ABIH-BA divulga balanço da hotelaria de Salvador em 2024

Com números positivos de ocupação e diária média, capital baiana tem boa expectativa para a Lavagem do Bonfim que atrai milhares de turistas

A Hotelaria de Salvador fechou o ano de 2024 com bons índices, tendo uma ocupação média de 64,15%, superior à observada no ano anterior (61,19%) e no período pré-pandemia (62,49% em 2019). A diária média ficou em R$ 643,11, bem acima da de 2023 (R$ 543,22), o que garantiu um Revpar de R$412,53.

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O mês de dezembro seguiu a tendência de alta do segundo semestre com taxa de ocupação de 66,63%, maior que a do mesmo período do ano anterior (63,81%), embora abaixo da de novembro de 2024 (78,12%). Da mesma forma, a diária média de dezembro de 2024 (R$ 752,72) ficou 15,5% acima da de dezembro de 2023 (R$ 651,75). Se retirarmos da amostra os hotéis de luxo, chega-se a uma diária de R$ 558,58 para o último mês de 2024. Os hotéis de lazer tiveram melhor desempenho do que os corporativos em dezembro, com destaque para o polo de Itapuã-Stella Maris (77,71% de ocupação), seguido por Barra-Ondina (76,31%) e Pituba-Tancredo Neves (58,59%).

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De acordo com os dados da ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil, o número de passageiros no aeroporto de Salvador (6.769.268) cresceu 3,9% entre janeiro e novembro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior (6.512.254), aproximando o número de passageiros ao registrado antes da pandemia (7.430.760 de janeiro a novembro de 2019). Com a maior oferta de voos, o número de passageiros internacionais teve um crescimento mais significativo (4,5%), passando de 121 mil em 2023 para 175 mil em 2024 nos primeiros onze meses, mas ficando ainda abaixo do número de passageiros internacionais anterior à pandemia (178 mil em 2019).

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Fachada do Salvador Bahia Airport (Foto: Will Recarey)
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De acordo com Wilson Spagnol, presidente da ABIH-BA – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Seção Bahia, a hotelaria vem registrando procura expressiva neste verão em quase todas as 13 regiões turísticas, promovendo o aumento de contratações temporárias em quase todos os destinos. “A hotelaria é um segmento altamente empregador, pois funciona em três turnos, absorvendo mão de obra de diferentes qualificações. Precisamos enfrentar os desafios ainda não solucionados, sobretudo na baixa estação que começa logo após o verão, para que essa mão de obra temporária possa ser efetivada”, ressalta o presidente.

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Wilson Spagnol, presidente da ABIH – BA – Divulgação

Dentre os desafios mencionados estão a crescente oferta de diárias através das plataformas digitais que concorrem desigualmente com a hotelaria por não terem a mesma carga tributária e não estarem submetidos a mesma regulação; a insuficiente conexão aérea, fundamental para trazer os turistas a um polo situado a cerca de 2.000km do principal mercado emissor; capacidade ociosa média de 35%; e outras deficiências em infraestrutura e segurança. “A disputa pelas rotas domésticas é intensa e de fundamental importância para o destino, e passa pela negociação de instrumentos e incentivos tributários.  Nem sempre o movimento de aeronaves e passageiros reflete o potencial turístico da região, como mostra o caso de Recife nos primeiros 11 meses de 2024 (8,8 milhões) ter ultrapassado o número de passageiros de Salvador (6,7 milhões)”, enfatiza Wilson Spagnol.

Lavagem do Bonfim

A Lavagem do Bonfim é uma data estratégica para o turismo. A festa acontece no momento em que a rede hoteleira de Salvador espera uma taxa de ocupação superior a 70%.

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Lavagem do Bonfim atrai turistas para a capital da Bahia

Segundo o diretor de Comunicação e Marketing da ABIH-BA e ex-presidente da entidade, Luciano Lopes, a Lavagem do Bonfim une turismo, cultura e fé. “Temos uma das maiores festas religiosas do Brasil, que acontece há mais de dois séculos. Todos os anos, Salvador atrai centenas de milhares de baianos e turistas do mundo inteiro para curtir. A cidade não é apenas turismo de sol e praia. Nossa diversidade vai muito além, pois temos também o turismo histórico, cultural, religioso, gastronômico, de negócios e muito mais”, afirma Luciano Lopes.

Expectativas 2025

Para a vice-presidente da ABIH-BA, Liliane Pinheiro, a hotelaria está muito otimista para o ano de 2025, pois todos os polos turísticos da Bahia estão sendo muito procurados pelos viajantes que buscam o descanso de sol e praia, mas também à diversidade cultural e histórica que a Bahia oferece. “O trade está muito confiante, pois Salvador e a Bahia como um todo têm se requalificado no que se refere a parte turística, tanto na questão corporativa, como na questão de lazer. Muita coisa nova está acontecendo. Na capital baiana temos os museus e centros culturais, enquanto que no interior temos diversas rotas turísticas, inclusive o enoturismo, que envolve as vinícolas, por exemplo em Mucugê. Então acreditamos que a força do produto turístico Bahia vai favorecer o aumento na demanda por viagens”, destaca Liliane Pinheiro.

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Os números do desempenho hoteleiro de Salvador aqui divulgados são frutos da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH Bahia e Brasil. O levantamento é digital e os dados são fornecidos diariamente pelos hotéis ao Portal Cesta Competitiva. A média resultante constitui o indicador para avaliar a evolução da atividade de hospedagem na capital baiana.

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Denise Bertola

Denise Bertola é Repórter da Revista Hotéis

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