Entrevista

Blue Tree Hotels foca expansão em cidades do interior do País

Consolidada no mercado pela qualidade e elegância de serviços prestados aos hóspedes, sempre trazendo inovações práticas e conceituais, a rede Blue Tree Hotels, administra 24 unidades hoteleiras, em 18 cidades de Norte a Sul do País, totalizando 4.809 apartamentos. Atualmente possui sete contratos assinados para gestão, sendo cinco no interior do estado de São Paulo, um no Rio de Janeiro e outro em Santa Catarina.

 

No comando da Rede está Chieko Aoki, considerada a Dama da Hotelaria Nacional e recentemente eleita pela Revista Forbes como a segunda mulher de negócios mais poderosa do Brasil. A executiva está focando o crescimento da Blue Tree Hotels em cidades com crescimento sustentável e onde estão concentradas grandes empresas que geram principalmente turismo corporativo, como Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, que são alvos de estudos da Rede.

 

Com o crescimento da economia brasileira e o aquecimento do segmento hoteleiro, Chieko revela nesta entrevista exclusiva os planos ousados de expansão da Rede, os diferenciais de sua administradora, os desafios e riscos do investimento hoteleiro, capacitação profissional e o legado que os grandes eventos esportivos deixarão para a hotelaria Nacional. Confira a seguir mais detalhes desta entrevista exclusiva e os projetos da Blue Tree Hotels para os próximos anos.

 

Revista Hotéis — O que diferencia a Blue Tree Hotels das demais administradoras hoteleiras no Brasil afim de convencer os investidores a confiar um determinado empreendimento?

 

Chieko Aoki — A Blue Tree tem uma forte competência como administradora, no que investe continuamente com o desenvolvimento de um sistema próprio de gestão de resultados que permite acompanhar a operação dos hotéis em tempo real assim como dar suporte às unidades, como se estivéssemos muito próximos, por meio de encontros semanais, ou mais frequentes, se necessário, via videoconferência, além de apoio continuo às equipes por meio de treinamento direto ou e-learning. Com tais ferramentas buscamos tratar cada investimento hoteleiro pelas suas peculiaridades locais, características de produto, maturação, tipo de mercado, etc, formando uma personalidade única que o diferencie. Da mesma forma buscamos atender aos nossos hóspedes. Esta é a nossa vocação: tratar cada empreendimento, investimento, cliente, de maneira personalizada, entendendo as suas necessidades e maximizando os seus aspectos positivos e atraentes.

 

Revista Hotéis —  Como é lidar com a pressão dos investidores, pois ainda existem muitas construtoras, incorporadoras ou corretoras que prometem retorno acima de 1% sobre o capital investido e a administradora acaba tendo que lidar com esta expectativa de resultado. Na sua opinião investir em hotéis é um negócio seguro e rentável?

 

Chieko Aoki —  Todo negócio é cheio de desafios, e na hotelaria não é diferente. Assim como há pressão pelos resultados, há também a alegria de conseguir superá-los. Nossos investidores são responsáveis e também não fazemos parcerias com incorporadoras que sonham grande demais. Estudamos previamente o mercado, temos a nossa avaliação e formamos a parceria com base em pesquisas de performance que alinhamos tanto com os investidores quanto com as incorporadoras. Acreditamos e buscamos parcerias que tenham objetivos semelhantes aos nossos no que diz respeito a resultados positivos, viáveis e cumplicidade no atingimento dos diversos resultados, como os financeiros, de valorização do investimento e de realização da equipe do hotel.

 

Revista Hotéis — Quantos empreendimentos hoteleiros a Blue Tree administra atualmente? Qual é a taxa de ocupação e a diária média praticada?

 

Chieko Aoki — Atualmente administramos 24 empreendimentos em 18 cidades de Norte a Sul do País, totalizando 4.809 apartamentos. Em 2012 atingimos a diária média de R$ 263 e a marca de 60,3% em ocupação. Apenas no ano passado passamos a operar três importantes hotéis: Blue Tree Premium Congonhas, um dos maiores complexos hoteleiros de São Paulo, com 528 apartamentos, no mês de abril; o Blue Tree Park Búzios Beach Resort, um dos maiores e mais completos resorts do Rio de Janeiro, com 335 quartos, em agosto; e, em outubro, o Blue Tree Towers Rio Verde, na capital do agronegócio de Goiás, com 156 apartamentos.

 

Revista Hotéis— Como a Blue Tree consegue atuar com êxito no segmento de lazer, pois poucos resorts no Brasil conseguem romper a barreira dos 60% de taxa de ocupação ano e sofrem muito com a sazonalidade. É possível imaginar resorts econômicos no Brasil assim como existem em outros países para incrementar a ocupação deste setor?

 

Chieko Aoki —  Realmente, o Blue Tree Park Lins é um case de sucesso.  Localizado longe da cidade de São Paulo, quando começamos a operar o resort era pouco conhecido até pelos moradores da região.  Fizemos a nossa lição de casa, fortalecendo a cultura de excelência em serviços, demos total atenção às sugestões dos hóspedes e as viabilizamos, assim como criamos novos serviços para atender ao crescente mercado de terceira idade e as famílias. Identificamos que as famílias são muito unidas nas cidades da região e todos convivem e fazem programas juntos, adoram eventos. Portanto, criamos muitos encontros. Inclusive, um deles, a Semana da Cultura Japonesa, que já está em sua sexta edição e neste ano será realizada entre 4 e 11 de agosto, passou a fazer parte do calendário oficial da cidade de Lins.

 

Sobre resort econômico, nunca pensei a respeito porque nossa vocação é diferente. Acreditamos em resort como local para as pessoas passarem seu tempo valioso usufruindo do lazer, comendo e bebendo com prazer, afinal resort é divertimento, conforto e felicidade em tempo integral; é uma recompensa a nós mesmos. Assim, é até gostoso sentirmos que merecemos gastar um pouco mais, mas também é fundamental que o hóspede sinta que valeu cada centavo, que teve momentos memoráveis, felizes. Nossa missão é exceder as expectativas. Quando o hóspede fica feliz, tudo valeu a pena para ele, foi econômico; por outro lado, se não gostou, dirá que a brincadeira saiu muito cara…

 

Revista Hotéis — A Blue Tree firmou recentemente cinco contratos de administração para empreendimentos que estão sendo erguidos em Barueri, São Carlos, Ribeirão Preto, Valinhos e Votorantim. Quando é que estes empreendimentos entram em operação, quantas unidades habitacionais disponibilizarão no mercado e o impacto que dará a consolidação da Blue Tree? 

 

Chieko Aoki — Daremos início à operação destas cinco unidades localizadas no interior de São Paulo até o ano de 2016. O Blue Tree Premium Alphaville terá 322 apartamentos; o Blue Tree Towers São Carlos, 256; o Blue Tree Towers Valinhos, 126; o Blue Tree Towers Votorantim, 300; e o Blue Tree Premium Ribeirão Preto, 315. Ao todo serão 1.319 unidades habitacionais que consolidarão nossa presença na região, que já conta com o Blue Tree Towers São José dos Campos e o resort Blue Tree Park Lins.

 

Não podemos deixar de mencionar dois importantes contratos firmados em outros estados: o Blue Tree Premium Nexus Macaé, no Rio de Janeiro, com 336 apartamentos, e o Blue Tree Towers Itajaí, em Santa Catarina, com 200 apartamentos. E para o primeiro semestre do ano que vem está prevista a abertura do Blue Tree Park Termas do Tabuleiro, com infraestrutura completa para lazer e eventos, incluindo 203 unidades habitacionais, salão de jogos, salas de bilhar, de danças, artes marciais e recreação infantil, piscina coberta com toboáguas e cascata, piscina com ondas, adulto, infantil e para bebês, de biribol, rio lento para passeio com boias com bar molhado, playground aquático, quadras poliesportivas, de tênis e squash, campo de futebol, academia, bocha e boliche, além de spas, um auditório com capacidade para cerca de 110 pessoas e um salão para 1.000 participantes.

 

Revista Hotéis — É coincidência estes cinco contratos assinados no estado de São Paulo ou este será o nicho de mercado que a Blue Tree elegeu para o crescimento nos próximos anos?

 

Chieko Aoki — O foco de crescimento da Blue Tree é em cidades com crescimento sustentável e onde estão chegando, ou já se consolidaram, empresas que geram principalmente turismo corporativo. O interior paulista está em franca expansão e conseguimos encontrar as características citadas acima em todas as cidades nas quais firmamos contrato de administração de novos empreendimentos. Mas como o nosso foco de trabalho é o mercado brasileiro como um todo, são alvo de estudos da Blue Tree outras grandes cidades como Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, por exemplo.

 

Revista Hotéis — O momento é de investir para suprir a demanda ou existe risco de super ofertas? 

 

Chieko Aoki —  O mercado brasileiro é muito grande, o que torna difícil cobrir todas as perspectivas com uma resposta positiva ou negativa. Existem mercados que continuam absorvendo mais hotéis, como a cidade e a grande São Paulo.  Ao mesmo tempo, há sim vários mercados com tendência de excesso de oferta. Quem ganha é o consumidor, que terá mais opções, mais hotéis modernizandos para manter-se competitivo, mais qualidade e também preços melhores.

 

Mais do que pensar em excesso de oferta de hotéis, é hora de acompanhar o mercado nacional e internacional, o fluxo do dinheiro que circula pelo mundo. A melhora da economia dos Estados Unidos está atraindo recursos do mundo para lá, com consequente redução de recursos para países como Brasil, Índia, China e outros, o que reflete na economia desses países.

 

Revista Hotéis — Várias redes hoteleiras adotaram o modelo de franquia para acelerar o crescimento no Brasil. A Blue Tree pretende adotar este modelo ou incrementar a internacionalização da marca?

 

Chieko Aoki —  Uma das características do meu perfil é a flexibilidade.  Não gosto de ser categórica porque as situações e condições peculiares podem justificar decisões futuras diferentes das que teria se fosse hoje. Ao mesmo tempo, tanto franquia quanto internacionalização têm exigências diferentes e grandes desafios, por isso não faria como opção para acelerar o crescimento, já que o foco da Blue Tree é crescimento consistente, sustentado. 

 

Revista Hotéis — A capacitação profissional na hotelaria preocupa a Blue Tree? Este é um gargalo ou o setor está preparado para atender a demanda com excelência nos serviços?

 

Chieko Aoki —  Hotelaria e Turismo são carreiras em que a profissionalização é recente no Brasil, mas mesmo assim temos cursos que podem ser comparados aos de tradicionais centros de educação do exterior, com professores competentes, exigência de estágios práticos e rica formação acadêmica.

 

Não podemos negar que a experiência prática é fundamental e que características próprias dos profissionais, como prazer em bem servir e trabalhar com alegria e igual prazer, fazem toda a diferença. Em qualquer profissão é preciso gostar, ter paixão e brio, pelo seu trabalho. Neste aspecto, a forma como a empresa cuida de seus colaboradores, não apenas do seu bem-estar, mas também do seu desenvolvimento profissional e pessoal, a forma como cria oportunidade de crescimento, como indica, incentiva e envolve nos aspectos positivos e sobre como contribui para a economia e para a sociedade são fatores talvez até mais importantes do que a capacitação profissional, pois quando se tem paixão, as pessoas conseguem fazer mais e melhor e serem felizes.

 

Além dos fatores humanos, certamente trabalhamos com a capacitação. Quem gosta do que faz, quer sempre aprender mais. Por isso, na Blue Tree, acompanhamos de perto o treinamento nos empreendimentos, assim como temos programas corporativos como a Academia de Excelência, um sistema educacional online disponível para nossos mais de 2,5 mil funcionários diretos, que oferece aproximadamente 100 cursos destinados a todos os níveis hierárquicos. A partir desta ferramenta, buscamos não só a padronização dos serviços em todas as nossas unidades, mas também a capacitação dos colaboradores para que possamos fazer, como já disse, sempre mais e melhor.

 

Revista Hotéis — A Revista Forbes elegeu recentemente a Senhora como a segunda mulher de negócios mais poderosa do Brasil. O que a Senhora atribui esta eleição e que consequências poderá ter nos planos da Blue Tree?  

 

Chieko Aoki —  Essa avaliação da revista Forbes, na verdade, é mérito da Blue Tree. O reconhecimento não é da Chieko Aoki, mas de toda a equipe da empresa que atinge as metas de resultados financeiros e de excelência em serviços. Da mesma forma, toda a equipe compartilha agora comigo a responsabilidade de superar as expectativas, que cresceram depois deste ranking. Nesse aspecto, agradeço muito ao prêmio, pois agora compartilhamos – toda a equipe e eu – metas mais altas, mais diferenciais, mais clientes encantados. Felizmente nada vem de graça; tudo tem reciprocidade. Nossa forma de agradecer pela premiação é superarmos as expectativas do mercado que nos elegeu.

 

Revista Hotéis — Na opinião da Senhora, haverá algum legado para a hotelaria pelos grandes eventos que o Brasil irá sediar nos próximos anos?

 

 

Chieko Aoki —  Acredito que por conta do grande esforço que está sendo feito para melhor atender aos turistas que participarão da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos teremos a profissionalização do setor em todas as vertentes, conquistaremos maior visibilidade internacional e também ganhos em infraestrutura para o País. Quanto maior a ação pré-evento, maiores serão os ganhos pós-evento. De todo modo, está em cada um de nós formar este legado. A Blue Tree quer fortalecer as suas características, suas forças positivas, para mostrar para brasileiros e estrangeiros além da capacidade e competência acima do que esperam encontrar, mas também que somos seres humanos que nos preocupamos sinceramente com cada hóspede, com seu bem-estar, segurança e que queremos que fiquem felizes por estarem com a nossa equipe. Assim é a nossa contribuição, nosso legado… para ser vivido, transmitido, perpetuado…

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