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Hitec 2014: maior feira de tecnologia de hospitalidade do mundo aconteceu com sucesso em Los Angeles

Direto de Los Angeles (EUA) com conteúdo de nosso enviado Maurício Valente

A HITEC 2014, maior feira de tecnologia de hospitalidade do mundo que aonteceu na semana passada no Los Angeles Convention Center, em Los Angeles, no estado norte americano da California reuniu 5744 pessoas de 44 países. Nosso correspondente Maurício Valente, esteve participando deste evento que é promovido pela HFTP –  Hospitality Financial and Technology Professionals e relata a seguir as informações observadas neste evento.    

Em relação às edições anteriores, não houve mudanças importantes no formato de apresentação das palestras ou no mix de produtos ofertados na feira, que contou a participação de mais asiáticos e indianos do que em anos anteriores, provavelmente em razão da localização:Los Angeles.                          

Algumas palestras eram realizadas simultaneamente, sendo necessário selecionar qual delas assistir e fazer um roteiro considerando quais seriam os temas mais relevantes, que pudessem ser aplicados no dia a dia, e que mostrassem as tendências do mercado ao nível mundial. Além das palestras havia uma feira com vários fornecedores expondo seus produtos. Foram mais de 300 fornecedores de tecnologia da hospitalidade que estão apresentando uma série de novidades e a grade de programação possui vários workshops e palestras com renomados profissionais do setor para debater temas atuais do setor de tecnologia da hospitalidade. 

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Entre as palestras que Valente assistiu ele destaca o PCI 3.0 que é a nova norma de seguranca para transações com cartões. Nesta palestra falaram Sean Mathena da Trustwave, Wayne Lee da Verizon e Jeffrey Stephen Parker, da Stout Street Technology. Os tópicos mais importantes abordados por eles foram que todos os sites, mesmo de terceiros envolvidos na transação deverão estar compatíveis com a nova norma. Isso inclui paypal e outros do tipo.              

Todos os debatedores foram unanimes em dizer que os hotéis pequenos, mesmo nos Estados Unidos, terão dificuldades para atender a norma PCI 3.0, pois todas as entradas e saidas (de dados) do ambiente precisam ser tratadas. O hóspede deverá ter credencias únicas, independente do ponto de acesso. As empresas deverão prover proteção inclusive aos equipamentos fisicos (como na recepcao por exemplo) e os funcionarios deverao ser treinados para desconfiar de trocas de máquinas e coisas do tipo.                             

Segundo a norma norma PCI 3.0, é obrigatorio gravar log de tudo, e os sistemas de IDS e IPS (intrusion detection e prevention systems) devem gravar e guardar em ambiente seguro todos os logs de transação, sendo este ambiente externo ao ambiente da transação. Veja o relatorio de fraudes mais comuns em www.verizoninterprise.com/dbir/2014                       

Este relatorio foi usado na apresentacao do Wayne Lee. Um grande risco é logar com senhas de outros sites, quando o usuário acessa um site e usa a senha do gmail ou facebook como login. Na hotelaria 75% dos problemas vem da frente PMS e POS e segundo Lee, na hotelaria e varejo uma invasao normalmente demora semanas para ser descoberta. Uma dica que ele passou é separar os dados de cartões em portas especificas e aumentar o nivel de seguranca destas portas na rede. Já o Jeffrey Stephen Parker mencionou a importância de ter a rede mapeada, quanto a equipamentos e acessos. Aconselhou que nas máquinas do front, onde se tem acesso ao dados do cartão, nenhum outro software possa ser instalado. 

Datacenters                                  

Outra importante palestra assistida por Valente se refere aos Datacenters e teve como tema “Não deixe seus amigos criarem Datacenters” e teve a participação de Bernard Ellis da Infor e Barneson, da Amazon Web Services. Eles falaram sobre como era nos anos 90 (época dos Gds) e como está sendo atualmente. Eles apontaram diversas vantagens no ambiente em nuvem, como por exemplo: Redução de custos, diminuição do tempo de implantação, facilidade para novas aberturas de rede, não requer investimento inicial, o contrato pode ser por tempo menor, pode configurar um hotel antes da abertura ou troca de bandeira e a padronização para operação em redes hoteleiras.

No link http://hospitalitytechnology.edgl.com tem um estudo chamado “Hospitalitytecnologylodgingtecnologystudy” que mostra as tendências e faz uma análise profunda nos produtos “in-room”disponíveis atualmente no mercado. A interação com o hóspede é largamente utilizada e proliferam produtos assemelhados ao Zoox. Na feira, entre 25 e 30% dos stands exibiam produtos que de alguma formam usam a interação com o hóspede ou equipe do hotel, através de qualquer dispositivo.      

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Os painelistas tambem falaram porque as aplicações em nuvem ainda não dominaram o mercado e apontaram os problemas com links em certos locais e poucos fornecedores estão prontos. “Nós da CM Corp já estamos com esta tecnologia disponível para oferecer aos nossos clientes”, enfatiza Valente.            

Segundo ele, de uma maneira geral, todos os painelistas falaram que os beneficios de utilizar ambiente em nuvem são muito grandes, e consideram certo que o ambiente em nuvem domine o mercado muito rapidamente, pois já existem varios cases de sucesso. Entre os debates, o que mais chamou atenção foi de Scott Barneson, Diretor da Amazon que apresentou números. Apesar da Amazon ter nascido para vender livros, hoje está presente em 190 paises provendo ambiente para as mais diversas verticais e no ponto de vista de Barneson, a equação é simples: mais usuários, infra e economia. Isto impacta em menos custo para o cliente final, menor preco a cada dia e resulta em mais usuários. Portanto, é um circulo virtuoso.                          

As diferentes gerações e suas caracterísiticas                      

O professor PriyangoGuchiat, PHD da universidade de Huston, falou sobre as diferentes gerações no ambiente de trabalho, características específicas de cada uma e como lidar com elas. Muito interessante e divertida a palestra, onde todos participaram com entusiasmo da discussão proposta pelo professor. Tive oportunidade de expressar minha opinião e a maioria dos participantes concordou comigo.  Acredito que mais importante que a diferença entre gerações é a diferença entre o perfil psicológico de cada pessoa. O grande desafio do RH é utilizar os pontos positivos de cada um, a favor de um objetivo comum, que deve necessariamente ser claramente difundido entre os membros de uma equipe ou empresa.                          

 Economia colaborativa – ou, quanto vale sua reputação               

 Uma curiosidade: Em Los Angeles e em várias outras cidades americanas tem uma comunidade baseada no aplicativo LYFT www.lyft.com que compartilha carro, tipo uma carona. Os carros tem “bigodes” cor de rosa. Muito engraçado e super útil. Veja no site deles como funciona. É muito show! Eles oferecem até 1 milhão de dólares de seguro, caso exista algum problema com o carona ou motorista, tem tolerância zero quanto a álcool e drogas e o esquema e reputação é de mão dupla.                

O caso do LYFT foi usado para explicar uma tendência da internet, que é valorizar cada vez mais a reputação. Vários exemplos foram usados e fica claro que reputação é hoje a moeda mais valorizada no ambiente web, ou melhor dizendo, nos tempos modernos. Ter reputação hoje vale, de fato, muito dinheiro.          

Seguindo este raciocínio, o exemplo do www.airbnb.com mostra os números reais de quanto vale reputação. A página que mostra a história da empresa é simplesmente a melhor página de linha do tempo que já visitei. Visite https://www.airbnb.com.br/annual e confira.            

Os números do Airbnb impressionam: 190 países, 34.000 cidades, 600.000 quartos, mais de 15 milhões de hóspedes. Baseando tudo em reputação, a empresa vale hoje 7 bilhões de dólares. Isso mesmo, mais do que a Oracle pagou pela Micros. E a CNN já fala em 10 bilhões http://buzz.money.cnn.com/2014/04/07/airbnb-worth-10-billion/ . O mais impressionante é que, em 2012 a Airbnb valia “apenas” 1 bilhão de dólares. Ou seja, reputação vale, de fato, muito dinheiro e a “cotação” desta nova “moeda” cresce de maneira assustadora, nunca antes vista na história deste planeta, parodiando meu amigo barbudo.         

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Logicamente que a mudança não está baseada somente no valor da reputação. Existe uma grande mudança no comportamento das pessoas, que é fomentado por um mundo mais “social”, onde a confiança está cada vez menos na marca e cada vez mais nas pessoas. Mais um paradoxo que temos.             

Hoje, no www.airbnb.com há opções incríveis para quem quer viajar: você pode alugar um trailer em frente à praia, um castelo para passar um mês, um quartinho bem perto de onde vai trabalhar. Tudo isso por um preço menor e, aparentemente, sem intermediários. Ou seja, dar “de graça” nunca foi tão rentável. Vide Google. Precisamos observar a nova dinâmica do mercado, a tendência do grátis, e entender como se ganha (e muito) dinheiro com isso.

 Desastres                        

A expectativa é que os palestrantes fossem tratar apenas de máquinas e softwares capazes de colocar o ambiente em pé o mais rapidamente possível após uma falha. O surpreendente é que o palestrante Bruce Hicks falou que equipamentos e softwares são a parte menos importante. Ou seja, ele deixou claro que é básico ter um ambiente fisicamente e logicamente seguro e capaz de ser recomposto no menor tempo possível, ou melhor ainda, totalmente redundante.                      

Afinal, então o que é o mais importante e que normalmente não é cuidado? As pessoas. Sim, os principais desastres que impactam o funcionamento de qualquer coisa são os que envolvem as pessoas. Isso pode estar relacionado a uma senha que só alguém conhece, a um código que tem backups acessíveis somente ao falecido, a um piloto que não aparece para trabalhar, etc. A questão da reputação também mudou, mesmo em situações de desastre. Antigamente quando um avião sofria um acidente, a primeira providência da cia aérea era cobrir o logo da aeronave. Hoje esta atitude é condenável, e não faz parte dos manuais de recuperação de desastres. Isso porque num mundo cada vez mais social, as atitudes de uma pessoa ou organização refletem seu “caráter” e este é imediatamente convertido na moeda “reputação”.     

Ideas             

 Como convidado da IDEAS, Maurício Valente participou de um evento fechado onde estavam presentes Jane Stampe, Diretora geral, VivekBhogaraju, responsável pelas parcerias internacionais e SanjayNagalia, fundador da empresa. Ideas foi fundada em 1989 e vendida para a SAS em 2008. A SAS é a maior “empresa com dono” de tecnologia do mundo. “San”, como é conhecido o fundador SanjayNagaliafez uma palestra de 5 minutos, sendo que usou parte deste tempo para mostrar o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=4V3gxIJZ548 Ele mostrou o vídeo e justificou a exibição simplesmente dizendo que era um “apaixonado por tecnologia e carros”. Depois disso falou sobre as tendências de BIG DATA que vem sendo gradativamente incorporadas ao algoritmo do IDEAS.                          

Informações sobre previsão do tempo, ocupação ou preço do assento do avião no período e “posts” nas redes sociais hoje já influenciam no cálculo da sugestão de preços que IDEAS devolve ao mercado. IDEAS parece estar alguns passos a frente dos concorrentes e, pelo que pude observar, continuará liderando este mercado.                

BI / Dashboards

A empresa DatavisonTech, especializada em dashboards hoteleiros, mostrou alguns padrões utilizados pelo mercado. Lindos layouts, mas nada de novo quanto aos dados. http://www.datavisiontech.com/solutionsoverviewcomplete.html  

Tecnologias do futuro                          

 A empresa ExplorIT mostrou a aplicação da tecnologia de realidade aumentada para hotéis, centros de convenção, locais de interesse diversos e até mesmo cidades. Utilizando o exemplo da cidade de Los Angeles – que é cliente da ExplorIT – Greg Murtha mostrou como o sistema interage com o Google Maps e o que a empresa complementa em cada caso.             

Como licenciados do Google (ExplorITusa a estrutura do Google Maps no nível “pro”) eles acrescentam o conteúdo que cada cliente deseja. O Usuário final tem acesso a imagens internas do ambiente, cardápios on-line, câmeras ao vivo nos ambientes e o que mais o cliente quiser expor. Não se trata de um filme, ou coisa do tipo, é interação pura, onde o usuário navega por onde quiser, de uma forma simples e intuitiva, e “passeia” pelo trajeto que desejar sem ficar clicando no próximo passo, como acontece com o googlemaps. Conversei bastante com o Greg,que é presidente da companhia e ele tem muito interesse em trazê-la para o Brasil. Espero em breve ter um fornecedor deste nível por aqui.  

Segurança 

Eric O´Neill é instrutor do FBI, especialista em segurança. Em dez pontos ele enumerou os cuidados que todos precisam tomar, independente de se tratar de uma pessoa física ou de uma grande corporação. Os conselhos são bem simples e, segundo Eric, se seguidos à risca, aumentam em muito o nível de segurança com os quais convivemos. 

Seja proativo 

Saiba o que ou quem é preciso proteger 

Conheça seu oponente 

Cuidado com seu lixo 

Social Engenering – este termo não existe ao pé da letra em português, mas poderia ser traduzido como interações sociais. Exemplo: a partir de certas informações obtidas da vítima, alguém tenta interagir. O termo também serve para os “comportamentos esperados” quando alguém deixa, por exemplo, um pen drive dentro de um envelope escrito “confidencial” ao alcance de uma pessoa. Normalmente a pessoa vai espetar o pen drive “só por curiosidade” e este pode estar infectado por vírus 

Cuidado com as pessoas nas quais você confia 

Não esqueça de trancar a porta (tipo… já que sabe o que precisa ser feito, faça) 

Proteja suas informações (por exemplo não use login único) 

Conecte-se (esse termo resume uma campanha do FBI que está exposta em vários ambientes, como nos aeroportos e dentro do metro. Em todos os lugares há placas dizendo “see something, say something” incentivando a população a suspeitar e a avisar as autoridades quando identificar atitudes suspeitas). O espião está no pior lugar possível (seria algo como esteja preparado, porque vão tentar).

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