Imobtur 2024 debateu oportunidades e desafios do condo-hotel
Esse painel ocorreu logo após o lançamento do Manual de Melhores Práticas dos Condo Hotéis
Terminou agora há pouco o painel Oportunidades e desafios do investimento que une os setores imobiliário e hoteleiro frente ao novo Manual de Condo-hotéis. Ele faz parte da grade de programação do Imobtur 2024, promovido no dia de hoje pela ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil no hotel Pullman Vila Olímpia. Sob a moderação de Diogo Canteras, Sócio e diretor da HotelInvest, participaram desse painel Armando Ramirez, Diretor da Wyndham Hotels & Resorts, Thomas Michaelis, CEO da Michaelis Arquitetos e Márcia Rezeke, Sócia da RZK/Marcia Rezeke Advogados Associados.
Ela iniciou os debates dizendo que esse novo manual é um marco do setor e deverá continuar balizando a CVM – Comissão de Valores Mobiliários em suas decisões. Ao ser questionada pelo moderador Canteras do que acontece se um incorporador lançar um condo hotel sem ter registro, Márcia disse. “Se a CVM identificar a venda de unidades de condo-hotel sem a oferta registrada, o primeiro ato é ela enviar um oficio para parar o processo, pois é crime contra o sistema financeiro. A CVM reduziu muito os preços de oferta e isso para o mercado é muito bom e não faz sentido o sujeito lançar um condo-hotel correndo risco. E não há mais a necessidade de estar com memorial de incorporação totalmente pronto, pode andar de forma concomitante, mas se o projeto ainda estiver muito cru na prefeitura, e havendo alterações, pode impactar na aprovação da CVM que hoje leva 90 a 120 dias”, explicou Márcia.
Ela contou sobre uma ação que o Ministério Público está movendo com algumas incorporadoras em relação ao lançamento de empreendimento não residenciais e não era para essa destinação, mas sim para atender as baixas rendas. Segundo Márcia, isso é considerado uma fraude urbanística, pois o incorporador aproveita de benefícios legais para burlar as regras.
Armando destacou a diferença de operar um hotel e um condo hotel. “A gestão frente ao hóspede tem de ser a entrega da experiência que ele adquiriu, independente do modelo de negócio. É bom lembrar que uma pessoa pode estar adquirindo uma unidade não somente para ter rentabilidade, mas para morar. Numa operação de condo-hotel as decisões são mais complexas e para deliberar algo que seria simples no hotel tradicional, é necessário reuniões com conselhos para uma simples renovação de uma área comum do condo-hotel”, disse Ramirez. Ele lembrou que a Wydham tem vários modelos de negócios no mundo, mas no Brasil tem bastante foco em condo hotel, onde opera com franquia e que nos últimos anos foram assinados quatro hotéis em São Paulo. E a expectativa é que esse número cresça bastante nos próximos anos. E nesse sentido o novo manual está a passos largos na frente de muitos países do mundo e dará uma grande contribuição ao setor”, assegurou Ramirez.
Tomas Michaelis destacou que do ponto de vista arquitetônico não há diferença nos dois modelos de negócios. “O importante é que o hotel seja bem eficiente, desde o nascimento até a operação e os cuidados tem de nascer do zero. Eu enxergo hotel como um misto de um residencial com uma indústria onde tem muita tecnologia embarcada. Em relação a renovação, o condo hotel tem maior dificuldade de aprovação e a necessidade é cada vez maior. Esse é um produto que sofre uma concorrência estética e funcional grande para se posicionar de maneira competitiva no mercado. Mesmo que muitos hotéis ainda que estejam bem preservados, eles não estão tecnicamente e operacionalmente, pois isso é necessário a modernização”, concluiu o painel Michaelis.