de expansão internacional e contemplar os países sulamericanos como a Argentina e o Chile. 

 

Revista Hotéis —  Como você está analisando o atual momento que passa o segmento hoteleiro no Brasil? O momento é de investir, existe carência de meios de hospedagens ou poderá haver excesso de ofertas em determinados locais?

Alexandre Gehlen — O momento atual dos hotéis de negócios no Brasil é muito bom. Houve uma recuperação consistente dos resultados do setor durante os últimos anos e hoje o investidor sente-se remunerado pelos investimentos feitos. Isso evidentemente estimula novos investimentos e, de fato, há muitos mercados em que se constata a carência de oferta. Para que se evite a repetição do excesso de oferta ocorrido há 10 anos, é preciso estudar bem os mercados antes dos novos investimentos e isso felizmente está ocorrendo na ampla maioria dos casos. 

 

Revista Hotéis —  Vários estudos de mercado apontam que em Belo Horizonte e Manaus poderá ter uma superoferta de leitos hoteleiros em razão dos novos investimentos previstos. A InterCity possui empreendimentos sendo construídos nestas duas cidades. Como você analisa esta situação? Isto pode de alguma maneira afetar a performance inicialmente prevista para estes dois novos hotéis?

Alexandre Gehlen — De fato, estas duas cidades, às quais eu também incluiria Cuiabá, estão recebendo novos hotéis. Todas são cidades muito pujantes, com grande atividade econômica e fluxo de viajantes a negócios e lazer. Por termos esta característica, acreditamos muito que são mercados com boa capacidade de absorver esta nova oferta. Serão novos hotéis com boa estrutura e serviços qualificados. Havendo eventual excesso de oferta, sofrerão os hotéis desatualizados. Estes perderão mercado para hotéis como o InterCity.

 

Revista Hotéis —  Tem muitas administradoras apostando na Rota do Petróleo do Pré-sal como um novo nicho de mercado para se implantar hotéis no Brasil. A InterCity pretende entrar neste nicho de mercado ou aposta em um outro?

Alexandre Gehlen — Sim, é um polo importante de desenvolvimento do país, em especial do Rio de Janeiro. Estes municípios da rota do petróleo, a exceção de Macaé, não dispunham até recentemente de hotéis modernos. Nós na InterCity estamos avançando com parceiros na construção do InterCity Express em Itaboraí. Teresópolis, embora não diretamente na rota do petróleo, também terá um InterCity Express. Temos outros negócios na região, que serão divulgados em breve. 

 

Revista Hotéis —  Como a rede InterCity de Hotéis está posicionada hoje no mercado e quais os planos de crescimento para os próximos anos? Daria para estimar o montante de recursos que estes empreendimentos deverão consumir? Todos serão captados no mercado de investidores?

Alexandre Gehlen  — Atualmente estamos presentes em 12 cidades brasileiras e em Montevidéu (Uruguai), com um total de 19 hotéis em operação, e planejamos pular de 2 mil para 6 mil quartos até 2015. O faturamento avançou de R$ 78 milhões em 2010 para R$ 97 milhões no ano passado e deve terminar 2012 próximo dos R$ 130 milhões. No primeiro semestre deste ano, a receita cresceu 33,8% em relação ao mesmo período de 2011. Enquanto o setor cresce a uma média de 15%, a InterCity tem acumulado saltos de 30%. A Rede fechou o primeiro semestre de 2012 com um aumento de 33,8% de faturamento em relação ao mesmo período de 2011.A expansão da Rede deverá ocorrer preferencialmente via gestão de empreendimentos de terceiros. A InterCity, contudo, não descarta a possibilidade de também construir um novo hotel próprio. 

 

Revista Hotéis —  O que difere a InterCity das demais operadoras que atuam no segmento hoteleiro e na sua opinião o que faz com que os investidores confiem seus recursos a InterCity para administrar?

Alexandre Gehlen  — Os alicerces para o sucesso estão no modelo de gestão diferenciado e no respeito ao gosto dos clientes. A tecnologia também exerce papel importante. A InterCity utiliza um sistema online de orçamento e contabilidade, que permite maior transparência aos acionistas sobre a aplicação dos recursos, além de possibilitar a prestação de contas nos primeiros dias do mês. Com os diferenciais de serviços inteligentes free, atendemos exatamente a necessidade de quem viaja a negócios, e por isso temos conquistado respeito e liderança nos mercados em que atuamos. Ao administrar nossos hotéis, fazemos uso da capacidade de gestão centralizada em uma única plataforma, gerando otimização dos processos e maior rentabilidade para os hotéis. De perfil inovador, a InterCity é pioneira em oferecer redução de custos operacionais ao compartilhar a gestão administrativa e comercial entre todos seus hotéis. Desta forma, garantimos uma relação transparente e de maior rendimento para os investidores. Somos também pioneiros no desenvolvimento de ferramentas comerciais que aproximam nossos clientes e otimizam vendas.

 

Revista Hotéis —  Quais são os hotéis que a rede InterCity possui de recursos próprios? Isto faz a diferença na hora de convencer um investidor? Vocês pretendem investir recursos próprios em algum outro hotel ou o modelo de crescimento da Rede será o de administração de terceiros?

Alexandre Gehlen — A Rede InterCity de Hotéis nasceu como uma empresa de hotéis próprios, tendo feito um grande investimento em seus empreendimentos e ferramentas inteligentes de gestão. O sucesso dessa operação inicial nos levou a colocar a expertise e pioneirismo à disposição de investidores hoteleiros que queriam usufruir dos benefícios do nosso modelo de negócio. Hoje, o fruto do nosso trabalho é o forte reconhecimento do mercado e excelente desempenho dos hotéis InterCity. Além dos hotéis de terceiros que administramos, possuímos cinco hotéis próprios:  InterCity Premium Gravataí, inaugurado em 1999; InterCity Express Porto Alegre, inaugurado em 2000; InterCity Premium Caxias do Sul e hotel InterCity Premium Florianópolis, inaugurados em 2002 e Bavária Sport Hotel, que ingressou na rede em 2003.

 

Revista Hotéis —  Várias administradoras hoteleiras no Brasil estão adotando o modelo de franquia para expandir seu crescimento nos próximos anos no Brasil. Como você analisa este modelo de administração? Vocês pretendem investir no modelo de franquias?

Alexandre Gehlen  — O modelo de franquia é muito usual no mercado americano, mas ainda novo no Brasil. No momento não dispomos deste modelo de negócio na InterCity, mas não o descartamos para o futuro. 

Revista Hotéis —  Recentemente a InterCity estreou no mercado internacional com a entrada em operação da unidade de Montevideo, no Uruguai. Como está o resultado desta operação? Ela motiva a acelerar a expansão e internacionalizar da marca? Quais os destinos internacionais interessam a InterCity?

Alexandre Gehlen — Ficamos muito felizes com esta parceria. Fomos procurados por investidores uruguaios que entendiam que uma marca brasileira em seu hotel iria diferenciá-los no mercado e se tornar uma vantagem competitiva. O tempo está mostrando que eles tinham razão. O hotel está performando bem e com muitos brasileiros como hóspedes. Temos interesse em expandir para a Argentina e Chile, principalmente, mas não estamos dando a esse tema a prioridade que talvez merecesse. As oportunidades de novos negócios no Brasil estão tomando o nosso foco no momento. 

 

Revista Hotéis —  A atuação da InterCity é segmentada em hotéis de negócios. Este será o foco nos próximos anos ou pretendem criar outras bandeiras ou mesmo atuar em outras categorias, como o luxo ou o lazer?

Alexandre Gehlen — Temos isso bastante resolvido em nossa empresa. Somos uma empresa de hotéis urbanos, voltados principalmente ao viajante de negócios. Não estamos planejando atuação para o mercado de luxo ou de lazer. 

 

Revista Hotéis —  A InterCity administra várias unidades na cidade de São Paulo que possui uma demanda reprimida e exige novos hotéis, mas os terrenos são caros e muitas vezes inviabiliza a operação. Como você analisa esta questão? O condo-hotel seria a solução para se viabilizar novos hotéis na cidade de São Paulo? A InterCity opera nesta modalidade?

Alexandre Gehlen  — De fato, a cidade de São Paulo comportaria mais alguns hotéis como nos nossos InterCity. Não está fácil para ninguém, entretanto, desenvolver esses hotéis. Isso ocorre por uma série de fatores, sendo o preço dos terrenos um desses fatores. Temos também os coeficentes de aproveitamento dos terrenos bastante restritivos para a hotelaria. O condo-hotel é uma boa solução de mercado que tem viabilizado novos produtos em diversos locais do Brasil e poderia muito bem ser aplicada também em São Paulo. Temos diversos produtos neste formato entre os InterCity. 

 

Revista Hotéis —  Você já jogou vôlei de forma profissional. O que é mais fácil, agüentar a pressão da torcida adversária ou dos investidores em busca de resultados?

Alexandre Gehlen — São pressões semelhantes! Quando estamos defendendo um time, precisamos estar treinados, focados e jogando por um objetivo comum: a vitória! Costumo dizer que o ambiente empresarial não é muito diferente deste cenário. Se estivermos focados, treinados, com um time alinhado, e trabalhando para um objetivo comum, os resultados virão! e com eles a satisfação dos nossos investidores! Portanto, esta relação, por princípio, deve ser muito boa, pois todos trabalham pelo mesmo objetivo! Nossos investidores são nosso alicerce de crescimento e base para nossa busca contínua de melhores resultados!-nossa relação é como a torcida de um time vencedor!

 

Revista Hotéis —  Como é a relação de vocês com os investidores?

Alexandre Gehlen — O investidor que aloca seus recursos em um investimento hoteleiro é, para a InterCity, o principal personagem desse mercado. Ele merece todo o apoio e consideração para que tenha o retorno do seu capital e fique sempre estimulado a ampliar seus investimentos no setor. É muito triste para nós, administradores de hotel, quando um investidor manifesta frustração com o investimento. Felizmente isso é raro no cenário atual, mas temos que ficar sempre atentos para que não ocorra no futuro. Ainda neste ano de 2012, iremos disponibilizar para os investidores da InterCity uma versão atualizada do nosso Portal do Investidor, uma ferramenta que dá a esses parceiros acesso a diversas informações importantes sobre a operação hoteleira, inclusive dados atualizados diariamente. Essa transparência sempre foi uma prática da InterCity e é parte importantíssima de nosso relacionamento com os investidores 

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