Conciliar atividade mineral e o turismo é debatido no Encontro da Hotelaria Mineira
Direto de Brumadinho (MG) – Terminou agora a pouco a primeira palestra da grade de programação da 19ª edição do Encontro da Hotelaria e Gastronomia Mineira. O evento que acontece no Instituto Inhotim, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, é promovido pela FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação e tem a Revista Hotéis como Midia Oficial.Mineração a nossa origem, turismo o nosso futuro! As atividades são reconciliáveis? Esse foi o tema da palestra e contou com a participação de Wilson Brumer, Presidente do IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração e Mauro Werkema – Jornalista e Escritor e que já ocupou diversos cargos públicos, como Presidente da Belotur.
Brumer começou dizendo que o acidente que aconteceu na mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, se deve tirar um grande aprendizado para que fatos como esse, não devem acontecer novamente. “CPI´s são feitas para apurar o ocorrido e muitas vezes são improdutivas e de fato concreto nada acontece. A indústria de mineração tem de rever processos, ver o que está errado, ter humildade de ouvir as comunidades. A mineração gera emprego, fomenta a economia, mas defendemos a mineração com responsabilidade. No Brasil temos mais de 9.400 empresas de mineração na cadeia produtiva e ela é enorme, mas temos que unir em razão do que aconteceu”, destacou Brumer.
Segundo ele, Minas Gerais tem de se desenvolver com minas, pois isso está em seu DNA, mas a mineração tem se adequar as boas práticas. “É possível conciliar mineração com o turismo, pois esse é um ciclo que alavanca a economia nos municípios enquanto existe a atividade mineral e depois que ela acabar”, concluiu Brumer.
Mineração é o DNA de Minas Gerais
Werkema começou sua palestra dizendo que a mineração está intrinsicamente ligada a atividade econômica de Minas Gerais que tem mina até no nome e nasceu alguns fatos históricos. Entre eles, como se deu a ocupação do território mineiro através dos bandeirantes em busca de ouro que formou os primeiros povoados e vilas. “Após o ciclo das grande minerações que acontecem em Minas Gerais e no Brasil, estou convicto que agora está para acontecer o ciclo do turismo. Temos um grandioso potencial para receber bem mais de 6,5 milhões de turistas ao ano. O turismo tem uma característica distinta que estimula de forma rápida o giro e o consumo”, disse Werkema.
Ele deixou três pontos para reflexão da mineração e turismo. Aplicação dos recursos dos royalties da mineração no turismo em cidades mineradoras, mas muitos prefeitos utilizam para pagar o funcionalismo público. A criação de geoparque turístico e cultural em cidades como Ouro Preto e Mariana, onde nasceu a mineração em Minas Gerais. No Brasil o único geoparque é em Araripi, no Piauí. E a terceira sugestão foi a recriação da linha mineira, que saia de Belo Horizonte, passava por Ouro Preto e chegava até Mariana, mas depende da autorização da Vale que tem outorga dessa linha.
A reportagem da Revista Hotéis viaja para cobrir esse evento em razão da parceria com a FBHA e se hospeda no hotel Intercity Belo Horizonte Expo.