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CNC: receitas do setor de turismo devem recuar ainda 4% este ano

Levantamento exclusivo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) sobre o setor de turismo, realizado para o Congresso Nacional de Hotéis (Conotel), mostra que o segmento dos meios de hospedagem cresceu nos últimos dez anos, gerando maior empregabilidade, apesar da crise que afeta o setor nos últimos três anos.

Enquanto a indústria e o comércio varejista já ensaiam uma recuperação, os segmentos de serviços e o turismo ainda não saíram da crise. As perdas de faturamento no turismo chegam a R$ 157 bilhões entre 2015 e 2017. Para o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, se a economia mantiver o ritmo atual de reação, os serviços devem sair da crise em fevereiro de 2019 e o turismo em janeiro de 2020. “A crise ainda não acabou para o turismo, apesar do crescimento da economia mundial (+3%) e nacional (+2,5%), a previsão é que o volume de receitas do setor deverá recuar ainda 4% em 2018”, prevê Fabio Bentes.

Nível de atividade

No período de 2015 a 2017, os serviços de hospedagem fecharam quase sete mil estabelecimentos com vínculo empregatício (que possuem pelo menos 1 funcionário), encerrando 13.600 postos de trabalho formal. “Na passagem de 2016 para 2017, é possível ver que a crise perdeu força, mas ainda está presente para os meios de hospedagem. Os serviços não essenciais tendem a demorar um tempo maior para sair da recessão”, afirma o chefe da Divisão Econômica da CNC.

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O volume de receitas do turismo nacional teve queda de 6,5% em 2017, amargando a terceira queda anual consecutiva desde 2015, o que demonstra que nem os Jogos Olímpicos, realizados em 2016, mudaram a realidade recente do setor. “As Olimpíadas foram um alívio pontual para o turismo no Rio de Janeiro, no mês de agosto de 2016, mas não foram o suficiente para mudar a tendência de queda na receita”, explica Bentes. Mesmo com o menor faturamento em 2017, o turismo ainda teve um saldo positivo de geração de 7.910 vagas de emprego formal no País. “Para um setor que emprega formalmente mais de três milhões de pessoas, a geração de vagas em 2017 representa quase uma estabilidade, já que representa um aumento de 0,2%”, esclarece o economista.

Em 2017, entre os estados o destaque negativo fica com o Rio de Janeiro, que sofreu queda real de receita de 19,5%, eliminando 13.400 postos de trabalho. Outras unidades da Federação que tiveram queda de receita foram Distrito Federal (- 19,3%), Rio Grande do Sul (-8,0%) e São Paulo (-7,1%).

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Condições de preços e serviços

A recuperação do emprego no mercado de trabalho brasileiro começou em 2018, mas ainda é muito lenta e está concentrada na informalidade, em que os salários são mais baixos, o que é possível observar com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE.

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Entre as principais iniciativas do setor hoteleiro diante da crise, observa-se um esforço na redução dos preços e na melhoria das condições de crédito, com o barateamento da diária média dos hotéis, que teve uma queda de 12%, de 2015 até abril de 2018. Também é possível observar uma queda no valor da prestação de serviços turísticos que inicia em 2017. A confiança do consumidor e do setor produtivo, embora ainda baixa, encontra-se no patamar mais alto dos últimos quatro anos, principalmente por conta das expectativas para os próximos meses. “As condições para o turismo interno estão mais favoráveis do que um ano atrás, pela melhora moderada na renda, nas condições de financiamento e no preço dos produtos turísticos. Até o câmbio mais alto acaba favorecendo a busca por serviços turísticos no Brasil”, afirma o economista da CNC.

Os meios de hospedagem na última década

Apesar da crise, um olhar de longo prazo sobre o segmento de meios de hospedagem permite verificar um crescimento médio de 22% no País, com destaque para o Norte e o Nordeste. O maior número de estabelecimentos gerou contratações e um aumento de mão de obra de 39%, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O perfil do trabalhador também mudou nesse período, com um aumento no número de contratação de mulheres acima dos 65 anos e com nível médio completo.

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