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Colchões de espuma passam a ser normatizados pelo INMETRO

Esta é uma grande conquista do setor colchoeiro, pois como não havia normas e obrigações a serem seguidas, 67% dos colchões brasileiros apresentavam inconformidades. Isto prejudicava o setor, como o hoteleiro, e a saúde dos consumidores

Passou a vigorar em todo o Brasil no último dia 6 de agosto a portaria 79 publicada em 3 de fevereiro de 2011 do INMETRO —  Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial que estabelece as diretrizes e critérios para a fabricação de colchões e colchonetes de espumas. “Os fabricantes tiveram um prazo de 30 meses para se adequarem a esta normatização e a partir de agora, nenhum colchão ou colchonete de espuma pode ser fabricado no Brasil sem se enquadrar nesta portaria que estabelece até fevereiro de 2015 o prazo final para a comercialização nos pontos de vendas de produtos sem esta conformidade. Estes colchões e colchonetes terão o Selo de Identificação da Conformidade, expedido exclusivamente por OCP´s — Organismos de Certificação de Produtos acreditados pelo INMETRO”, explica Cristiane Sampaio, Pesquisadora da Divisão de Programas de Avaliação da Conformidade do Inmetro.

Segundo ela, caso sejam verificados produtos não conformes após os prazos estabelecidos, o INMETRO e IPEMs poderão aplicar as penalidades/sanções previstas na legislação, que variam entre advertência, multa, apreensão de produtos nos pontos de venda/distribuição, sua inutilização, até a interdição do fabricante.

Conquista para o setor

Para receber o Selo, as indústrias devem cumprir normas que determinam, por exemplo, dimensões (comprimento, largura e espessura), resistência da matéria-prima em relação à possibilidade de ruptura, alongamento e rasgo, revestimento, deformação perante a compressão, resiliência, vida útil, fadiga entre outros requisitos. Esta é uma grande conquista para o setor no Brasil, pois até então, havia apenas o selo pró-espuma qualidade da INER — Instituto Nacional de Estudos do Repouso e a norma 13.579 da ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas para fabricação de colchões para orientar o mercado, mas como ela não era obrigatória, a maioria não seguia. O resultado é que 67% dos colchões brasileiros apresentam inconformidades, conforme testes realizados em 2008 pelo INMETRO. Sem fiscalização era comum encontrar fábricas de fundo de quintal vendendo espumas com densidade 23 como se fossem 33. E para chegar ao peso, alguns fabricantes colocavam outras matérias primas como pneus picados, restos de solas de sapatos, papelão, entre outros. Com isto ganhavam uma grande competitividade, pois quase 80% do custo total de um colchão é proveniente da espuma. “Milhares de colchões de espumas foram fabricados no Brasil nos últimos anos sem quaisquer critérios e apresentando inúmeros problemas. Isto além de gerar uma concorrência desleal, apresentou prejuízos incalculáveis para os consumidores que pagavam por um produto com expectativa de que seja muito bom e levavam produtos sem nenhum padrão de qualidade, comprometendo assim sua própria saúde. Esta práticas prejudicaram e atrasaram a criação de um mercado colchoeiro saudável, onde todos busquem oferecer cada vez mais produtos com qualidade e também procurem investir cada vez mais em novas tecnologias e processos produtivos. A Certificação Compulsória dos colchões de espuma chegou em muito boa hora e agora além de normatizar os produtos, disciplinar os fabricantes para as boas práticas, vai beneficiar em muito os consumidores”, atesta Antônio Gomes da Silva, Diretor executivo do  INER — Instituto Nacional de Estudos do Repouso que deu uma grande contribuição na elaboração do Regulamento da Certificação Compulsória dos colchões de espuma.

Desconfiança do mercado

Com esta falta de conformidade e desconfiança do mercado, os fabricantes de colchões de espuma perderam nos últimos anos um grande mercado consumidor: o hoteleiro. “O setor hoteleiro até duas décadas atrás utilizava, em quase sua maioria, colchões de espumas nas categorias até 4 estrelas. Os hotéis padrão 5 estrelas utilizam o molejo com a obrigação de cumprir as pré exigências da EMBRATUR que obrigava-os a ter colchões de molas e boxes. No entanto, com a evolução da economia nacional após o plano real, brasileiros que visitavam o exterior conheceram e admitiram as qualidades superiores dos colchões de molas. Com isto passaram a exigir dos hotéis esse novo padrão de conforto, bem como, a procurar no mercado para seu uso residencial. Evidenciamos também o aumento do turismo exterior no Brasil e a chegada das grandes redes internacionais, forçorsamente também contribuiu para essa mudança”, analisa Fêlix Raposo, Diretor administrativo da Socimol que produz o Colchão Ônix.

Ele foi um dos participantes da Comissão de Estudo de Colchão e juntamente com os demais fabricantes de colchões, colaborou na elaboração e adequação de requisitos referentes à portaria 79. Por isto, Raposo está com uma boa expectativa que a normatização resgate a credibilidade perdida dos colchões de espuma e que as vendas aumente de forma acentuada junto aos hotéis. “A partir desta normatização as maquiagens existentes no mercado desaparecerão, ficando o colchão de espuma moralizado com densidades reais e não nominativas como antes. Haverá um nivelamento do mercado para um nível real e honesto de qualidade nos produtos, pois estes produtos passarão por rigorosos testes de qualidade, seguindo normas técnicas específicas. Quem ganha com isso é o consumidor, que passará a receber o produto escolhido exatamente de acordo com as especificações estabelecidas nas etiquetas”, assegurou Raposo.

Regulamentação do setor

Outro tradicional fabricante de colchões e fornecedor da indústria hoteleira que está bastante confiante nesta normatização é o Diretor executivo da Plumatex, Rodrigo Miguel de Melo. “Como não havia nenhum controle ou mesmo fiscalização sobre a qualidade da matéria prima utilizada nos colchões e colchonetes de espuma, muitos pseudos fabricantes aproveitavam desta situação para colocar produtos sem nenhum padrão de qualidade no mercado. Se levarmos em consideração que a espuma representa um custo de até 80% num colchão, se um determindo fabricante reduzisse a qualidade, ele ficaria com um preço mais competitivo e prejudicava as empresas sérias que atuavam no mercado e que investem em tecnologia. Com a normatização, os próprios fabricantes vão fiscalizar a si mesmos e se for constatado que um colchão não atende as normas, as sanções são muito pesadas, podendo inclusive a empresa ser fechada”, lembra Melo.

Com a obrigatoriedade de todos os fabricantes de colchões ou colchonetes de espuma terem um produto com o mesmo padrão de qualidade, na opinião de Melo vai fazer com que prazo de entrega, bom atendimento e pós venda sejam diferenciais de competitividade, o que equlibra as forças do mercado. O consumidor de uma maneira geral será o grande beneficiado, assim como o segmento hoteleiro. “O colchão de espuma é tão bom ou em alguns casos melhor que o molejo, mas como não havia uma normatização, os hotéis tinham receio de adquirir este produto. Agora este produto vai crescer muito no segmento hoteleiro e estamos preparados para atender com cinco modelos de densidades de 18, 20, 23, 28, 33 e 45 que atendem aos vários biotipos”, enfatiza Melo.

O Grupo Americanflex também teve participação ativa na elaboração da Portaria 79, fazendo parte do conselho técnico para a elaboração da resolução. “Sempre seguimos as normas da ABNT e também do Selo Pró-Espuma Qualidade. Por isso, não foi preciso grandes mudanças para se adequar às normas estabelecidas pelo INMETRO. Tanto que fomos uma das primeiras a conquistar o selo compulsório que é importante tanto para as empresas como para os consumidores. Ter o respaldo de um instituto como o INMETRO é mais uma garantia para quem compra, pois o cliente tem a certeza de que está comprando um produto de qualidade e que irá atender às suas necessidades nos diversos modelos que oferecemos”, assegura o Diretor Diretor Vice-Presidente Grupo Americanflex, Johnny Jardini Júnior. Ele também está bem confiante que a normatização dos colchões de espuma dará um grande impulso nas vendas para as grandes redes hoteleiras. “Elas irão destacar o fato de possuírem colchões certificados em seus quartos como um diferencial a mais oferecido aos hóspedes. Estamos preparados para atender este setor com o Clinoflex – D45, D33, D28. Esse colchão possui dupla certificação – Inmetro e Pró-Espuma Qualidade”, concluiu Júnior.

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