Entrevista

Allia foca em expansão da marca pelo País

A Allia Hotels possui atuação nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, completará dois anos de atividades em outubro deste ano e já é considerada uma das maiores redes de hotéis do País com 28 hotéis em operação. Atualmente a Rede conta com 28 novos contratos, representando 4.500 quartos de hotéis a serem inaugurados até o final de 2015, o que equivale a investimentos de aproximadamente R$ 600 milhões captados no mercado de investidores.

 

Com o crescimento da economia brasileira e o aquecimento do segmento hoteleiro, a Allia Hotels possui grandes perspectivas para os próximos anos e o objetivo é chegar a mais de 50 hotéis no País em 2015.

 

Com toda esta atmosfera positiva para o setor, o Presidente da Allia Hotels, André Monegáglia traz nesta entrevista exclusiva os planos ousados de expansão da Rede, como se encontra a unificação da Rede Plaza Inn e da Bristol e o lançamento de um modelo de franquia de hotéis 100% nacional que será ofertado ao mercado até 2013.  Confira a seguir nesta entrevista excluiva mais detalhes dos projetos da Allia Hotels nos próximos anos.

Revista Hotéis — Quais os ganhos de escala que a Allia Hotels conseguiu desde que nasceu em outubro de 2010?

André Monegáglia — A Allia Hotels nasceu da união de empresas já muito fortes nos seus mercados de atuação. Um crescimento planejado e bem estruturado nos levou à marca de 28 hotéis em operação e duas novas bandeiras: Allia Gran e uma nova bandeira econômica que está em fase de desenvolvimento e deve ser lançada em breve. Os ganhos em escala podem ser sentidos de forma mais impactante nas áreas de vendas, T.I. (Tecnologia da informação), distribuição (reservas), marketing, qualidade e desenvolvimento (novos negócios) e de forma mais moderada em quase todos os demais departamentos, uma vez que mantivemos as mesmas estruturas originais de apoio aos hotéis, porém com os benefícios das melhores práticas operacionais, que foram identificadas e padronizadas.

Revista Hotéis — Qual foi o impacto que teve a saída do Grupo Solare na aliança do desenvolvimento do grupo que formou a Allia Hotels? Vocês pretendem ter uma outra rede?

André Monegáglia — A Allia Hotels aumentou todas as previsões de expansão de todas as bandeiras (marcas) do grupo. Em 2012 inauguramos dois novos hotéis e pelo menos mais um será inaugurado até o final do ano. Vamos chegar a mais de 50 hotéis no País em 2015, o que consideramos um crescimento bastante considerável. Além disso, vários contratos e possibilidades estão em avaliação. A possibilidade de novas redes ingressarem na Allia é algo que nos interessa bastante e depende muito do perfil desta empresa, pois os compromissos com a qualidade e melhoria de processos e gestão é grande, o que demanda investimentos.

Revista Hotéis —  A unificação da rede Plaza Inn e da Bristol já é uma realidade e a integração já está completa? Estas marcas vão continuar a existir ou serão substituídas por Allia Hotels?

André Monegáglia — A integração passa por pequenos ajustes internos, mas já consideramos a unificação completa na maioria dos departamentos (alguns estão ainda em processo final). As marcas continuarão a existir, já que possuem grande tradição e confiabilidade em seus mercados regionais, elas existirão como bandeiras da Allia Hotels. No entanto, criamos duas novas marcas, a Allia Gran Hotel, no segmento upscale e também uma que será lançada em breve, para hotéis de categoria supereconômica. Estamos investindo no fortalecimento de cada uma das bandeiras e da rede em si.

Revista Hotéis —  Como você analisa o valor das marcas hoteleiras brasileiras. Elas já são suficientemente conhecidas no exterior para se expandirem, assim como as marcas estrangeiras fazem no Brasil?

André Monegáglia — A maior parte das marcas brasileiras está em processo de consolidação no Brasil, e com exceção de alguns mercados da América do Sul, ainda necessitam de maturação para se tornarem internacionais. Para se expandir nacionalmente hoje pesa mais a capacidade de vendas e gestão do que uma marca forte, na maioria dos destinos. Mas isto não significa que os investimentos no marketing e no desenvolvimento de padrões consistentes de marca não estejam ocorrendo. O processo de transformação das administradoras hoteleiras em “brand companies” é uma questão de amadurecimento da atividade, o que vem ocorrendo, especialmente nesta última década.

Revista Hotéis —  Como você está analisando as perspectivas geradas pela Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 para a hotelaria nacional. O momento é de se construir novos hotéis ou corre se o risco de uma super oferta?

André Monegáglia — O risco de uma “bolha na hotelaria” como se tem apregoado existe. Nós, através do FOHB, estamos fazendo um grande esforço para informar os investidores, em qual mercado (destino) esta probabilidade é maior. Os grandes eventos internacionais colaboram positivamente na viabilidade de um novo hotel, em determinado destino, mas na grande maioria nem sequer impacta. O que justifica o investimento hoteleiro é a demanda daquele destino específico, e ela não pode ser analisada ou projetada, com base em eventos pontuais. Depende muito mais do crescimento econômico sustentado do que dos eventos em si. O grande legado destes eventos se dará através da promoção do turismo nacional e dos destinos domésticos além da infraestrutura deixada, que hoje é precária em todos os sentidos.
O investimento imobiliário para renda, diante das atuais taxas de juros no Brasil, se torna cada vez mais atrativo. Cabe agora um processo de aprendizado para que os investidores qualificados percam o medo do risco da operação hoteleira em detrimento de contratos de locação com retornos bem inferiores à nossa atividade.
Eu diria que o momento é de investimentos em novos hotéis, respaldados por estudos de viabilidade econômica, elaborados por empresas fidedignas, e o reposicionamento (reforma) dos hotéis existentes, que não mais fazem frente às demandas dos hospedes, sempre somados a uma gestão profissional. As redes, em sua maioria, estão atentas a isso. Existe uma boa oferta de hotéis/quartos no Brasil, diante da demanda existente. Em muitas cidades, a disponibilidade de hotéis de rede, que oferecem melhor qualidade, localização e os serviços necessários, já são maioria. Os hotéis independentes, que representam aproximadamente 75% do setor, são os mais carentes e necessitam de um reposicionamento mais vigoroso.

Revista Hotéis —  Como se encontra o modelo de franquia de hotéis que a Allia Hotels pretende lançar no mercado. Quais os diferenciais deste modelo com os já existentes?

André Monegáglia — Um modelo de franquia bem estruturado depende de uma capacidade muito grande do franqueador de implantar e sustentar padrões operacionais de serviço junto aos franqueados, além obviamente dos padrões físicos do imóvel, como arquitetura, interiores, comunicação visual, etc.
Os esforços atuais da Allia estão exatamente na estruturação destes padrões, bem como na capacidade de implantá-los e sustentá-los junto aos franqueados, e assim termos capacidade de garantir consistência em nossas marcas.
A fase de revisão jurídica de documentos já ultrapassamos e acreditamos que em meados de 2013 poderemos ofertar o modelo ao mercado, com diferenciais que partem desde a certificação ISO 9001, o Código de Excelência que prevê descontos nas taxas de franquia mediante o cumprimento de níveis de serviço, além das taxas aos franqueados que serão bem inferiores aos padrões internacionais.

Revista Hotéis — Qual é a expectativa da Allia Hotels em relação a este modelo? Ele será a alavanca do crescimento nos próximos anos?

André Monegáglia — Neste modelo de desenvolvimento, nosso foco de atuação são as cidades de médio porte, com população superior a 100 mil habitantes e com demanda do turismo corporativo. Também estamos estudando ações para converter hotéis independentes em hotéis Alliados, franqueados Allia. Acreditamos em ter aproximadamente 30 hotéis franqueados em operação até o final de 2015. Este modelo complementará a oferta atual, baseada em contratos de administração hoteleira, onde assumimos a gestão completa do empreendimento.

Revista Hotéis —  A Allia Hotels lançou recentemente uma ferramenta de reservas na rede social. O que motivou vocês a lançarem esta ferramenta, o que ela facilita no dia a dia das reservas, o relacionamento com os hóspedes e como estão os resultados?

André Monegáglia — Utilizamos atualmente as redes sociais para o fortalecimento da marca e relacionamento com o cliente. A ferramenta de reservas é uma complementação ao relacionamento via redes sociais, um canal a mais de distribuição e vendas, com grandes perspectivas futuras. Ela ajuda a solidificar este relacionamento. Os resultados que temos obtidos são muito satisfatórios. É mais um caminho para trabalharmos a marca e nos aproximarmos ainda mais dos nossos hóspedes, a fim de conhecê-los melhor.

Revista Hotéis — A Allia Hotels fechou recentemente parcerias com distribuidores internacionais. Quais os resultados que estão obtendo? Vocês pretendem fechar outras parcerias semelhantes a esta?

André Monegáglia — Nossa expectativa com estas parcerias é aumentar a produção direta de clientes internacionais, especialmente Europa e Estados Unidos. Estes primeiros meses foram de investimentos na integração e parametrização destes canais. O aumento da produção será natural, através da melhoria constante na gestão destes canais e dos esforços de promoção junto aos principais clientes destes sistemas. Os frutos ainda estão por vir!

Revista Hotéis — Na sua opinião porque ainda prevalece na hotelaria nacional a gestão independente e o conceito familiar de gerir o negócio? Isto tende a mudar nos próximos anos abrindo um nicho para o crescimento das grandes redes?

André Monegáglia — A hotelaria independente representa 75% da oferta brasileira de apartamentos. Esta tendência vem mudando e hoje praticamente os novos hotéis estão associados a uma rede hoteleira. Quando se observa o histórico de performance de um imóvel hoteleiro administrado por empresa especializada, a vantagem sobre os de gestão familiar é positivamente discrepante. A preocupação maior deixa de ser quanto se paga por esta administração, para se concentrar nos ganhos, que são muitos e diversos.
A história do Brasil e do mundo demonstra que são poucas famílias que conseguem sustentar no longo prazo o binômio rentabilidade e manutenção do ativo. Em contrapartida, os hotéis bem administrados (quase sempre por profissionais) se perpetuam e se tornam marcos urbanísticos e referencias turísticos. A falta de informação e conhecimento, sobre as condições e os reais riscos de um contrato de administração hoteleira, precisam ser desmistificados no Brasil!

Revista Hotéis —  Qual é a expectativa de crescimento da Allia Hotels nos próximos anos?

André Monegáglia — A Allia Hotels até o momento possui 28 novos contratos, representando 4.500 quartos de hotéis a serem inaugurados até o final de 2015. Isto representa investimentos de aproximadamente R$ 600 milhões. Certamente novas oportunidades para os próximos anos devem ocorrer, uma vez que o investimento imobiliário, especialmente em hotéis, já possui as rentabilidades condizentes com os padrões mundiais, cabendo ainda ajustes nas expectativas de determinados investidores que ainda esperam margens de retorno no Brasil, incompatíveis com a maturidade e dinâmica de nosso mercado. Sob o ponto de vista orgânico (hotéis existentes), a Allia vem crescendo a taxas superiores a 20% ao ano, em grande parte devido ao ajuste das diárias que estavam achatadas desde término da crise hoteleira de super-oferta, iniciado em 1999 e findo em 2006.

 

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