Estudo da JLL mostra mudanças provocadas pela pandemia na hotelaria
A pesquisa Hotelaria em Números que acaba de ser divulgada pela JLL, player global na prestação de serviços imobiliários e em gestão de investimentos, constatou que lições aprendidas com a instabilidade serão levadas por gestores para o pós-pandemia. O desempenho do mercado hoteleiro brasileiro em 2020 refletiu a instabilidade desencadeada pela pandemia de COVID-19 e registrou grande queda nas taxas de ocupação. O cenário de adversidades motivou o setor a repensar práticas e redesenhar modelos de gestão. Por terem se mostrado efetivas, as mudanças promovidas serão levadas pelos gestores para o pós-pandemia, mesmo após a retomada e recuperação da hotelaria.
Essa pesquisa foi realizada a partir de questionários preenchidos por mais de 500 hotéis, resorts e flats brasileiros. A conclusão do estudo é que, após um excelente trabalho das administradoras hoteleiras renegociando com fornecedores e cancelando serviços contratados, a forma de administrar hotéis não será mais a mesma. “O controle dos custos operacionais será um objetivo perseguido com muito mais dedicação do que era feito historicamente”, diz Ricardo Mader, Diretor de Valuation and Advisory Services da JLL.
A pandemia também ressaltou a importância de marcas e o maior poder das redes hoteleiras ao negociar com as OTAs Online Travel Agencies, o que deverá intensificar o aumento da opção por franquias de marcas globais nos próximos anos. Em 2020, a indústria hoteleira do Brasil viveu seu pior momento. Houve queda de 56% na taxa de ocupação e 14,5% na diária média. A margem de lucro bruto da hotelaria foi negativa em 3,9%. No mundo, a liquidez do setor de hotelaria despencou 60% no mesmo ano, em decorrência da pandemia.
Com o avanço do programa de vacinação e respeitando os protocolos de segurança, a projeção é que o setor hoteleiro brasileiro inicie a recuperação ainda no terceiro trimestre de 2021. O processo de retomada deve durar cerca de um ano. “Em 2023, devemos observar níveis semelhantes aos atingidos em 2019”, afirma Ricardo Mader.