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Captação de recursos para investimentos foi tema do 20º Encontro da Hotelaria Mineira

Encerrando o primeiro dia do 20º Encontro da Hotelaria Mineira – Edição Virtual, o painel “Como restabelecer o capital de giro e levantar recursos para novos investimentos”, procurou jogar uma luz sobre a incerteza que paira sobre o mercado no atual momento, em que a hotelaria começa a desenhar a retomada de suas atividades e diferentes estratégias para reaquecer a ocupação e obter um resultado no mínimo satisfatório em 2020.

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Participaram deste painel, Alexandre Zubaran, CEO da Enjoy Hotels & Resorts e José Eduardo Mendes, CEO da VOA – Transformação Hoteleira. Marcos Valério iniciou o terceiro e último bloco do programa dando as boas vindas aos convidados. “Sabemos que o sistema financeiro brasileiro tanto privado quanto público não fornece as condições adequadas para o fornecimento de recursos para investimentos e melhorias dos negócios”, disse o mediador passando a palavra para Alexandre Zubaran.

De acordo com Zubaran, o momento é atípico: “Estamos com recursos do tesouro sendo repassados para bancos públicos para o socorro das empresas de modo geral. O último discurso de Paulo Guedes, um desabafo emocional, foi bem encaixado, mas na ponta, o dinheiro não chega e a falha é essa: o dinheiro está empossado. Dinheiro há, mas a análise de crédito está fora de sintonia com o momento em que vivemos. O Banco do Brasil não está em campo e isso me causa estranheza, já que ele possui capilaridade com as pequenas empresas. Nós representamos 8% do PIB, eu dirijo a área hoteleira de duas cadeias, a Enjoy e a WAM Resorts, que reabriu o Hotel Nacional do Rio de Janeiro. Obviamente adotamos todo o respeito para com os colaboradores, com as remarcações dos hóspedes e atenção com o desenvolvimento de produtos que possam manter o caixa vivo nesse momento”.

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Zubaran disse que a crise foi sentida em dois momentos distintos: “No começo todos estavam em casa, preocupados com a aula das crianças, com as informações, etc. Passada a primeira fase, já adaptados a esta vida, e eu particularmente bastante produtivo no home-office, percebo que as pessoas estão comprando. Estão comprando eletro-eletrônicos, jogos de panela e projetos parados de dentro de suas casas. Nosso produto no entanto, precisa da segurança, as pessoas precisam sentir que podem colocar suas famílias no carro e ir a um destino onde nossos hotéis estejam operando. A remarcação, por meio de cupom compre agora e viaje quando puder foi a nossa estratégia e isso está movendo a venda tanto na Enjoy quanto na WAM. Preocupações iniciais foram medidas de proteção ao caixa, readequação do produto, foco nas ações de curto prazo, e muito cuidado com medidas desesperadas como cortes desnecessários. Atuando no turismo já tive de fechar empreendimentos por febre amarela, conflito no golfo e todas as vezes o fluxo retornou em um patamar superior ao de antes da crise, com muito mais força. A retomada virá, não perca o otimismo”, complementou.

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Marteen Van Sluys quis saber de Zubaran a sua visão sobre o crédito disponível. “Existe, dependendo do seu porte, até 30% de endividamento. Se eu dirigisse um empreendimento pequeno, não pensaria duas vezes em adquirir esse empréstimo – em doze vezes”, afirmou Zubaran.

Valério abordou o tema da multipropriedade, no qual Zubaran atua nas duas cadeias. “Especialmente a WAM tem foco em empreendimentos de multipropriedade e eu não conheço modelo de negócio mais sustentável. No entanto, escolher os parceiros é fundamental. A figura do incorporador, ou proprietário, é um dos elos. A comercializadora é outro elo. Todos nós moramos em residências e sabemos como é difícil para as administradoras, a dificuldade de atender a todos os interesses. Imagine isso dividido em 15 mil. É preciso estar com gente muito séria e muito experiente. Assessoria jurídica é fundamental: desde o contato com a prefeitura, a convenção do condomínio, etc. Não é pra qualquer advogado. O outro elo, um dos mais importantes, é o dos clubes de vantagens, ou empresas de intercâmbio. Elas mantém ativa a carteira de clientes. O quinto elo é o da administração hoteleira, que desenvolve a relação com os proprietários. Temos desde prédios de mil apartamentos a dezoito apartamentos, mas mesmo pequeno o empreendimento, implica-se a necessidade de um relacionamento poderoso. A multipropriedade é uma alternativa sim, mas deve-se atentar a esses cinco elos”, ressaltou Zubaran.

José Eduardo Mendes falou sobre a VOA – Transformação Hoteleira

Para José Eduardo o modelo de negócio da VOA pode ser um aliado do hotel para atravessar o quadro atual da economia. “Concordo com o comentário do Zuba, mas adiciono a isso a atuação da Caixa. No meu network nos hotéis da VOA não temos visto a atuação da Caixa. Não tenho uma clareza do momento da recuperação, mas ela deve vir em algum momento. Somos um País que têm tudo para dar certo no turismo, sobretudo no turismo interno. Eu tenho esse otimismo e costumo dizer que o hoteleiro no Brasil é um empreendedor e este é um otimista por natureza. Destinos menos dependentes de malha aérea devem se recuperar com mais agilidade. A VOA é uma start-up de tecnologia surgida há um ano. Percebemos que o Brasil é diferente dos Estados Unidos, possui uma hotelaria totalmente pulverizada, com mais de 90% do mercado que não faz parte de nenhuma companhia hoteleira. Atuamos na distribuição desses pequenos e médios hotéis e percebemos fazeno isso que, quando uma rede global chega ao Brasil, sempre olha para cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e não chegam nas regiões não óbvias. Nós queremos dar a base para o pequeno e médio hoteleiro dessas cidades voar e se desenvolver. A VOA também conecta esses hoteleiros a linhas de crédito”, explicou Mendes.

 

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