Imobtur 2024 tem início no hotel Pullman Vila Olímpia
Evento promovido pela ADIT Brasil conta com a presença dos principais players do segmento de hospitalidade e turístico imobiliário
Teve início agora há pouco o Imobtur 2024, evento que reúne os diversos meios de hospedagem, plataformas e operadores de aluguel por temporada, investidores e empreendimentos imobiliários-turísticos para discutir o futuro da hospitalidade. O evento promovido pela ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil será realizado no dia de hoje (28 de novembro), no hotel Pullman Vila Olímpia, em São Paulo (SP) e a Revista Hotéis é Media Partner.
A abertura oficial foi feita por Caio Calfat, Presidente do Conselho da ADIT Brasil e Sócio/Diretor Geral da Caio Calfat Real Estate Consulting. Também participaram da solenidade Martín Diaz, Presidente Executivo da ADIT Brasil; Diogo Canteras, Sócio-diretor da HotelInvest; e Gabriel Senna, Head de Seminários Nacionais da ADIT Brasil.
Caio Calfat deu as boas-vindas ao público presente, agradeceu a presença de todos, e contou que o evento marca o lançamento do Manual de Condo-hotéis. Diogo Canteras falou que o programa do Imbotur 2024 vai focar mais nos meios de hospedagem alternativos. Ele também contou um pouco de como foi a elaboração do Manual de Condo-hotéis ao longos dos últimos anos. Já Gabriel parabenizou a todos e lembrou que o evento tem muito conteúdo de qualidade.
Futuro da hospitalidade é debatido no Imbotur 2024
Em seguida da abertura, aconteceu o primeiro painel da grade de programação, intitulado “O futuro da hospitalidade – O ciclo mundial da hospitalidade para os próximos 10 anos”, com as presenças de Eduardo Giestas, CEO da Atlantica Hospitality International; Ricardo Mader (moderador), Managing Director da JLL Valuation & Advisory; Pedro Freire, Director of Development da IHG Hotels & Resorts; e Paula Muniz, Head of Development Brazil do Meliá Hotels & Resorts.
O moderador falou sobre alguns pontos importantes da hotelaria num passado recente, inclusive a questão do PERSE. Eduardo Giestas afirmou que 2024 foi mais um ano de retomada no segmento hoteleiro. Para ele, a pergunta que fica é: temos espaço para continuar crescendo? “Estou otimista com o segmento para os próximos cinco anos. O Brasil é um grande mercado para a hotelaria, um mercado grande, mas ainda subofertado e também fragamentado, com muitos players, seja na hotelaria independente como também nas grandes redes. Durante os últimos dez anos, metade deles foi de crises grandes e muito diferentes, a crise política que culminou no impeachment da Presidente Dilma Rousseff e depois a pandemia de covid-19”, ele diz, completando que as diárias caíram 30% no período de 2013 a 2018. “Estamos com o mesmo número de quartos atualmente do que em 2018 e 2019. Há espaço no mercado para aumento de ocupação e diária, inclusive com níveis de RevPar acima de 2013”, afirma. “Dado o histórico, o ciclo da indústria e as dinânicas de oferta e demanda, prevejo os próximos três anos muito bons”, ressalta.
Ainda segundo Giestas, a atividade econômica impacta o turismo de negócios, e o aumento de renda impacta o turismo de lazer. “A pandemia quase que criou um novo mercado. Há no mercado uma nova geração que valoriza mais a experiência do que a posse, esse consumidor é muito propenso a viajar, ou seja, a perspectiva para o seguimento de lazer é positiva. O Brasil tem um potencial enorme de turismo, mas infelizmente ainda não temos uma relevância internacional nesse sentido. Mas a expectativa de receber mais turistas estrangeiros é boa, pois a quantidade de estrangeiros irá dobrar nos próximos 15 anos”. Giestas ainda comentou sobre o home-office, que incentiva o conceito chamado bleisure, que une trabalho e lazer nas viagens.
Pedro Freire ressaltou que a América dos Sul explora pouco a questão do Renevue Management, que consiste em utilizar melhor as ferramentas de venda para maximizar o retorno. “Os hotéis franqueados utilizam pouco essas ferramentas. É importante projetar e trabalhar melhor a rentabilidade e o seu pipeline, pois quem investiu no hotel tem que ter o retorno que ele almeja”, disse.
Para Paula Muniz, o Brasil é bastante criativo na criação de projetos de hotéis e resorts. “A conversão dos hotéis para operações hoteleiras de rede cresceu muito, seja para redes nacionais ou internacionais. Temos visto e nos interessado pelos projetos mistos, onde o componente hotel se une com residência, escritório e shopping, por exemplo, que viabilizam os empreendimentos hoteleiros”, ela contou.
Para Giestas, o negócio de hotelaria é o mais volátil de todos, pois os ciclos de oferta e demanda são muito longos e assimétricos. “Nos últimos anos a hotelaria no Brasil conseguiu avançar e evoluir. Temos visto uma conscientização nos termos de projetos que fazem mais sentido e tem mais possibilidades de ganho”, Paula pontuou. Para finalizar, falando sobre o Short Term Rental, Giestas comentou que ele criou uma demanda nova para a hotelaria e que o legado será um adensamento urbano para a cidade.