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Encontro da Hotelaria Mineira discute custos de novas normas de segurança em hotéis

O 20º Encontro da Hotelaria Mineira – Edição Virtual, trouxe no segundo e último dia de programação, os convidados Maria José Dantas, Presidente da Associação Brasileira de Governantas e Rodrigo Medeiros, Gerente geral do hotel San Diego Barro Preto. Juntos, eles discutiram o tema “O que representará na operação e no custo dos hotéis a implantação dos novos procedimentos de segurança pessoal para colaboradores e hóspedes” com a nova realidade imposta pela pandemia do novo coronavírus.

Mediado por Marcos Valério Souza, idealizador do Encontro e coordenador regional da FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação em Minas Gerais; e por Maarten Van Sluys, consultor e especialista em indústria hoteleira, o debate começou com Maria José, que agradeceu a audiência, a participação em 19 edições do Encontro da Hotelaria e pontuou sobre o tema: “Sabemos que a hotelaria passa por um momento delicado, com caixas próximo do zero, no zero e até abaixo do zero. A ABG está desenvolvendo um novo protocolo de higienização, onde falamos sobre boas práticas e outras recomendações que devem estar próximos de todos”, afirmou.

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Rodrigo na sua introdução, afirmou: “Estamos vivendo um laboratório vivo, de criação de soluções para uma situação que nunca vimos antes. Não traremos soluções absolutas, estamos buscando e crescendo juntos. Uma das coisas importantes é que, não acredito no ‘novo normal’. Existe uma crise muito grave que vou chamar de atual normal. A própria sociedade voltará a viver, mais rápido do que imaginamos ao ‘velho normal’. Os próprios hóspedes já demonstram a vontade de ter novamente um buffet comum, entre outras atividades que já eram consolidadas na atividade hoteleira. Temos de ter um cuidado extremo sim, mas eu acho que isso será passageiro, não existe a necessidade de planejamentos a longo prazo e sim, de um dia de cada vez. Em termos de impacto de valores, também tenho uma opinião polêmica: sempre tivemos protocolos que já eram próximos dos que vão ser implantados agora. Grande parte dos nossos profissionais já utilizavam EPI’s. Aqui em BH temos grandes hotéis que estão colados em hospitais e que sempre tiveram a preocupação de estarem preparados para este tipo de coisa. Álcool em gel, por exemplo, sempre tive no hotel. Se houver uma gestão bem feita os custos serão equalizados sim”, observou.

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Maria concordou parcialmente à fala de Rodrigo: “Na verdade estamos falando de uma situação nova para o mundo inteiro. O mundo a conheceu de uma vez só e as pessoas não terão o mesmo comportamento. Esse comportamento não será regionalizado. Trabalhamos em um setor que recebe pessoas do mundo inteiro e elas trazem suas próprias referências. Temos então de trabalhar com adequações. Esse momento extremamente crítico vai passar. Estamos falando de protocolos que já deveriam ser uma constante mas isso não é uma realidade. Em todos os cantos eu vejo muito ao contrário disso, em hotéis de grande porte, que compram seus produtos no supermercado! Esses terão uma escala muito maior nesta mudança”, explicou Maria José.

O painel atingiu participação recorde no evento

Para ela, a preocupação sobre quando isso tudo irá passar é o grande problema. “Não existe uma data, uma previsão correta. Não podemos confiar que todos os nossos hóspedes são saudáveis. A sujidade biológica é uma realidade nos hotéis e os hotéis são ambientes contaminados e cuidamos disso com os produtos de sempre, que inclusive vamos usar agora. Já temos o produto que precisamos, mas o mais importante é o treinamento frente ao cenário que estamos vivendo, que é o coronavírus, uma partícula em suspensão que decanta em cima da superfície onde iremos tocar. Isso implica novidades em EPI’s, eliminação da vassoura como acessório, panos de limpeza – cuja preocupação de troca de kit de UH para UH deve ser mais criterioso (um kit para cada UH). O que muda são as metodologias. O fato é que o cuidado com a segurança vai ser outro, não estávamos lidando com o alto nível de contágio que lidamos hoje”, pontuou.

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Maria explicou ainda que todas as pessoas na hotelaria são importantes e essenciais, mas a equipe de governança funciona como a cola entre todas as áreas. “Se o hóspede não se sentir seguro no quarto, isso refletirá rapidamente para o empreendimento”, complementou.

A Presidente da ABG acredita que a governança ganhou uma atenção especial nos dias atuais, tendo peso maior na estratégia de vendas. “Esse novo contexto de segurança biológica, quando chegar o momento da cura, já terá deixado o costume da segurança entre todos os protagonistas da atividade hoteleira. Agora não podemos mais ser benevolentes. Se não usar a luva, não trabalha”, disse Maria José.

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Rodrigo Medeiros disse que a medição da produtividade no setor de arrumação deve ser outra: “A desinfecção e os protocolos são diferentes, mais rigorosos e isso deve diminuir a produtividade. Cabe ao gestor entender essa nova realidade para adequar os quadros. Enfim, nosso grande desafio agora é equilibrar contas e ter mais com menos. Sabemos que nesse primeiro momento teremos que manter o hotel com 40%, 50% de ocupação. Os valores mudam de hotel para hotel, eu sou econômico, mas o cara do midscale, upscale, terá outro custo. Temos de tomar um cuidado para que esses protocolos não nos tornem ‘frios’. Dentro dessa perspectiva, temos de tentar, com ações simples, encantar o hóspede e não ferir a visão que o hóspede já possui da velha hotelaria, do acolhimento”, finalizou Medeiros.

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