Terminou instantes atrás no hotel Renaissance, localizado na capital paulista, um debate sobre o tema: Hotéis – Quais os mercados que ainda estão saudáveis no Brasil. Diversos incorporadores, construtores, investimentos e executivos do setor hoteleiro debateram os novos rumos do setor. O painel faz parte do evento Brazil GRI 2013, um dos maiores eventos do gênero no Brasil que se encerra amanhã, e que conta com o apoio de mídia da Revista Hotéis.
Os executivos hoteleiros presentes eram Roberto Amorim, Vice presidente de aquisições e desenvolvimento da Starwood Hotels & Resorts no Brasil, Guilherme Cesari, Vice presidente de desenvolvimento da Marriott International Brasil e Ricardo Manarini, Diretor de desenvolvimento da rede InterContinental Hotels Group no Brasil. Ele iniciou o debate afirmando que a localização do empreendimento hoteleiro é um ponto essencial para a rentabilidade do empreendimento, assim como o mercado onde está inserido, destacando a cidade de São Paulo como uma das regiões mais interessantes para se investir hoje no Brasil. Porém ele ressaltou que os custos elevados dos terrenos, inviabiliza muitos projetos.
A cidade do Rio de Janeiro, principalmente a região de Copacabana também foi lembrada por Manarini como promissora, mas esbarra também na especulação imobiliária que inflacionou o preço dos terrenos. “Na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, os terrenos ainda continuam com preços altos, mas estudos de viabilidade econômica apontam uma superoferta, assim como acontece na cidade de Belo Horizonte”, lembrou Manarini.
Roberto Amorim também destacou que problemas nos projetos é tão letal ao fracasso de um hotel, assim como a superoferta. “Existem muitos problemas nos projetos que se agravam com a localização. Se você tiver um bom projeto, um bom produto e um bom parceiro, as condições para viabilizar um empreendimento são propicias, mas não é permitido errar na localização do empreendimento”, alertou Amorim.
Já para Guilherme Cesari comentou sobre a existência de poucos projetos em execução na capital paulista e sobre a superoferta hoteleira. “O conceito de condo hotéis na cidade de São Paulo, foi responsável pelo desenvolvimento do parque hoteleiro mais moderno do Brasil. Como houve uma superoferta num primeiro momento, houve baixa rentabilidade para os investidores, mas este momento já foi superado e hoje o que vemos é uma demanda aquecida. Eu acredito que o condo hotel ainda é o sistema mais vantajoso para o incorporador, operador e investidor e esta será a base do crescimento da hotelaria brasileira nos próximos anos”, destacou Cesari. Ele lembrou que recentemente, numa única noite, um empreendimento de bandeira econômica foi vendido totalmente na região da Av. Paulista, comprovando o sucesso do condo hotel.
Se existe demanda para novos hotéis na capital paulista, o mesmo não se pode dizer da Região Metropolitana, isto é o que acredita Manarini. “Existem alguns hotéis em construção na Região do ABC paulista com cerca de 400 apartamentos numa mesma edificação. Devemos ficar alertas para saber se haverá demanda suficiente para esta ou outras regiões. Algumas administradoras estão aceitando este desafio, mas é preciso ter muito cuidado. Nós da IHG avaliamos muito os riscos, pois o maior patrimônio para nos é o desempenho de nossas marcas”, revelou Manarini.
Cesari concordou com Manarini que reputação é o que existe de mais valioso para uma administradora hoteleira. “O que faz um investidor decidir pela compra de um apartamento de um hotel é saber qual será a bandeira. Temos uma preocupação com nossa reputação, pois um empreendimento que não dá rentabilidade aos investidores ocasiona perdas irreparáveis à marca. Por isto, analisamos muito o mercado e primamos em desenvolver nossos produtos em cidades primarias e secundarias”, conclui Cesari.
