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Culinária mineira, uma presença constante no cardápio da hotelaria nacional

A culinária vai além do tradicional pão de queijo que está presente no café da manhã da maioria dos restaurantes de hotéis do Brasil

Encontrar pão de queijo no café da manhã dos hotéis já é uma tradição e essa iguaria da culinária mineira já cruzou as fronteiras e conquistou o mundo. Mas o pão de queijo é apenas um dos símbolos dessa rica culinária que durante muitos anos foi apresentada em feiras e eventos no exterior, promovidos pela EMBRATUR e Ministério do Turismo, como a autêntica culinária do Brasil. E muitos são os pratos que compõe essa culinária que é uma mistura das raízes culturais dos portugueses, índios escravos.

Assim surgiu pratos apreciados no Brasil inteiro e que compõe o cardápio de muitos meios de hospedagens em diversas partes do País como: Feijão tropeiro; Leitão à pururuca; Frango com quiabo; Tutu de feijão, Pastel de Angu, entre outros. A carne de porco é muito presente, sendo famosos o tutu com lombo de porco, a costelinha de porco e o leitão à pururuca. Também são apreciados a vaca atolada e o feijão tropeiro com torresmo. Essa cozinha tradicional ou típica mineira foi forjada a partir dos séculos XVIII e XIX e em dois momentos distintos e complementares: o de escassez, no auge da mineração do ouro, e o de fartura, com a ruralização da economia regional.

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Os índios deram sua contribuição com as plantas que cultivavam e que serviam como base da alimentação como mandioca, abóbora, amendoim e milho de onde se extraiam paçocas, farofas, canjicas, mingaus e papas, entre vários outros alimentos. Os colonizadores portugueses trouxeram algumas frutas e legumes, como a manga, quiabo e couve (Portugal. E entre os animais estavam patos, galinhas, gansos, gado, arroz, cana de açúcar, trigo, cebolinha, alho e laranja. No tempero, eles dão sua principal contribuição: além de impor o gosto pelo sal e ensinar a salgar a carne para conservá-la, trouxeram consigo o cravo, a erva-doce, a canela e o alecrim. Já os negros que eram caçadores natos incorporaram a sua dieta os animais que tinham acesso como tatus, lagartos e capivaras.

Baseada nas coisas simples

Portanto, a origem da culinária mineira é baseada nas coisas simples, que podiam ser conseguidas mais facilmente, como a mandioca, feijão, milho, verduras, frango e porco. Um bom exemplo é o angu mineiro, prato que leva apenas fubá e água, consumido com couve refogada e linguiça de porco frita.

A couve foi trazida pelos colonizadores portugueses e se incorporou a pratos típicos da culinária mineira (Pixabay)

E com isso criou-se ao longo dos anos pratos apreciados no Brasil e no mundo. E uma peculiaridade da culinária mineira é o uso de vegetais, alguns bem típicos como o ora-pronobis. Somado a isso está o almeirão, taioba, cansanção, quiabo, abóbora, couve, chuchu que são apreciados por suas cores, sabores e aromas marcantes. E somado a isso, estão as sobremesas que foram incorporadas dos colonizadores portugueses e que misturado a raízes do Brasil, deram origens a iguarias como: doce de leite, de cidra, limão e laranja, a brevidade, o piranguinho (pé de moleque), a pamonha envolvida em folha de bananeira, a queijadinha, a mãe benta, o quebra-quebra, a broinha de fubá mimoso ou de amendoim e o biscoito de polvilho eram os preferidos. E visando preservar ao máximo a tradição, algumas receitas foram registradas como “patrimônio cultural” de Minas Gerais para evitar futuras descaracterizações, como é o caso da receita do pão de queijo e do queijo-minas.

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Tradição nos hotéis

Nos hotéis fazenda Menino da Porteira a culinária mineira é um dos grandes atrativos como no Juca Mulato que fica em Itapira na divisa de São Paulo com Minas Gerais. No cardápio é possível encontrar viradinho de feijão, a couve verdinha, a suculenta polenta, o torresmo, os famosos queijos, pães bolo de coalhada, bolachinhas de nata, entre outros. Todos os domingos esse hotel, assim como o Colina e o Bom Café apresentam em seu cardápio pratos típicos da culinária mineira como: Feijão Tropeiro, Tutu de Feijão, Frango com Quiabo e Angu, Canjiquinha com Costelas, Vaca atolada e Leitão à Pururuca. Mas antes de apreciar essas iguarias, são apresentados na entrada itens como: Linguiça Flambada na Cachaça; Torresmo à pururuca; Chouriço; Verduras e Legumes da Horta da Fazenda colhidas do dia. Entre as guarnições estão: Abobrinha com pimenta biquinho; Couve Manteiga com Panceta Banana Frita; Mandioca Crocante; Cafés e Cachaças; Cafés Especiais coados; Chá de Capim Cidreira com folha de Laranja e uma seleção de cachaças artesanais.

E se ainda sobrar espaço no estômago, o hóspede pode desfrutar de sobremesas como: compotas artesanais, queijo frescal do dia, goiabada cascão com rapadura, manjar de coco Vó Maria, ambrosia e pudim de leite. Quem se hospeda no hotel Barretos Country Thermas Park, na cidade de Barretos (SP) além de se encantar, divertir e relaxar, também saboreia as delícias produzidas no Barretos, com o bom e velho fogão a lenha e dezenas de pratos da culinária regional e caipira mineira.

Nesse fogão de lenha dos hotéis fazenda Menino da Porteira são produzidos muitos pratos típicos da culinária mineira

A Queima do Alho é um dos pratos típicos servidos e premiados, pois ele se encaixa no contexto histórico da cidade no qual os peões de boiadeiro iam com suas comitivas para Barretos e sempre havia a pergunta de quem iria queimar o alho? E aquele que se dispunha durante a cavalgada, já começava a descascar o alho e colocar na conserva de gordura animal para que, próximo à refeição, tudo já estivesse preparado.

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Torresmo de Quilo

Um prato que faz muito sucesso no hotel e que tem heranças da culinária mineira é o Torresmo de Quilo. Sua receita é um processo simples, que consiste em cozinhar lentamente a carne temperada do porco em sua própria gordura, em baixa temperatura para eliminar a água e amolecer a pele. Esta técnica de cozimento se chama confitar (confit) e é um dos mais antigos processos de conservação de carnes do mundo.

O Torresmo de quilo acompanha mandioca e farofa

Trazido pelos portugueses e muito usado pelos tropeiros e bandeirantes que levavam carnes conservadas na gordura em latas para suas longas viagens. Depois de cozida, a carne e a gordura são armazenadas juntas e colocadas a descansar por pelo menos 24h00 até o momento de seu preparo, que será frito em gordura quente conferindo a crocância e maciez deste irresistível petisco. Em 2014 o Torresmo de Quilo, foi finalista no festival gastronômico “Sabor de São Paulo” realizado pela secretaria do turismo do estado. Na final do concurso foram consumidos mais de 1 tonelada desta iguaria que ainda acompanha mandioca temperada com pimenta rosa e limão e farofa preparada na manteiga e banha de porco.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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