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Cautela e sensatez para o Carnaval

Artigo de Alexandre Sampaio* – Fevereiro se aproxima e, com ele, o Carnaval – a maior festa popular de nosso país, que arrasta milhões de brasileiros e estrangeiros para as ruas. Mas, novamente, nos deparamos com um cenário semelhante ao de 2021: aumento absurdo de casos de contaminação. Após muitas especulações, tudo indica que o Carnaval de rua, que ocorreria entre os dias 25 de fevereiro e 5 de março deste ano, está oficialmente cancelado em várias cidades do Brasil, entre as quais: Belém, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Manaus e os mais famosos, como Rio de Janeiro e Salvador, também estão na lista de cancelamento.

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A notícia não abala somente os foliões saudosos, que anseiam por retomar a folia e celebrar a vida, mas também prejudica os setores de comércio e serviços, especialmente aqueles ligados ao turismo, o que inclui os setores de hospedagem, alimentação preparada e bebidas. Já podemos projetar queda de 20% a 25% no faturamento deste ano, o que é considerado um valor alto, pois, em muitos pontos turísticos, o ápice de arrecadação anual e a maior oportunidade de novos negócios para micro, pequenos e médios empresários são oriundos das festas de Carnaval. Na hotelaria, os preços vão baixar para tentarmos reverter a situação, mas, ainda assim, não teremos boa ocupação. A preocupação é constante, principalmente onde temos muito turismo de folia, como Salvador e Rio de Janeiro.

Cautela e sensatez para o Carnaval
Muitas cidades do Brasil já cancelaram as festas de carnaval em rua, como Florianópolis (Foto Divulgação)

E nos bares e restaurantes estima-se queda de 50% a 70% com relação ao período pré-pandemia. Para dimensionar as perdas, podemos observar que, de acordo com a CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o Carnaval é responsável, tradicionalmente, por 30% de todo o faturamento do turismo em fevereiro. O economista da CNC, Fábio Bentes, explica que este ano o prejuízo acaba sendo ainda maior porque o setor já vem perdendo receita desde o início do ano passado. A CNC calcula ainda, que o segmento já tenha perdido cerca de R$ 261,3 bilhões, entre março e dezembro do ano passado — o equivalente a mais de quatro meses de faturamento, sendo que apenas o setor de turismo perdeu cerca de 400 mil vagas formais de trabalho em 2020, em decorrência da crise sanitária.

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Incertezas sobre o risco

Apesar dos prejuízos financeiros, que são muitos e inestimáveis, a inquietação com a possibilidade de contágio acelerado de Covid-19, da variante ômicron e da influenza em decorrência do Carnaval resultou nestas medidas severas para o período. São muitas incertezas sobre o risco representado pela nova cepa do coronavírus à economia global. Portanto, esses cancelamentos são um mal necessário neste momento. Devemos buscar obedecer às normas sanitárias e incentivar à vacinação para que tão logo retomemos as festividades brasileiras e, consequentemente, a economia do nosso país. A situação nos exige cautela e sensatez para que futuramente possamos trilhar novos caminhos de recomeço e comemorações.

Cautela e sensatez para o Carnaval
O fato de não ter blocos de carnaval na rua, projeta queda de 20% a 25% no faturamento deste ano dos setores de hospedagem, alimentação preparada e bebidas – Foto – Divulgação
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Entretanto, ressalto que é importante que sejam adotadas, pelas autoridades, medidas compensatórias para os setores envolvidos. Destaco que, em efeito cascata, um dos cenários será a diminuição de postos de trabalho e a retração da renda da população, uma vez que o Carnaval ajuda a girar a economia.

*Alexandre Sampaio é Presidente da FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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