Opinião

Embaixadores da hospitalidade

Um executivo norte-americano acaba de desembarcar no aeroporto de Guarulhos para uma reunião de negócios na filial de sua empresa, situada na Avenida Paulista. Ao tomar um táxi, logo estranha o Good Morning proferido pelo taxista. E se surpreende ainda mais quando ele sugere, em inglês obviamente, que sua esposa acompanhe uma feira de modas no Anhembi, estique e conheça as últimas tendências mundiais da moda na Oscar Freire ou no Shopping Iguatemi.
Um grupo de intercambistas irlandesas passeia pelo centro histórico e um policial militar indica uma visita ao Páteo do Colégio, que está aberto naquela manhã. Enquanto isso, outros 30 policiais militares estão em sala de aula, com professores de turismo da Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo (ABBTUR), na Associação Viva o Centro,  aprendendo noções de turismo e de como atender bem os mais de 11,3 milhões de visitantes que vêm à capital paulista por ano.
Ao chegar à recepção do hotel, o casal Priscila e Joyce, com naturalidade, recebe as chaves do apartamento e se surpreende com a qualidade do atendimento e ainda mais com a cama de casal. Animadas com o atendimento, elas já programam um retorno para participar da maior Parada Gay do mundo, em junho, que deverá atrair um público aproximado de 4 milhões de pessoas.
Estes exemplos não são mera ficção e acontecem na cidade dos negócios, que antes carregava uma imagem de sisuda e agora se torna a capital do encantamento. Com esta proposta, o SPCVB — São Paulo Convention & Visitors Bureau amplia cada vez mais o Programa Bem Receber, que prevê capacitações de profissionais para encantar o visitante. Em quatro anos, mais de 3 mil profissionais, entre taxistas, policiais militares e civis, agentes de trânsito da CET, servidores da Guarda Civil Municipal, atendentes da rede hoteleira com foco no atendimento ao público GLS, já passaram pelos treinamentos.
A entidade associou-se também à Câmara de Comércio Árabe Brasileira para ministrar os cursos Hábitos e cultura dos países árabes, com o objetivo de assimilar as diferenças culturais, costumes e comportamento do povo árabe. Desta forma, os profissionais poderão saber como atender a um tunisiano que chega a um hotel, o que servir a um libanês durante um almoço de negócios e até como cumprimentar uma mulher muçulmana. O próximo alvo dos treinamentos serão os frentistas. 
É desta maneira que São Paulo dá seus primeiros passos preparatórios para a Copa do Mundo de 2014 e para todos os demais megaeventos. Ao setor público, cabe focar na infraestrutura e no transporte. A iniciativa privada deve promover eventos e a arte do bem receber. Por isso precisamos ter, continuamente, um atendimento de qualidade. Capacitação é a palavra-chave. Obviamente, os profissionais que atuarão durante as partidas do Mundial hoje ainda são estudantes. Por isso é preciso começar a capacitar já com a inclusão da gestão em Turismo nas escolas de ensino médio.
Com a hospitalidade em primeiro lugar, certamente a Copa terá um sentimento especial e podemos dar espetáculos fora das quatro linhas. E depois, a formação de profissionais gabaritados para a hospitalidade deixa um legado inegável à população e aos nossos visitantes. Vamos capacitar e bola pra frente.

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