Imobtur 2024 apresenta o projeto sustentável Caiman
Sergio Villas Bôas e Roberto Klabin foram os convidados do painel no evento realizado no Pullman Vila Olímpia
A grade de conteúdo do Imobtur 2024, evento que reúne os meios de hospedagem, plataformas e operadores de aluguel por temporada e empreendimentos imobiliários-turísticos para discutir o futuro da hospitalidade, que acontece nesta quinta-feira, 28 de novembro, no hotel Pullman Vila Olímpia, em São Paulo (SP), teve seguimento com o painel “Como capitalizar recursos naturais em projetos com posicionamento sustentável”, que contou com a presença de Sergio Villas Bôas, Vice-Presidente da ADIT Brasil/Sócio-Diretor da Vitae Urbanismo; e Roberto Klabin, Proprietário da Caiman.
Roberto Klabin iniciou contando aos presentes no painel sobre o empreendimento Caiman, que fica na região do Pantanal. “A minha família tinha uma fazenda muito grande nessa região, e para um garoto de dez anos de idade, isso é fascinante. Mas o que mais me espantava era que todas as pessoas só falavam de gado, ao invés de dar valor a natureza”, ele contou. Anos depois, a fazenda foi dividida entre familiares, Roberto ficou com um pedaço da propriedade e decidiu criar a Caiman ali.
Klabin teve a ideia de convidar projetos ambientais com credibilidade para fazer parte do projeto Caiman. “Ali eles podem estudar a fauna, a preservam, desenvolvem os estudos e, ao mesmo tempo, eu atraio mais clientes”, contou. “A grande mudança foi quando convidei o projeto Onçafari, que consiste em habituar as onças a presença dos veículos, proporcionando a observação por parte dos turistas”, revelou.
Ele também comentou sobre as mudanças climáticas no Pantanal e as preocupações que elas trazem para a natureza. A Caiman sofreu com dois incêndios recentes, em junho e agosto de 2024. “Eu vivo de biodiversidade, por isso a minha preocupação em torno disso”. Foi feita uma suplementação aos animais da propriedade com ajuda do IBAMA. O proprietário criou abrigos que funcionam como refúgio de vida selvagem, inclusive foi construído um açude, o que começou a chamar a atenção dos animais da região.
O convidado do painel ainda fez um alerta, dizendo que “áreas como o Centro-oeste brasileiro terão uma dificuldade hídrica muito grande num futuro próximo”. Klabin ainda comentou que a vocação da Caiman é a valorização e conservação da biodiversidade, por meio do turismo de observação de vida selvagem.
Sobre a viabilidade financeira do negócio, Roberto falou que a pandemia fez o brasileiro visitar mais as belezas naturais do próprio País. “De repente, meu público foi de 90% de brasileiros até 2022, hoje os estrangeiros visitantes representam 55% do público. “No começo, a pecuária era 75% das receitas e o hotel 20%. A receita com o hotel hoje supera em muito o lucro com a pecuária”, salientou.
Para finalizar, Roberto Klabin destacou que, “como a Caiman iniciou suas atividades há 40 anos atrás, quem começou a divulgar a região do Pantanal para o mundo fomos nós. Outro ponto que gostaria de comentar diz respeito a que hoje é muito difícil falar com as pessoas sobre a questão ambiental, o ideal é motivá-las a trabalhar com aquilo que estão as suas disposições, para que elas não ses acomodem”, concluiu.