Opinião

A força dos Hotéis Independentes

Luiz Arthur Medeiros*

 

Em levantamento feito pela Jones Lang Lasalle Hotels, em conjunto com o FOHB – Fórum dos Operadores Hoteleiros no Brasil, além dos dados sempre úteis sobre as perspectivas de crescimento quantitativo e qualitativo no setor hoteleiro, pudemos novamente perceber uma realidade ainda bastante significativa em nosso País na qual, creio eu, devemos nos debruçar de maneira mais atenta.

 

Tais números mostram que apesar de hoje as operadoras e administradoras hoteleiras contarem com cerca de 27% do total de UHs disponíveis em nosso País, elas são apenas uma fatia consideravelmente menor de empreendimentos hoteleiros, cerca de 8%, para ficarmos em números redondos. A primeira e mais óbvia análise que se pode fazer é que, basicamente, os maiores empreendimentos hoteleiros do Brasil, hoje estão na mão de operadores e administradores profissionais, e isso é sempre bom.

 

Mas vamos olhar para o outro lado deste dado, traduzindo esta notícia assim: “92% dos hotéis no Brasil são administrados de maneira independente, muitos ainda sob conceitos já um pouco batidos da hotelaria familiar, e outros tantos sem as mínimas condições necessárias de acompanhamento de resultados, por falta de uma gestão profissionalizada”

 

No meu caminho de consultor, tenho encontrado empreendimentos que simplesmente não tem ideia do seu faturamento, do seu lucro, ou sequer se têm algum lucro. E esta é que é a realidade da hotelaria hoje no País. Vamos sair dos grandes centros urbanos, vamos sair dos grandes pólos de atração turística e o que sobra em termos de hotelaria?  Quantos relatos ouvimos de pessoas que viajaram a lugares paradisíacos, mas o hotel era ruim, com serviço desleixado, comida ruim, quarto cheirando a mofo? Quantas vezes eu próprio visitei hotéis e pousadas de praia e deparei com a família do dono, e ele próprio se refestelando na piscina?

 

As administradoras e operadoras hoteleiras são essenciais para o desenvolvimento do mercado hoteleiro, pois elevam o padrão de atendimento, pagam salários melhores, atuam com responsabilidade trabalhista e social, mas é errado cultivar a cultura de que apenas elas podem proporcionar empreendimentos competitivos, saudáveis e mais importante, memoráveis; e são poucos os hotéis independentes que enxergam desta forma.

 

Não importa qual o tamanho de seu hotel, não importa a localização, não importa a época do ano. Executem a gestão profissional. Tenham em mente que as notícias sobre o desenvolvimento do País vão passar pela sua janela e não vão parar na sua porta se você não entender que você pode ser parte destas notícias, bastando para isso ser profissional, competitivo, justo.
Os independentes são 92% dos empreendimentos. É muita coisa, um volume enorme de hotéis, pousadas, pequenos resorts, hotéis fazenda. É um contingente enorme que sozinho pode engrandecer ou afundar a imagem que o hóspede fará da nossa hospitalidade, da nossa capacidade de receber bem, e lucrar com isso.

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