Falências rondam trade turístico brasileiro
Artigo de Alexandre Sampaio*
O Brasil teve o primeiro caso registrado de COVID-19 no fim do mês de janeiro. A chegada do coronavírus proporcionou uma mudança abrupta em todo o país. Gradativamente, surgiram as quarentenas, adotadas singularmente por cada região, interrompendo o funcionamento de diversos estabelecimentos nacionais. O setor do Turismo foi o primeiro a sofrer com a paralisação do fluxo comercial e, sem dúvidas, será um dos últimos segmentos a se reerguer após o controle da infecção respiratória.
No que diz respeito aos hotéis, já temos a visão eminente de falência de, pelo menos, 10% desses empreendimentos. Podemos estimar que mais de três mil hotéis e pousadas fecharão as portas em virtude da crise ocasionada pelo coronavírus. Isso se deve ao fato de que há um alto custo de manutenção e funcionamento destes estabelecimentos e, com a ausência de hóspedes, não há como manter as atividades pela falta de clientes.
Sabemos que as diárias dos hotéis serão mais baixas, entretanto, é importante frisar que alguns estabelecimentos podem cobrar valores que não cobrirão nem os seus próprios custos operacionais, já que as linhas de financiamento para o capital de giro estão “empoçadas”.
Sendo assim, temos grandes expectativas de obter maior amparo pelo Governo Federal. Vale ressaltar que tivemos alguns êxitos, mas ainda há pontos específicos a serem atendidos. Um dos aspectos que deve ser levado em consideração, por exemplo, é a prorrogação do prazo de vigência da suspensão do contrato de trabalho. Além disso, a diminuição da carga horária também é determinante neste momento, assim como a retomada da reforma tributária, ainda mais necessária nos dias de hoje. Junto ao trade turístico, buscaremos minimizar, cada vez mais, os efeitos negativos da pandemia no nosso segmento.
O momento é preocupante, mas precisamos manter a esperança de que dias melhores virão. Além disso, é na crise que nós, empresários, nos fortalecemos com soluções mais criativas e focadas em resultado. Nós acreditamos que sairemos desta avalanche melhores do que entramos e que as pessoas compreenderão a necessidade de valorizar o turismo interno, nos próximos meses, para que nos fortaleçamos enquanto nação.
*Alexandre Sampaio é Presidente da FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação