Arena ESG, na Equipotel, recebeu Luiza Trajano e Chieko Aoki
As convidadas falaram sobre o combate à violência contra a mulher
A 61ª edição da Equipotel, principal evento do setor de hospitalidade da América Latina, realizado este ano no Expo Center Norte, em São Paulo, entre os dias 17 e 20 de setembro, preparou um espaço para palestras, painéis e apresentações chamado Arena ESG. O primeiro painel do dia foi “Turismo e Hospitalidade: expandindo fronteiras e oportunidades paras as Mulheres”, com Luiza Trajano, Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza; e Chieko Aoki, Fundadora e presidente da rede Blue Tree Hotéis.
Ana Biselli, Presidente Executiva da Resorts Brasil, e Cássio Garkalns, Mestre em Turismo, deram as boas-vindas às convidadas e falaram da importância de trazer figuras como elas para um evento dessa magnitude. Em seguida, Chieko Aoki começou sua explanação dizendo que o setor hoteleiro está com um déficit de profissionais. Depois, ela contou sobre a iniciativa Grupo Mulheres pelo Brasil, que foi fundado por Luiza Trajano há dez anos atrás com cerca de 40 mulheres, e hoje já são mais de 123 mil em todo o Brasil e até em outros países. “Somos um grupo suprapartidário, não somos contra os homens, e sim, a favor das mulheres. Temos comitês de mulheres no agronegócio, empreendedorismo, na saúde, que tem como objetivo a luta a favor das mulheres que sofreram algum tipo de violência, de todas as idades”, ela disse.
Chieko ainda salientou que o Grupo criou a ação Unidos pela Vacina, durante a pandemia, quando houve um trabalho de conscientização e uma parceria com as prefeituras. “O grupo conseguiu muitas doações, conseguimos que muitas mulheres estivessem vacinadas e protegidas”, afirmou. “É muito importante, a cada passo, sentirmos que somos capazes. Coisas que como seres humanos, não podemos permitir, devemos acabar com a violência de qualquer tipo, inclusive contra as mulheres”, lembrou Aoki.
Luiza Trajano iniciou sua fala informando que a cada duas horas uma mulher é morta no mundo. “Achamos que a violência está longe, mas ela está mais perto do que imaginávamos, pode ser com uma sobrinha, uma filha. A violência contra a mulher acaba com uma família. O índice de violência contra crianças também aumentou. Uma das nossas metas é divulgar isso para a imprensa e fazer com que seja mais falado por todos”, ressaltou.
Elizabete Leite, Representante da Uzoma Diversidade, também deu o seu depoimento sobre o tema. “A violência contra a mulher não é restrita a uma camada específica da sociedade, nem a idade, etnia, a roupa usada, a religião, ela atinge a todos. Tivemos 22% de aumento na violência contra a mulher no ano passado. Decidimos não ficarmos parados e, começamos a denunciar. A meta é de acabar com a violência contra a mulher em seis anos, uma meta ambiciosa e que precisamos lutar por ela, melhorando os índices. Precisamos de leis mais severas e também de conscientização, os poderes público e privado precisam agir nesse sentido”, disse. Ela contou que já há uma parceria do Grupo Mulheres pelo Brasil com a Eletromidia, que trabalha com anúncios em displays e e visores pelo transporte público, para divulgar o combate à violência contra a mulher. Paula Albuquerque, do Núcleo Barueri do Grupo Mulheres pelo Brasil deu mais detalhes sobre o Violentômetro, uma ferramenta que identifica as intensidades da violência contra a mulher.
Aoki também contou que a Rede Blue Tree ajuda os refugiados. “Preciso salientar que a primeira coisa fundamental é a conscientização das pessoas terem uma vida mellhor, viemos de uma indústria chamada Hospitalidade, precisamos tratar bem e servir não só os nossos hóspedes, e sim a todos que precisam”, afirmou. De acordo com a Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, “para mim o perfil que eu admiro muito é quando a pessoa “quer”. O Magazine Luiza acolhe muitas mulheres que sofreram violência e temos psicólogos para ajudar. O turismo gera emprego para todos, inclusive para as mulheres que já sofreram ou sofrem algum tipo de violência”, concluiu.