Direto de Foz do Iguaçu (PR) – A 13ª edição do ADIT Share, maior fórum sobre multipropriedade e timeshare da América do Sul, que acontece no Bourbon Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR), iniciou o seu segundo dia com o seminário “O futuro da propriedade compartilhada no Brasil: como manter o mercado saudável e cobiçado”. Os palestrantes convidados foram Carolina Pinheiro, VP Development Latin América da Wyndham Hotels & Resorts; Wellington Estruquel, Conselheiro de administração da My Mabu, Owntime, Brava Mundo e Thermas de São Pedro; Alejandro Moreno, CEO da Trul Hotéis (moderador); e Ronaldo Costa Beber, CEO da Gramado Parks.
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O painel abordou temas referentes aos próximos passos relacionados à multipropriedade em terras brasileiras, através do ponto de vista dos profissionais deste mercado.
Carolina Pinheiro contou um pouco de como o segmento de propriedade compartilhada se iniciou no Brasil, e de como essa área cresceu e hoje consegue evoluir no País. “A equipe de vendas e as melhores empresas que fazem consultorias de vendas foram essenciais para esse crescimento”, ela ressaltou. “É importante lembrar ‘as dores do passado’ e saber que tivemos um aprendizado ao longo do tempo. Eu acredito nesse modelo de negócio, é uma equação que faz sentindo para quem está vendendo e para quem compra. Vale lembrar que o investimento é o ponto mais desafiador, pois as taxas de juros são muito altas e preocupantes. Estamos em um segundo ciclo da multipropriedade, onde precisamos entregar mais do que foi prometido para os clientes”, comentou Estruquel. “Precisamos colocar o cliente no centro do negócio, parece um desafio simples, mas muitas vezes isso acaba não acontecendo”, complementa.

Falando sobre o que será feito de diferente no futuro, Ronaldo Beber disse que a indústria está passando por um momento de consolidação. Lembrou ainda que fazer um investimento a longo prazo é um desafio grande. “Agora o desafio é como entregar mais do que o prometido na sala de vendas de multipropriedade para os clientes. Cada vez mais a hotelaria e a comercializadora precisam estar presentes para saber o que esses clientes precisam e querem. A Gramado Parks vem investindo em hotelaria e também enxerga o cliente da propriedade compartilhada como prioridade e busca entender tudo o que ele deseja”.
O êxito da operação no futuro vai ser a transparência com os proprietários, segundo Pinheiro. Para ela, os produtos de multipropriedade e timeshare foram feitos para o uso, e uma troca de intercâmbio – através da RCI, e que é preciso fazer com que o cliente de fato use esse produto que adquiriu. “A aprendizagem do comprador é muito importante, temos que ‘catequizar’ o cliente nesse sentido, mostrar todos os detalhes da operação, para que ele entenda todas as diferenças dos modelos de negócios”, disse Wellington.

Atualmente, as pessoas ficam em média 3,8 dias nos empreendimentos e viajam mais, de acordo com Beber. “Vale destacar também que faz mais sentido vender produtos vinculados ao entretenimento e gastronomia, onde estamos investindo fortemente”, revela.
Alejandro Moreno levantou o tema de mão de obra para que os painelistas expressassem suas opiniões sobre essa questão. “Na hotelaria, um dos grandes desafios é que o home office não é possível ser feito. Então, precisamos ser criativos. Um exemplo é a falta de pessoas que trabalham como camareiras nos Estados Unidos. Já no Brasil , essa situação está um pouco melhor, mas ainda não é o ideal. Precisamos identificar o funcionário perfeito para aquele tipo de trabalho e pessoas que realmente gostem de trabalhar com ‘gente’”, reforça Carolina. “As pessoas não querem mais a escala 6×1, o desafio é buscar pessoas que estão dispostas a trabalhar na dinâmica da hotelaria e, consequentemente, da multipropriedade e timeshare”, conta Estruquel. Na visão de Ronaldo Beber, o objetivo é o profissional fazer uma carreira na sala de vendas da propriedade compartilhada. “Já na hotelaria, Gramado, por exemplo, é uma cidade com um custo de vida alto, então há uma dificuldade para trazer esses profissionais. Buscamos também os colaboradores de cidades próximas. E uma medida importante é fazer com que as pessoas tenham senso de pertencimento e importância, além da questão da remuneração”, afirma.

Falando mais sobre entretenimento, Beber comentou que o ideal é ter parques atrelados aos hotéis e ter um acompanhamento do cliente em sua jornada num empreendimento hoteleiro e de propriedade compartilhada. “O entretenimento tem que ser a grande âncora da multipropriedade. Também acredito nos nichos de marcado, eles fazem bastante sentido para o futuro do mercado”, pontua Wellington. “Esse nicho de mercado é entender a conceituação do produto. O nicho envolve toda a arquitetura do projeto, desde o seu início, são pequenos detalhes que fazem a diferença”, diz Carolina Pinheiro.

Para concluir o seminário, o tema tecnologia foi proposto para debate através de uma pergunta do público presente. “Temos que investir em tecnologia. Acredito que vai ter uma revolução no nosso meio por conta da IA – Inteligência Artificial, temos que entender como aplicar essa ferramenta a nosso favor”, conclui Estruquel. “A tecnologia vem para acabar com a burocracia nesse segmento. Usar a IA para entender o comportamento do cliente e entender o seu respectivo perfil e consumo de lazer, para que possamos ser mais assertivos”, finaliza Beber.
A Revista Hotéis é media partner do ADIT Share 2025 e a equipe de reportagem fica hospedada no hotel Viale Cataratas.
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