Anuário de mobilidade da Buser revela dados do transporte rodoviário

A tecnologia e a inovação no setor de transporte rodoviário de passageiros estão baixando os preços das viagens, aquecendo o setor de turismo e aumentando a geração de empregos na área dos transportes. Essas são algumas das principais conclusões do primeiro Anuário LCA/Buser de Transporte Rodoviário de Passageiros no Brasil. O estudo traça um raio-x da mobilidade nas estradas brasileiras nos últimos anos, e traz perspectivas para o setor até 2025 a partir de dados operacionais da ANTT, de agências reguladoras de transporte estaduais, e da própria Buser e suas parceiras de fretamento.
O principal destaque do material produzido pela LCA é justamente a contribuição das plataformas tecnológicas para o crescimento do setor nos próximos quatro anos. Pelos cálculos da consultoria, o aumento “natural” da demanda por transporte rodoviário em 2025 seria de 14,5%, considerando a média de preços praticada atualmente pelas empresas ditas regulares. No entanto, com a presença de plataformas tecnológicas como a Buser (que oferece viagens mais baratas usando o modelo de fretamento colaborativo), esse crescimento pode chegar a 29,7% no mesmo período. O estudo destaca, ainda, que o efeito da concorrência no mercado de transporte rodoviário, gerado pela chegada da tecnologia, pode aumentar o PIB do turismo em R$ 2 bilhões em 2025. Um incremento de 80%, já que a previsão sem a tecnologia fica na casa dos R$ 2,5 bilhões. Com as plataformas de viagens, o valor estimado chega a R$ 4,6 bilhões, dado o aumento da demanda.
Outro impacto positivo da inovação está na geração de emprego: com a expansão de operações como a da Buser, a expectativa é gerar mais 110 mil empregos no setor de transportes em 2025. Um incremento de 50 mil postos adicionais de trabalho, já que a projeção inicial sem a presença das plataformas tecnológicas era de 60 mil.
Tecnologia alavancará o setor ainda mais no Norte e Sudeste
Analisando os dados por região, o Norte aparece como destaque em relação ao crescimento que as tecnologias podem trazer ao setor de transporte nos próximos nos próximos quatro anos. Num cenário em que haveria apenas o incremento de renda per capita, estima-se um crescimento de mais de 26% na demanda por transporte nessa região. Já num cenário com reduções de preço em decorrência de plataformas como a Buser, o crescimento estimado salta para 42%. Isso só considerando a região Norte.
Movimento semelhante nota-se em relação ao Sudeste: a redução no preço das viagens de ônibus gerada pelas plataformas de tecnologia deve gerar na região um crescimento no setor de transporte rodoviário de cerca de 41%, uma variação até maior do que na projeção nacional. Sem a presença da inovação, o aumento do volume de passageiros seria menor, em torno de 25%. “Um país de dimensões continentais como o Brasil precisa de soluções que combinem diferentes modais e diferentes modelos para transporte de passageiros. O fretamento colaborativo pode suprir lacunas no setor rodoviário, incrementando a quantidade e qualidade dos serviços sem onerar as contas públicas”, afirma Claudia Viegas, economista-chefe da LCA.
Olhando apenas para São Paulo e Minas Gerais, estados de maior representatividade no transporte rodoviário do Brasil, projeta-se um crescimento potencial ainda maior com a presença das plataformas de tecnologia. Em São Paulo a expansão estimada chega a 43,7%, com um fluxo interestadual de passageiros de 13,5 milhões. Já em Minas, estado que recentemente aumentou a restrição em relação à Buser e suas parceiras de fretamento, a expansão pode alcançar 42,5%, resultando em mais 4,3 milhões de usuários do serviço. Em um cenário sem a participação das plataformas, o crescimento da demanda em São Paulo seria de apenas 28,5%, enquanto em Minas seria de 27,4%. Ou seja, a inovação trazida pela tecnologia, em ambas as cidades, tem potencial para incrementar em pelo menos 15 pontos percentuais as taxas de aumento da demanda por viagens rodoviárias.