Empreendendo pessoas!
Muito tem se falado sobre empreendedorismo, mas o fato é que isso não é nada novo e podemos entender esse fenômeno como uma tendência intrínseca do indivíduo
Artigo de Rhaxwell Santos*
Muito tem se falado sobre empreendedorismo, mas o fato é que isso não é nada novo e podemos entender esse fenômeno como uma tendência intrínseca do indivíduo. Desde os primórdios da humanidade, se tem registro pela própria condição evolutiva do homem. Empreendeu ao descer das árvores, ao migrar em busca de terras mais férteis e seguras, ao plantar e colher, ao caçar e criar os filhotes das caças. É da natureza do homem empreender para crescer, para se libertar, para conquistar.
A história é quem diz que grandes líderes guiaram e guiam essa evolução, o mundo gira à velocidade dessas mudanças, mas não podemos desprezar e, tampouco, entender como menos importante o empreendedorismo local, de pequenos grupos ou até mesmo o individual. A definição mais básica do termo é: “disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e realizar projetos, serviços, negócios”. Assim sendo, não se pode limitar o gigantismo dessa definição com o mero: “empreender é montar uma empresa”. Essa ação, por si só, necessita de um alto grau de empreendedorismo, contudo não é só isso.
O que vemos em comum entre o empreendedor de hoje e aqueles que “fizeram a história” é a grande habilidade de acreditar em si e “tocar” outras pessoas com suas “certezas” e convicções, é o que faz a diferença. Por vezes ideias consideradas malucas, “fora da caixa” (pois normalmente colocam em risco a conhecida “zona de conforto”) são, no primeiro momento, rechaçadas, desmotivadas e até ridicularizadas. Porém, existe uma máxima no Sul do Brasil que diz: “é melhor segurar um louco que carregar um morto”.
O mundo é descrito em números. São tantas empresas que abrem e fecham todos os dias que fica difícil contabilizar. Apenas para se ter uma ideia, o Brasil tem mais de 20 milhões de CNPJ, os EUA mais de 28 milhões de empresas em atividade e a Europa aproximadamente 25 milhões, onde quase 1,3 milhões estão em Portugal. Esses números são crescentes e estima-se que, de uma forma global, 99% das empresas abertas sejam micros e pequenas.
Os números são brutais, assim como o tamanho do mercado de trabalho gerado em todos os níveis, mas é no âmbito da gestão que está o futuro dessas empresas. São os gestores que farão esse universo expandir ou colapsar e, acreditem, números são cruciais mas pessoas (sim, aquelas que trabalham nesses postos, líderes e liderados) são fundamentais, visto que tem o poder de construir ou destruir impérios.
No mundo corporativo, os empreendedores estabelecidos necessitam de “loucos” na cadeia de comando, na linha de liderança de suas equipes, pois são esses – os “empreendedores de pessoas” – que fazem a roda girar e as coisas acontecerem.
Liderar é bem mais que coordenar: liderar é também empreender, mesmo não sendo o dono do negócio, gerir e cuidar como se a empresa fosse sua. Ao descobrir um talento assim entre os seus colaboradores, retenha, mantenha e prestigie, pois “os diferentes devem ser tratados com diferenças” (mas isso é tema para um outro artigo e falaremos disso noutra ocasião).
Esse líder de alta performance, que acreditou na ideia do empreendedor que o contratou, será o responsável por levar adiante esse ideal, arrebanhando uma legião de seguidores (equipe) determinados a cumprirem a missão dada, descobrindo suas “causas pessoais” e alinhando-as com a da empresa.
Profissionais com tal habilidade não são fáceis de encontrar no mercado, também não são baratos, mas não se pode dizer que sejam caros, pois os resultados obtidos são diretamente proporcionais à sua grandeza e expertise. Os negócios, por mais concretos que sejam, não tem como diferencial sua estrutura física, pois isso são “commodities” que o dinheiro compra, não é preciso grandes habilidades, apenas um caixa forte ou uma conta robusta. O que realmente faz a diferença nos negócios são as pessoas, que definirão o sucesso ou fracasso da coisa. Portanto, não economize na gestão e tenha ao seu lado os melhores: isso também é empreender.
*Rhaxwell Santos é CEO da Estrela do Sucesso, Developer em fundos de investimentos no Brasil e Portugal, Hoteleiro, Professor universitário e formador de equipes vencedoras. Contato – rhaxwell@estreladosucesso.com
Ola Raxwell, é bem verdade o seu artigo, vivemos de forma desenfreada, sendo empreendedores, que de facto e como bem refere, não é o mesmo que criar empresa (isso são start up, caso tenham uma ideia inovadora, senão são apenas mais uma).
Ser empreendedor, implica ser líder, e ser líder implica estar sempre à frente, puxando e motivando a equipe, equipe essa, que não é um conjunto de pessoas apenas, mas sim, pessoas no mesmo alinhamento, remando para o mesmo lado…