EspecialÚltimas Notícias

Alta do dólar e escassez de matéria prima impacta a hotelaria

Diferentes players da indústria falam sobre estratégias para manter o fornecimento e a operação hoteleira, reafirmando a retomada definitiva do setor no País

A ascensão dos números do turismo e da hotelaria, após quase dois anos de restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, continua a todo vapor, mas muitos elos da cadeia hoteleira, responsáveis pelo fornecimento de produtos e serviços essenciais para uma estada excelente, tiveram, durante todo esse período, diferentes desafios e dilemas para manter entregas e prazos em dia, sem que o hóspede – elo final dessa corrente – acabasse vivenciando uma experiência com menos brilho, conforto e eficiência.

Publicidade
Clima ao Vivo

A vacinação sem dúvida tem peso relevante para a retomada dos negócios da indústria da hospitalidade no Brasil, com o viajante cada mais interessado pelo turismo doméstico, em viagens mais curtas e em destinos paradisíacos que proporcionam maior contato com a natureza. O lazer despontou em 2021 e diversos resorts e redes hoteleiras referência no segmento já celebram esse momento, com previsões positivas para o segundo semestre. Para manter esse viajante satisfeito com a estada, a Harus, empresa de destaque no segmento de amenities para a indústria de hospitalidade no Brasil, revela sua estratégia para driblar os desafios trazidos pela pandemia, garantindo o mínimo impacto nos preços e o abastecimento regular a todos os empreendimentos que atende no País e fora dele.

Segundo Luís Roberto Magrin Filho, Diretor-geral da Harus, a retomada da hotelaria já pode ser percebida pelo aumento das vendas, mas com ressalvas. “Sem dúvida, já é possível sentir os efeitos da retomada nas nossas vendas – o aumento de pedidos registrado nos últimos meses é considerável. Dito isso, é preciso pontuar que esse movimento de retomada ainda não acontece integralmente, em todo o setor. Os hotéis voltados às viagens de negócios seguem sofrendo. Para esses estabelecimentos, o cenário de incerteza permanece porque não se sabe como o segmento se comportará uma vez que todas as restrições sociais tenham terminado”.

Publicidade
VIPH

Magrin explica que atualmente a Harus utiliza matérias-primas 100% nacionais, mas que só optar pelo produto nacional não basta para diminuir o custo. “Toda a nossa base de insumos é nacional, mas está vinculada às cotações do dólar e do euro – sofrendo variações diárias, por vezes bastante grandes”, observa. E o impacto é grande: “Temos hoje matérias-primas com aumentos elevadíssimos, acima de 90%. Itens como a Massa Base, utilizada na produção de sabonetes, têm sofrido variações semanais de preços, enquanto parte dos químicos utilizados nas composições vem sendo reajustada diariamente. Seguindo a nossa premissa de oferecer sempre o melhor atendimento e logística aos nossos clientes, temos feito o que podemos para minimizar o impactos dos preços na ponta final. Onde não é possível, negociamos as condições para seguir fornecendo os melhores amenities a todos”.

Alta do dólar e escassez de matéria prima impacta produtos hoteleiros
Luís Roberto Magrin Filho: “Sem dúvida, já é possível sentir os efeitos da retomada em nossas vendas” (Foto – Divulgação)

O Diretor da Harus revela que durante a pandemia, houve sim, ruptura da cadeia de suprimentos, e que mesmo com a melhor organização do mercado e redução das restrições, essa ruptura ainda gera atrasos. “O que nos preocupa hoje é o período de fim de ano, em que a demanda cresce exponencialmente, num momento em que a logística ainda está fragilizada”, revela. “Acho importante que se entenda que o mercado ainda sofrerá impactos ao longo dos próximos meses. Não acredito, neste momento, que os preços voltarão a baixar tão cedo, dada a intensa demanda. Além disso, devemos estar preparados para a falta de alguns itens, já que o transporte marítimo segue com problemas e com custo altíssimo – na minha opinião, totalmente fora da realidade”.

O executivo se refere a recente ‘desorganização’ sem precedentes na logística do comércio internacional, causada principalmente pela pandemia e que culminou em congestionamentos de portos, falta de equipamentos e fretes com valores muito altos, muito além do que se pagava antes do coronavírus.

Publicidade
Ameris

Em webinar realizado no dia 27 de julho deste ano, a CNC – Confederação Nacional da Indústria evidenciou desafios enfrentados pelo Brasil em função da falta de alternativas logísticas e do aumento do custo do transporte marítimo, que afetou de maneira generalizada todas as cadeias produtivas em diversas partes do planeta.

Segundo o Portal da Indústria, desde julho de 2020, a retomada da economia em diversos países resultou em um aumento de encomendas por insumos e mercadorias do comércio exterior em níveis acima das projeções e da capacidade logística dos armadores e terminais portuários. Fretes que custavam em média US$ 2 mil por contêiner antes da pandemia, alcançaram valores próximos a US$ 10 mil (no caso de rota para o Brasil, tornando-se o frete mais alto com origem da China). Magrin conclui: “Na Harus, o que temos feito é abastecer nossos estoques. Fizemos compras até dezembro, buscando reduzir ao máximo o impacto de uma possível ruptura no futuro para os nossos clientes. É claro que o recebimento desses insumos ainda depende do mercado, mas, da nossa parte, a programação está feita”.

Desempenho em alta

Principal nome no segmento de câmaras frigoríficas para cozinhas de hotéis e restaurantes, a São Rafael também precisou adequar-se ao cenário trazido (ainda que de forma temporária) pela pandemia. No entanto, o desempenho da companhia no ano de 2021, segundo o Diretor de vendas & aplicação, João Alberto Costa Rodrigues, “pode ser considerado excelente. Estamos muito próximos das metas que projetamos para o ano, mantendo os investimentos em melhorias e inovações”.

Alta do dólar e escassez de matéria prima impacta produtos hoteleiros
João Alberto Costa Rodrigues: “Estamos muito próximos das metas que projetamos para o ano, mantendo os investimentos em melhorias e inovações” (Foto – Divulgação)

Segundo Rodrigues, os desafios para manter os números e a reputação no mercado “são frequentes e parecem intermináveis, pois a cada dia sofremos com as inseguranças econômicas e principalmente políticas. Parte importante dos materiais sofreram e continuam a sofrer reajustes totalmente fora dos padrões, com algumas matérias-primas ultrapassando reajustes superiores a 100% no período de 12 meses, o que dificulta muito a retomada para a normalidade de nossos negócios”.

Publicidade
Desbravador
Represamento gera oportunidade

Ainda sobre o mercado, e em especial, o hoteleiro, o Diretor administrativo da São Rafael, Augusto Boccia, opina: “O mercado hoteleiro, um dos mais importantes em que atuamos, nos parece que viverá uma forte retomada em função do represamento vivido até agora. Estamos realizando e desenvolvendo diversas ações, como a oferta de operações de financiamentos para vendas e de antecipação de pagamentos para diversas empresas fornecedoras de pequeno porte, com o objetivo de contribuir com as necessidades do mercado. A vacinação é a principal ferramenta para a normalização mas não é a única, pois variações já observadas do vírus são frequentes, o que não nos permitirá relaxar nas práticas de higiene, de uso de máscaras e de evitar aglomerações. Acreditamos que o mercado estará se adaptando ao longo dos anos com esta e outras realidades, que passarão a ser normais”.

Alta do dólar e escassez de matéria prima impacta produtos hoteleiros
Augusto Boccia: “O próximo ano deverá ser de retomada, porém carregado de desafios” (Foto – Divulgação)

E completa: “Levando-se em conta que até o final deste ano a questão pandemia esteja totalmente superada, fato ainda incerto, o próximo ano deverá ser de retomada, porém carregado de desafios, uma vez que a recuperação plena da economia provavelmente será lenta em função dos significativos estragos causados desde março de 2020”.

João Alberto finaliza: “Ainda para este ano, ampliaremos mais os nossos esforços para não perder nenhuma oportunidade que se apresente assim como intensificaremos a atenção ao planejamento de negócios e do preparo dos nossos times para enfrentarmos 2022 da melhor maneira possível”.

Ainda dentro do segmento de soluções para cozinhas, a Prática, uma das principais fabricantes de fornos e soluções de cocção industriais, por meio do Diretor comercial, Milton Machado, também lança um olhar otimista sobre a retomada do mercado. “É com bastante entusiasmo que estamos acompanhando a retomada do setor hoteleiro. Ainda entendemos o momento difícil que o setor passa, entretanto existe uma forte sinalização da retomada dos investimentos de curto e médio prazo para recompor os aparelhos do A&B. Os projetos novos de longo prazo em certa medida se mantiveram, com pequenas alterações nos cronogramas de obras. Ainda percebemos que as prioridades de investimentos vão sendo definidas principalmente pelo que afeta diretamente a hospedagem do hóspede, portanto olhando o segmento de A&B, os hotéis que têm forte impacto nesse tipo de serviço, estão priorizando as compras de equipamentos para melhor servir sua clientela.

A Prática tem soluções para a elaboração de refeições em diversas áreas hoteleiras, a começar pelo café da manhã, serviços de buffet, banquetes, almoço, jantar, lanches, room service, bar da piscina, pizza, padaria, confeitaria, entre outros. Provemos soluções com nossa linha de equipamentos para que o serviço de A&B seja adequado às experiências gastronômicas que o hotel deseja propiciar aos seus hóspedes.

Temos tido pelo Brasil pedidos de equipamentos, especialmente para a região Nordeste, onde os dados preliminares indicam que as festas de final de ano e o verão, contribuirão para que as taxas de ocupação sejam bem elevadas.

Há hotéis que compraram da Prática equipamentos para encantar seus clientes com novas experiências gastronômicas, como por exemplo: serviço de pizza e assados na área da piscina. Esse nosso forno, o Forza Sti, tem um foot print diminuto, com baixa potência, sem necessidade de coifa e sistema de exaustão, o que permite fácil instalação e assim, a criação de mais opções de pratos e lanches.

Publicidade
Harus

Assim como um hotel que comprou uma Rotisserie Gourmet, um equipamento compacto, sem a necessidade de coifa e exaustão, para preparar grelhados e galetos assados à vista do cliente, fornecendo uma experiência gastronômica inusitada e saborosa. Além disso, alguns hotéis adquiriram nosso ultracongelador de canecas para chopp, se preparando para o verão, pois a expectativa é triplicar a venda de chopp com canecas super congeladas.

Alta do dólar e escassez de matéria prima impacta produtos hoteleiros
Milton Machado: “É com bastante entusiasmo que estamos acompanhando a retomada do setor hoteleiro” (Foto – Divulgação)

Enfim, estamos acompanhando atentamente esses movimentos do setor hoteleiro e com nossa estrutura espalhada pelo Brasil, com show room e espaços de demonstração, atendendo nossos clientes com uma equipe especializada de chefs e consultores, que conhecem as necessidades e podem sugerir as melhores técnicas de preparo de alimentos sem desperdício, com alta produtividade, transformando ingredientes de alta qualidade em refeições inesquecíveis”.

Matéria-prima importada

Machado detalha a importância do contínuo fluxo de recebimento de matéria-prima e componentes para a fabricação e manutenção de equipamentos em meio a pandemia. “O custo das matérias-primas subiu demais e continua subindo, impactos enormes no aço inox, componentes eletrônicos, a alta do dólar, o aumento abusivo do frete marítimo, tudo isso tem causado uma subida acelerada dos nossos custos e nem sempre conseguimos repassar ao preço de venda, pois o mercado ainda está pouco comprador. Alguns componentes nossos são importados e temos uma programação de compras de longo prazo para evitar a falta, entretanto tivemos que antecipar algumas compras e também aumentar nossos estoques o que causa um impacto negativo no planejamento financeiro da companhia, mas resolvemos adotar essa postura para não termos quebra na cadeia de fornecimento.

Os componentes nacionais, que são a grande maioria, tiveram também aumentos desproporcionais. Há fornecedores que garantimos a compra programada para todo o ano de 2022, e tudo isso diminui as margens de contribuição. De qualquer forma tomamos ações que mitigaram a falta de peças e assim pudemos atender nossa clientela. Para alguma falta específica procuramos alternativas similares no mercado nacional. O maior impacto foi no fornecimento de componentes de refrigeração que ainda está sendo resolvido. Em média mantivemos nosso prazo de entrega em 30 dias. Eventualmente alguns equipamentos tiveram seus prazos alongados para 45 dias”, detalha o Diretor. 

Hotelaria é a bola da vez

O Diretor da Prática/Klimaquip é enfático ao afirmar que a hotelaria é o mercado em que mais residem oportunidades neste período de retomada. “Entendemos que o cenário ainda é turbulento e bastante imprevisível, principalmente pelas questões da pandemia, que desencadearam incertezas políticas e econômicas de grande proporção. Decidimos manter o foco onde temos controle, isto é, usar a estratégia do porco espinho e manter o foco em nossos clientes. Sabemos que o bolo (o mercado) ficou menor, portanto nossas ações visam comer mais fatias desse bolo. Estamos tendo bastante sucesso esse ano, fiéis a nossa máxima de proximidade junto aos nossos clientes. Crescemos até o momento 50% esse ano, já operando em níveis superiores a 2019, o que para uma indústria de bens de capitais é bem significativo.

A bola da vez agora é o setor hoteleiro, temos a convicção que usando nossas concessionárias localizadas em Curitiba, São José dos Campos, São Paulo, Campinas, ABCD, Rio de Janeiro, BH, Recife, Goiânia,  Brasília e Fortaleza, locais com uma estrutura excepcional para atender nossos clientes, onde podem ter treinamento gratuito, desenvolver receitas, conhecer novas técnicas de preparo de alimentos, sempre sendo suportados por uma equipe especializada de chefs; estaremos exercendo nosso propósito, que é ser uma ferramenta para elaboração de uma refeição de qualidade, saborosa, com eficiência e sem desperdícios.

Temos também em outras cidades uma estrutura similar às nossas concessionárias, que chamamos de Espaços Parceiros, que podem acolher nossos clientes igualmente, sem falar na maior rede de cobertura nacional com assistências técnicas treinadas e homologadas para total suporte.

Estamos confiantes que superaremos as incertezas que pairam pelo futuro e o segmento de A&B da hotelaria será uma forte ferramenta para atrair o público que está ansioso por se divertir e se relacionar, sempre seguindo os protocolos de segurança”, conclui Machado.

Publicidade
APP da Revista Hoteis
Marca e tradição de peso no mercado

Importante player da indústria, a Tramontina é uma referência quase que automática, presente no inconsciente de milhares de brasileiros quando o tema é utensílios de cozinha. A tradição da marca é um dos pilares que garantem lugar consolidado na retomada, que Cesar Vieceli, Diretor executivo da Tramontina, enxerga com otimismo e positividade. “Na Tramontina estamos bem otimistas! Nós sentimos, ao conversar com os nossos clientes, boas expectativas para a retomada, principalmente dos hotéis de lazer. Muitos deles estão nos buscando para se preparar para a alta temporada.

Alta do dólar e escassez de matéria prima impacta produtos hoteleiros
Cesar Vieceli, da Tramontina: “Percebemos que muitos hotéis estão procurando repor os seus enxovais de A&B” (Foto – Divulgação)

Além das próximas aberturas, que voltaram em ritmo acelerado nos últimos meses, percebemos que muitos hotéis estão procurando repor os seus enxovais de A&B, que é o nosso principal foco de atendimento. Estamos com um ótimo crescimento se comparado aos números faturados para hotelaria em 2020. Claro que, por ter sido o ano de maior impacto, vale notar que já faturamos, até agosto de 2021, o mesmo valor faturado em todo o ano de 2019, com uma projeção de chegar a um aumento de 46%. Os números se mostram otimistas, bem como o mercado como um todo”, observa o Diretor.

O aço inox, item já mencionado anteriormente, reaparece na análise de Cesar sobre a escassez de matéria-prima ocorrida em razão da pandemia. “Praticamente todos os insumos sofreram atrasos ou escassez em algum momento desde o início da pandemia. Atualmente, ainda temos atrasos pontuais em algumas matérias primas, como o aço inox, por exemplo. Hoje, a principal dificuldade está nos componentes importados. Isso porque o tempo de produção e as dificuldades na logística internacional têm alongado muito os prazos de entrega. Toda esta dificuldade está relacionada às paradas ou redução da produção das fábricas por conta da pandemia, e o aumento da demanda em outros segmentos. Por exemplo, as pessoas ficaram mais em casa, e acabaram consumindo mais em outros produtos, como no nosso caso de panelas”.

Tal como os outros fornecedores, Cesar destaca a dificuldade na absorção da alta dos custos e detalha a estratégia da Tramontina para manter os reajustes em níveis baixos. “Os aumentos de custos ocasionados por esta escassez de insumos, o aumento da taxa do dólar, que impacta diretamente em commodities utilizadas nas matérias-primas e o aumento do preço do frete internacional tiveram um impacto direto nos preços de nossos produtos. Por esses motivos, foi impossível absorver totalmente os aumentos que recebemos de nossos fornecedores. Por outro lado, tentamos reduzir custos de produção com melhorias contínuas do processo e ganhos de escala de produção, já que neste período tivemos aumento da demanda. Assim, nossos reajustes ficaram bem abaixo do que recebemos de nossos fornecedores.

Os frequentes atrasos ou faltas de insumos, aliados ao crescimento da demanda, levaram ao aumento dos prazos de entrega. Apenas como um exemplo, recebíamos embalagens em até 15 dias de nossos fornecedores, durante a pandemia chegamos a levar 60 dias para receber uma embalagem. Este cenário continua impactando nos prazos de entrega”.

Capilaridade e comunicação

A Schipper, consultora, importadora e atacadista de utensílios e equipamentos profissionais, nacionais e importados para hotéis, hospitais, restaurantes e similares, com amplas estruturas em São Paulo e Brasília e atuação em todo o território nacional, com equipes altamente qualificadas, destaca nesse período de pandemia a ‘boa capilaridade e oportunidade de dialogar com diversos tipos de clientes pelo Brasil afora’ como pilares de sua sustentação e consolidação mesmo em tempos de adversidade, como os vividos recentemente. Segundo Sérgio Pimenta, Diretor comercial da Schipper, “O que notamos é que os hotéis de lazer, bem como as pousadas, estão com uma demanda bastante alta e com projeções de ótima ocupação, de agora até o término do verão. Os hotéis de negócios tem se recuperado bem, porém de maneira mais lenta. Os restaurantes em geral estão tendo uma ótima recuperação de vendas. A demanda reprimida, provocou aumento de receita e restaurou a necessidade e a capacidade de compra do segmento. Com isto, a Schipper registra uma boa retomada do faturamento, semelhante ao período anterior ao da pandemia”.

A Schipper trabalha com importados e nacionais e de acordo com o Diretor, existe um equilíbrio na demanda por ambos. “Temos um equilíbrio razoável entre eles. Há uma boa demanda neste momento para ambos, mesmo porque, para alguns tipos de produtos e tecnologias não há produção nacional”. Neste contexto, o impacto do dólar é administrado com o cuidado e complexidade que se exige. “Absorvemos boa parte e repassamos o que é inevitável pois o maior esforço é sempre nos manter competitivos”, explica Pimenta.

Alta do dólar e escassez de matéria prima impacta produtos hoteleiros
Sérgio Pimenta: “Os hotéis de negócios têm se recuperado bem, porém de maneira mais lenta” (Foto – Divulgação)
Antecipação é o melhor caminho

O Diretor explica a melhor estratégia para driblar possíveis atrasos e atender a demanda de um setor que está sempre se renovando, como a hotelaria. “É verdade que os fretes estão mais caros, mais demorados e os prazos de produção e entrega das fábricas mais dilatados. Para atender adequadamente a demanda da hotelaria e dos restaurantes estamos nos esforçando ao máximo para sensibilizá-los a antecipar suas compras. Não há outro caminho para este ano, onde existe um desequilíbrio forte entre oferta e demanda. Planejar compras, seja para a operação ou para as implantações, nunca foi tão importante quanto agora. Para isto incrementamos nossa equipe de consultores capazes de assessorar gratuitamente os clientes para que façam boas escolhas, a tempo de atender às suas demandas”.

E conclui com um alerta: “Historicamente o último trimestre do ano é o período de maior demanda para o mercado varejo e também para o mercado profissional de hospedagem e alimentação fora do lar, pelos preparativos das festas de final de ano e do verão. Em 2021 este período será especialmente crítico no que diz respeito à disponibilidade e fornecimento de utensílios e equipamentos. A falta de matéria prima, os aumentos significativos de custos, a capacidade produtiva fragilizada das fábricas, a falta de mão de obra e a sobrecarga nas transportadoras serão responsáveis pelas maiores dificuldades. Portanto, fica o alerta e a sugestão da antecipação de decisões para minimizar riscos e problemas. Afinal, não podemos perder a oportunidade de aproveitar este momento tão especial de recuperação, após o longo período de baixa ocasionado pela pandemia”.

O algodão é um dos insumos impactados pela pandemia do novo coronavírus – (Foto – Pixabay/Erbs55)
Algodão em evidência

Um dos insumos essenciais para a operação de um hotel e que se sobressai quando o tema é conforto – uma das premissas da boa hospitalidade – é o algodão. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de algodão e segundo no quesito exportação do produto, o que lhe valeu o título de maior fornecedor de algodão sustentável do planeta, segundo a ABRAPA – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. Para se ter uma ideia, 75% da safra nacional de 2019/2020, que alcançou a imponente marca de três milhões de toneladas, foi certificada com o selo socioambiental ABR – Algodão Brasileiro Responsável. O Brasil também está no topo no quesito produtividade em sequeiro (ou sem irrigação). Atualmente, 92% das plantações dependem apenas da água da chuva para se desenvolver. Ao mesmo tempo em que produz e exporta, o Brasil também é um dos maiores consumidores mundiais do produto. São cerca de 720 mil toneladas de algodão pluma ao ano. Apesar dos números positivos, a fibra sintética está ganhando cada vez mais espaço nos últimos anos, motivando ações da ABRAPA, como a campanha “Sou de Algodão”, que evidencia os benefícios do fio e seu consumo responsável no País, e o programa Cotton Brasil, dedicado a exportação e que incluiu no seu escopo a abertura de um escritório na Ásia para a promoção do algodão brasileiro naquele mercado.

O Ceará chegou a ser o terceiro maior produtor de algodão do Brasil e primeiro da região Nordeste, mas foi acometido pela praga do bicudo, o que levou muitos agricultores a abandonarem o plantio do produto. Mato Grosso e Bahia hoje são os maiores produtores, com previsão de safra 2020/2021 de 1,724 milhão de toneladas de algodão (70% da produção brasileira) e 510 mil toneladas (25% da produção brasileira). “A matéria-prima é um problema mundial. O algodão, nossa principal matéria-prima, quase dobrou nos últimos 18 meses. Estamos enfrentando atualmente ainda alguma escassez em alguns fios especiais como o fio penteado produzido no Brasil. Todos os insumos derivados do petróleo tiveram aumentos elevados, seguidos por corantes e fios de poliéster que são importados, afetados pela dificuldade nas importações e aumentos expressivos do frete internacional”, observa Márcio Hoffmann, Diretor comercial da Teka, empresa têxtil que é grande fornecedora da indústria hoteleira.

Márcio Hoffmann: “Estamos tendo um volume de vendas muito superior aos anos anteriores” (Foto – Divulgação)

No entanto, apesar dessa constatação, Hoffmann tem boas notícias: “Nosso ano iniciou muito bem, estávamos muito otimistas com esta retomada e sabíamos que aconteceria conforme a escalada da vacinação e redução das restrições. Estamos tendo um volume de vendas muito superior aos anos anteriores, já era esperado pois os hotéis estavam a muito tempo sem adquirir novos enxovais. Sabemos que os hotéis executivos ainda estão sofrendo com baixa ocupação, mas a hotelaria de turismo está a todo vapor com relação a compra de enxoval e foi para este setor que mais nos preparamos para o segundo semestre”.

Previsões positivas

Márcio destaca ainda que a Teka tem boas previsões de vendas para o fim do ano: “Com isso nosso prazo de faturamento que normalmente gira em torno de 30 dias já está em 55 dias, estamos com nossa produção em três turnos para atender da melhor forma possível nossos clientes”. O executivo destaca um novo desafio imposto pela necessidade do mercado: “O cenário econômico mundial nos apresenta um novo desafio, que é produzir e entregar produtos com custo competitivo dentro da necessidade de cada cliente. Continuamos buscando melhorias e aumento de produtividade objetivando o atendimento de todos nossos clientes em tempo hábil com preço justo, onde parte dos aumentos foram absorvidos pela empresa, e num determinado momento, tivemos que infelizmente repassar parte destes contínuos aumentos aos preços de venda”. E conclui: “Este será sem dúvida o melhor quadrimestre da história da Teka em volumes de venda e faturamento, onde estimamos crescimento de 38%”.

Demanda latente

Outra importante indústria têxtil com forte atuação no segmento hoteleiro que está buscando novas estratégias para alcançar seus públicos, entendendo as peculiaridades e tendências de mercado é a Altenburg. De acordo com Rose Rulensky Molon, Gerente linha institucional. “Existe uma demanda latente de aquisição de novos enxovais e de reposição de peças, da busca por novidades e tendências frente ao mercado. Temos um grande time que trabalha focado na linha de hotelaria, entendendo esse novo cenário no mercado e fazendo com que nossos produtos tenham cada vez mais capilaridade neste segmento. Trabalhamos tanto com matéria-prima nacional quanto importada e em razão da elevação dos preços, temos estreitado nosso relacionamento com nossos fornecedores e com toda equipe de importação. O objetivo é garantir um preço justo e que não gere maiores impactos em toda a cadeia produtiva. Nossa grande produção nos gera lastros e possibilita uma boa negociação, fazendo com que esses impactos externos não onerem no preço do produto final”, destaca Rose.

Rose Rulensky Molon: “Existe uma demanda latente de aquisição de novos enxovais e de reposição de peças” (Foto – Divulgação)

Segundo ela, a empresa sente a falta do algodão no mercado mundial, além de outros insumos que vem sofrendo com constantes oscilações. “Mas esse é o momento de muita empatia e discernimento, gerando um menor impacto aos consumidores. Mantemos nossas negociações com todos os fornecedores e, constantemente, abrimos novas frentes de trabalho visando a sustentabilidade da empresa. Todo o segmento industrial vem sendo impactado por questões logísticas. Para equacionar a situação, nosso time estratégico e de desenvolvimento de produtos vem buscando novas tecnologias e trazendo ao mercado novas possibilidades que nos permitam manter nossa qualidade e nossa posição de destaque no mercado hoteleiro”, concluiu Rose.

Período de incertezas

Em meio a um período marcado por incertezas, a saída para algumas empresas foi arregaçar as mangas e partir para o trabalho, buscando novas estratégias e reinventando-se para o mercado. Foi assim com a Ortobom, tradicional marca de colchões. Em 2021 a hotelaria da Ortobom, que antes era um setor agregado ao comercial passou a ter uma gestão exclusiva, com um especialista neste canal para dar foco no segmento. Os resultados não demoraram a surgir e as vendas já tem alta de 184% com a participação em pequenos e médios empreendimentos, médios e grandes redes. “Esse crescimento deve-se a confiabilidade da marca Ortobom, uma empresa com mais de 50 anos de história e Top of Mind pelo público em todo Brasil e também as estratégias específicas voltadas exclusivamente ao setor como a disponibilização de parcelamentos em 24x sem juros, uma equipe de venda robusta e presença em todas as regiões do País, contando com 12 fábricas prontas para atender a todos os pedidos, com a velocidade que o segmento necessita”, explica André Fernandes, gestor de hotelaria da Ortobom. “No ano de 2020 a pandemia afetou muitos segmentos, especialmente a hotelaria. Os primeiros meses foram de grande incerteza, no entanto, o setor sempre apresentou um planejamento muito sólido para abertura de novos estabelecimentos e com o bom andamento da vacinação esses planos tendem a se consolidar. Já podemos observar o aquecimento do turismo de lazer, taxas de ocupação em alta e investimentos. Em contrapartida o turismo de negócios ainda está se reorganizando pois muitas empresas ‘aprenderam’ a operar de forma remota”, complementa.

A Ortobom também sentiu o impacto do fornecimento de matéria-prima durante a pandemia. “Durante a crise de fornecimento de matéria-prima causada pela pandemia, a estrutura de 12 fábricas que a Ortobom tem pelo País nos possibilitou ocupar uma fatia de mercado que foi deixada órfã por empresas que foram obrigadas a paralisar suas atividades. De fato, passar por este período foi um grande desafio para realizarmos as compras de insumos, porém, nosso histórico de mais de 50 anos negociando com fornecedores em todo o mundo nos possibilitou alcançar oportunidades voltadas ao benefício de nossos clientes. Nós lançamos uma linha de colchões com tecnologia Antiviral, a V-Protect que elimina até 99,99% de vírus e bactérias que entram em contato com a superfície do colchão. Sua eficácia foi testada e aprovada pela Unicamp e também por laboratórios internacionais, que atestaram sua efetividade inclusive contra a cepa MHV-3 do coronavírus”, revela Fernandes.

De acordo com o gestor, o crescimento no atendimento a hotelaria continua com previsões positivas para o encerramento do ano. “Nosso crescimento no atendimento ao segmento hoteleiro continua em franca expansão. Somente esse ano contratamos 11 colaboradores para atuar no atendimento exclusivo ao segmento e temos uma área de pesquisa e desenvolvimento dedicada a atender todas as necessidades dos nossos clientes, sejam elas das mais tradicionais até as totalmente inovadoras, com a implementação contínua de modernidade, tecnologia e a qualidade Ortobom de sempre. Assim vamos continuar a oferecer aos nossos clientes produtos com qualidade, preço e condições de pagamento atraentes em 2022”.

A linha Orthotel será um dos destaques da promoção da Ortobom na Equipotel (Foto – Divulgação)

Fernandes finaliza detalhando os lançamentos mais recentes da marca: “Lançamos a linha de colchões com tecnologia Antiviral, ampliamos a nossa linha Orthotel que agora além das opções em mola fio contínuo temos os produtos Orthotel Superpocket Standard, Orthotel Superpocket Luxo e Orthotel Superpocket Super luxo em molas ensacadas. Em novembro estaremos presentes nas feiras Equipotel em São Paulo e na HFN em Recife, onde nossos clientes poderão conhecer em primeira mão essa linha em molas ensacadas e nossos demais produtos. Para finalizar gostaria de deixar a importante mensagem de que estamos atuando, nesse momento, com a crença de que este final de ano é decisivo para que todo segmento hoteleiro se prepare para receber seus hóspedes com ainda mais conforto em 2022”.

Segundo semestre promissor

Outro importante nome quando o assunto é colchão e soluções para hotelaria, a Flex do Brasil também enxerga o ano de 2021 como início de uma ascensão que culminará na normalização do mercado e do aquecimento dos negócios do setor. “Estamos sentindo uma melhora gradativa desde o início do segundo semestre no setor onde vivemos um longo período de baixas. O setor hoteleiro depende em sua maioria do setor de viagens de negócios o qual ficou paralisado sofrendo com grandes períodos com números muito baixos, porém já com alguma sinalização dos grandes grupos multinacionais para investimento no segundo semestre de 2021 no setor de hotéis de turismo, que voltaram a retomar as negociações que ficaram congeladas em 2020, nos mostrando uma tendência de crescimento para o segundo semestre de 2021.

Vinícius Coelho, da Flex do Brasil: “Estamos sentindo uma melhora gradativa desde o início do segundo semestre no setor” (Foto – Divulgação)

Nós da Flex do Brasil nos preparamos para atender esse crescimento de demanda já antecipando algumas ações e suprimentos, para não deixar faltar produtos e serviços para o setor, além de confirmar nossa presença na Equipotel 2021, por entender que essa feira é um marco importante para o segmento hoteleiro. Não poderíamos ficar de fora e estamos levando todo nosso time comercial para o evento”, afirma Vinícius Coelho, Diretor comercial da companhia.

Rafael Gobo, Gerente de Supply Chain da Flex do Brasil, explica: “O Brasil é capaz de produzir 100% de todos os insumos necessários para produção dos colchões e com excelente qualidade, porém, mesmo tendo capacidade de produção de insumos, somos fortemente impactados pelas variações cambiais e custo de comodities como aço, petróleo e outros.

Mesmo tendo a capacidade de produção dos insumos, a matéria prima para produção dos mesmos é em sua maioria importada ou tem sua cotação em moeda estrangeira como POLIOL e TDI para produção de espumas, polietileno para produção de embalagens e fios de poliéster para produção de tecido”.

Sobre o impacto do dólar no orçamento das empresas, Gobo enfatiza que: “Como já mencionado, o dólar tem um importante impacto no custo dos insumos, seja ele porque a matéria-prima utilizada para fazer nossos insumos é importada ou porque utilizamos comodities com precificação internacional, contudo, os custos das matérias dos colchões é composto por uma cesta de produtos com peso (%) distinto em cada colchão. Essa cesta é separada em famílias, por exemplo, espumas, aço, fibras, tecidos e etc., e em cada uma dessas famílias o dólar tem um peso e um impacto diferente que no final conseguimos avaliar a necessidade ou não de repassar esses custos aos nossos clientes, mas, em suma a cada venda, existe uma negociação em toda a cadeia produtiva sempre buscando o melhor de modo a fecharmos bons negócios”.

Rafael Gobo, da Flex do Brasil: “Devido a termos nos adaptados a esse novo momento do mercado, estamos preparados para atender os pedidos de nossos clientes em prazos normais” (Foto – Divulgação)

A escassez de matéria-prima para a fabricação de colchões, também foi observada pelo executivo. “Bem, o ano de 2020 foi um ano desafiador, tivemos ruptura em vários momentos em praticamente todas as cadeias produtivas, faltou matéria prima para produção de espuma, devido a pandemia, o TNT ficou extremamente escasso, o mercado de arame virou uma loucura e foram colocadas cotas de fornecimento que não atendia 30% da nossa necessidade e demanda, porém, tudo isso nos fez buscar e consolidar novas parcerias e fontes de fornecimentos e isso nos fez estar em um momento um pouco mais tranquilo quanto a fornecimento em 2021. Obviamente nossos modos operantes de fazer negócios mudou, pois muitos desses novos parceiros são internacionais e com isso o lead-time de entrega de matéria prima está muito maior, as programações de compras estão abrangendo um período bem maior também e isso nos leva a sermos muito mais assertivos em nossas projeções e maneira de fazer negócios. Então, devido a termos nos adaptados a esse novo momento do mercado, estamos preparados para atender os pedidos de nossos clientes em prazos normais”, finaliza Gobo.

Relação testada e aprovada

A Atlantica Hospitality International, rede que foi destaque no Troféu Fornecedor Destaque da Hotelaria, outorgado pela Revista Hotéis, sentiu os impactos trazidos pela pandemia e criou, em tempo recorde, a sua própria estratégia para que seus hóspedes não fossem prejudicados com a falta de produtos/serviços que consolidaram seu lugar no mercado em 22 anos de operação.

Guilherme Martini, da Atlantica Hospitality International: “Durante a pandemia, nossa relação com os fornecedores foi testada e aprovada com sucesso” (Foto – Divulgação)

Guilherme Martini, COO – Chief Operating Officer da Atlantica, explica: “A Atlantica foi reconhecida como a melhor rede hoteleira que se relacionou com os fornecedores em 2020 na premiação ‘Troféu Fornecedor Destaque da Hotelaria de 2020’ realizada pela Revista Hotéis, reconhecimento que muito nos orgulha. Durante a pandemia, essa relação, que vem sendo construída ao longo dos últimos 22 anos, foi testada e aprovada com sucesso. Mesmo no cenário negativo, nossos parceiros ofereceram descontos relevantes sobre insumos e serviços, além de alongarem os prazos de pagamento, o que beneficiou os investidores dos hotéis operados pela Atlantica.

Sem dúvida, fomos impactados por rupturas de estoques, atrasos de entrega e aumento de custos logísticos, problemas que enfrentamos durante todo o período de pandemia devido à desaceleração da economia. O nosso departamento de Suprimentos – liderado pela Patrícia Koyama -, porém, trabalhou intensamente na substituição de especificações, a fim de evitar que os hotéis ficassem sem os insumos necessários para a operação. Neste momento, temos observado a retomada progressiva da economia e um cenário mais estável na cadeia de suprimentos”.

Dentro da operação dos hotéis, Martini revela qual setor foi o mais atingido pela pandemia. O segmento de A&B – Alimentos & Bebidas foi um dos que mais sofreu. Enfrentamos desafios similares com os operadores de A&B terceirizados e, ainda, tivemos rupturas e aumentos relevantes nos preços de produtos alimentícios, principalmente proteínas. Além disso, houve escassez de matérias-primas como plástico e papelão, o que afetou a cadeia como um todo.

Para os próximos meses, no entanto, estamos otimistas com a plena estabilização no fornecimento de insumos básicos no mercado e com a possível queda da inflação”.

Recuperação em curso

O executivo é cauteloso quando o tema é projeção para o encerramento do ano. “Naturalmente, sofremos o duro impacto da segunda onda de casos e óbitos da pandemia. Orçamos para 2021 um cenário de recuperação desde os primeiros meses, algo que não se confirmou. Pelo contrário, a situação se tornou ainda mais grave durantes os meses de março e abril. Nossa indústria é altamente sensível à disposição das pessoas em viajar, e para tal, elas precisam se sentir seguras.

Nosso foco continua sendo a recuperação de caixa dos hotéis – as medidas governamentais para o setor tiveram impacto limitado durante a segunda onda da pandemia. Em alguns mercados foram necessários aportes adicionais de recursos por parte dos investidores, porém acreditamos que essa situação seja cada vez mais pontual. Ao contrário, já temos hotéis em algumas localidades do país retomando os patamares de rentabilidade pré-crise, o que é um excelente sinal.

Com a aceleração do percentual da população vacinada e a consequente diminuição do volume de casos de COVID-19, prevemos que a receita por quarto disponível chegará a níveis pré-pandêmicos no final deste ano para todos os mercados, exceto São Paulo e Rio de Janeiro, que são mais desafiadores porque dependem do turismo corporativo internacional, bem como de grandes eventos para a demanda de lazer. Hoje, estamos com mais de 140 hotéis em funcionamento, com um índice de ocupação média já superior aos 50%”.

Um olhar para o futuro

Guilherme Martini continua otimista em relação ao futuro do mercado e da retomada, com a vacinação em curso e o retorno das viagens. “A aceleração do calendário de vacinação traz um otimismo para o setor e já vemos reflexo disso no incremento das vendas futuras e no aquecimento das buscas por viagens em todo Brasil. Como parte da estratégia de recuperação, desenvolvemos parcerias e criamos novas oportunidades de receitas para os empreendimentos, focando em campanhas institucionais digitais para alavancar o número de reservas e em blitzes virtuais nas agências de viagens corporativas, além de estreitarmos o nosso relacionamento com a ABRACORP – Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas e com as OTAS (Online Travel Agencies). Também lançamos o Manual de Diretrizes Operacionais e o selo Atlantica Safe & Clean Protocol (AS&CP), esse último em parceria com o Bureau Veritas, líder mundial em testes, inspeções e certificações, que teve como objetivo reforçar os nossos protocolos de saúde, higiene e bem-estar para cuidar da segurança de nossos hóspedes e colaboradores em todos os processos da operação dos hotéis que administramos. Acreditamos que a retomada do setor está intimamente ligada ao avanço da vacinação e à consequente queda das taxas de transmissão e letalidade da COVID-19. Estamos incentivando nossos colaboradores e parceiros a se vacinarem, de forma a garantirmos que todos estejam protegidos e que nossos hotéis sejam locais 100% seguros para receber nossos clientes”, finaliza.

Publicidade
Anuncie conosco

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
CLICK AQUI PARA ESCOLHER O IDIOMA DA LEITURA
error: ARQUIVO NÃO AUTORIZADO PARA IMPRESSÃO E CÓPIA