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Artigo: Porto de Galinhas (PE) só não hospeda crise

*Otaviano Maroja

O turismo de Porto de Galinhas vive um de seus melhores momentos. Definitivamente, a crise econômica e o problema epidemiológico do país, que, aliás, é continental, não se hospedaram no quinto destino de lazer mais visitado do Brasil. Pelo contrário, o paraíso de belezas naturais apoiou-se no profissionalismo de setores ligados à atividade turística para atingir o nível recorde de 1 milhão de visitantes, consolidando-se como um destino cativo de sul-americanos.

Somente em janeiro deste ano, por exemplo, a hotelaria local registrou uma taxa de ocupação média de 78%, oito pontos percentuais a mais do que no mesmo período de 2015. Este resultado evidencia o olhar atento do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau (Porto de Galinhas CVB), que em conjunto com a Associação dos Hotéis (AHPG), dinamiza suas ações para preservar as boas médias expressivas de ocupação, inclusive, neste difícil ano de 2016.

Aproveitando o cenário atual, vejo que o caminho do sucesso é continuar facilitando a vinda de turistas estrangeiros, em especial os sul-americanos. Para se ter uma ideia, nesta virada de ano, os argentinos representaram mais de 79,27% dos visitantes estrangeiros. Os resorts, hotéis e pousadas já estão fazendo sua parte ao trabalharem com pagamento parcelado em mais vezes para manter a atratividade do destino para os brasileiros.

E a entidade, por sua vez, traçou planos para se aproximar do país vizinho, colocando uma assessoria de imprensa in loco em solo portenho e investindo na capacitação de agentes e operadores de viagem, por meio de feiras e workshops, além de convidar jornalistas a conhecerem o destino. A maior disponibilidade de voos regulares operados pela TAM desde o ano passado, e a entrada da Gol a partir de 26 de março, foi outro facilitador. Razões como essas têm elevado a expectativa da hotelaria, que otimista, projeta um crescimento da presença estrangeira em torno de 20%.

Com a definição do plano estratégico da entidade, colocado em prática desde 2015, Porto de Galinhas vem se beneficiando mais ainda ao atrair novos turistas no campo dos negócios. A capitalização de recursos por meio de patrocínio, a captação de eventos e outros incentivos colocou o destino na agenda das grandes corporações. Mesmo diante de uma queda nas viagens corporativas, chegamos a atrair cerca de 5.600 pessoas e geramos um impacto de R$ 10,9 milhões no ano passado com o segmento MICE (Meetings, Incentives, Conferences e Exhibitions).

Outra estratégia, com enfoque em marketing, foi a consolidação da marca Porto de Galinhas. Por meio do trabalho de branding, o balneário pernambucano ganhou uma nova identidade visual que acabou sendo imortalizada com a construção do letreiro turístico de frente para a praia, trazendo mais uma experiência aos visitantes. Em breve, se tornará realidade também o novo website interativo do destino, que funcionará como uma central de reservas hoteleiras, totalmente integrada aos portais dos empreendimentos associados.

Mas há algo substancial no balneário pernambucano que me leva a crer no seu potencial turístico (e ele sempre esteve lá!). Trata-se da sua capacidade em reunir atividades de lazer variadas aliadas à experiência única de se aventurar em meio à vegetação quase intacta e ao rico ecossistema marinho. Sem falar, é claro, no clima agradável da região. Uma pesquisa do Sebrae-PE apontou que 95,92% dos turistas que vieram a passeio tinham como fator decisório o sol e a praia.

A cada vez que Porto de Galinhas é colocada frente a frente com um novo desafio, constatamos claramente sua força natural. Assim como a simplória e antiga vila de pescadores ascendeu como um dos destinos turísticos mais cobiçados do Brasil, assim como um surto de cólera em 1992 fez nascer a Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas, facilmente a região saberá lidar com qualquer adversidade. Pois o destino vale-se por si só, constituindo-se como roteiro completo para diferentes públicos e sendo sempre a opção mais convidativa para famílias e casais apaixonados.

* Otaviano Maroja é presidente do conselho do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau (PGCVB)

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