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Segurança contra incêndios é tema de palestra no Fórum de Segurança Hoteleira

A tarde do Fórum de Segurança Hoteleira foi iniciada com a palestra “Segurança contra incêndios em meios de hospedagem – Legislação e Métodos”, ministrada pelo Coronel PM e Coordenador do Comitê de Segurança em Turismo e Hospitalidade da ABIH/SP — Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo, Adilson de Toledo Souza. O evento reúne hoteleiros e demais profissionais do segmento nesta quarta-feira (23) no Club Homs, na Avenida Paulista.

O Coronel abriu o ciclo de atividades da tarde fazendo uma análise sobre os temas debatidos pela manhã. Citou que muito se fala do contexto vivido no Brasil e em crise econômica, pontuando que a crise é, na verdade, moral e ética, situações que agravam o momento atual. Relembrou que falar de segurança é falar de um assunto que não é considerado importante por representar custo e isso faz parte da cultura do Brasil. “Quando você chega com um projeto de segurança em um empreendimento, a primeira coisa que o CEO pergunta é: quanto vai custar? Isto é um erro”, disse.

Adilson afirmou que o assunto segurança é algo que deve englobar todos os envolvidos no funcionamento das organizações, mas não pode ser debatido sem alguém da área. “Segurança é sobretudo processo. A partir do momento que todos souberem o que é insegurança dentro do seu departamento, do seu metiê, 80% dos problemas de segurança serão resolvidos”, acredita.

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O tema segurança é um tabu e falar sobre ele é quebrar o paradigma de que só se falar no assunto quando se está precisando dela, não como prevenção. “Segurança é como futebol, todo mundo pensa que entende, todo mundo sabe a solução, por isso é necessário ter gente especializada na área para cuidar do assunto”. Adilton pontou que é do sistema hoteleiro brasileiro copiar modelos que dão certo em hotéis do exterior, “a realidade dos países estrangeiros não é a mesma daqui, não adianta copiar modelos internacionais”.

“Não existe incêndio grande, incêndio é fogo sem controle”

Foi com esta frase que o Coronel abriu a abordagem sobre incêndios de grandes proporçoes nos quais trabalhou e disse que “prevenção contra incêndio é evitar o incêndio”. Segurança contra incêndio é gerenciamento e muitas vezes contratar um consultor não resolve o problema se não houver investimento em ferramentas”. Quando hóspedes procuram um hotel, procuram conforto e tranquilidade, mas nisso deve estar envolvida a segurança, pois deve ser vista como um diferencial estratégico.

Dados de incêndio em hotelaria, moteis e similares mostram um pequeno número de ocorrências, mas vêm crescendo anualmente. Muitos empreendedores não tornam públicos os incêndio ocorridos pois isso impacta no negócio, como perda de clientes e de dinheiro, além de causar publicidade negativa. Mesmo assim, Adilson acredita que, No Brasil, duas normas que de fato se cumprem são a de segurança contra incêndio e segurança do trabalho, mas não por cultura e sim por causa da fiscalização, pois o funcionamento dos empreendimentos depende do alvará.

Ele falou ainda sobre a segurança ser vista como modismo. Há hoteleiro que instalam câmera em seu negócio, mas só porque em outros hoteis também instalaram, não levando em consideração a real necessidade de segurança do seu hotel. “Se no hotel acontece muitos afogamentos, de que adianta investir apenas em câmera? Para assistir a pessoa se afogando? As câmeras ajudam na investigação para saber se a pessoa caiu ou foi jogada, mas não impede o afogamento”, comentou.

Segundo Adilson, um dos problemas atuais é a adaptação da ocupação de prédio, pois o projeto não leva em conta as regras de segurança e acredita que a norma existente privilegia o prédio e não as vidas, por isso, ele diz que as escolas de engenharia e arquitetura devem melhorar o tratamento na questão durante o curso com foco na vida.

Sobre acessibilidade, ele pontua que mesmo o Brasil atravessando um tempo no qual o assunto é constantemente abordado, é necessário lembrar que acessibilidade não é só para cadeirante, pois há outras formas de deficiencia. “Segurança tem que estar no planejamento e as caracterósticas dos hóspedes devem ser levadas em consideração”, acredita.

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Sobre as Leis que tratam do segmento, Adilson abordou que há legislações sendo debatidas em âmbito federal e estadual, mas não avançam porque as suas aplicabilidades são indigestas, pois, além da aplicação de multas por parte dos Corpos de Bombeiro, exigem que cursos de engenharia tenham incluídos na grade seis meses de preparação sobre o assunto. “Portanto isso pode causar um problema, pois o efetivo de bombeiros é pequeno para tantos prédios irregulares como existem hoje e pode acontecer o que aconteceu em Santa Maria, no caso da Boate Kiss, sendo o bombeiro também considerado culpado”, acredita.

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