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Qualidade e Hotelaria não se misturam?

Artigo de Mario Cezar Nogales*

De tempos em tempos nos pegamos discutindo o que é qualidade na hotelaria e o que são os serviços, enxovais, equipamentos mínimos para atender a este quesito e já chegamos a discutir no trade a qualidade da ducha ou chuveiro, a necessidade de distribuição correta de agua quente, a diferença que faz um café da manhã apresentável, se devemos ter e cobrar o WI-FI, uma infinidade de questões básicas onde sempre aparece o demônio “custo” para atrapalhar a Hospitalidade.

Com todos estes “experts” discutindo esta qualidade de tempos em tempos vem a tona agora o quesito tecnologia já que utilizamos um sistema de distribuição de energia elétrica criada no século XIX onde conseguimos aprimorar desde então, mas nada de inovação de fato, nossa sociedade cada vez está mais “plugada”, mais “on-line” do que se imagina, basta tomar o metro de São Paulo e observar as cabeças baixas de um povo entretido com algo, sejam jogos, seriados, comunicação, etc. e muito recentemente vimos aqui na revista hotéis algo que já era previsto, tanto por minha consultoria quanto por outras consultorias pelo mundo, a recepção sem recepcionistas, ou seja, cada vez mais a automação vem substituindo processos.

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Como profissionais em hospitalidade nunca poderemos nos esquecer de seu princípio básico que é o de oferecer abrigo, segurança e conforto em nossa casa a um viajante ou a uma pessoa que necessite este serviço, ora, os gregos cortavam as cabeças dos responsáveis pelas estalagens olímpicas que maltratavam seus hóspedes! Mas hoje não precisamos cortar, literalmente, a cabeça do gerente do hotel, simplesmente o mercado assim o faz.

Outro quesito que é primordial no mundo hoteleiro é o de conhecer o seu concorrente, e o maior concorrente que qualquer hotel pode ter é a casa de seu hóspede, afinal de contas é la que estão todos os requisitos mínimos que ele espera encontrar nos meios de hospedagem e em se tratando de tecnologia, internet, estar “plugado”, se manter “on line” dois pontos estão barrando a maioria dos hotéis de entregar o que é de qualidade.

Um deles é a distribuição de sinal de WI-FI onde nas grandes capitais isto está mais ou menos sanado, o que não dá para comparar com Nova Iorque, Londres ou Hong Kong, mas isto já é uma questão política que somente veremos melhora se de fato o Brasil se tornar uma república.

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O outro ponto que se trata este artigo é a questão dos televisores, que, por uma questão de “custo” vem impedindo a hospitalidade de fato, veja bem, na casa de nossos hóspedes os televisores deixaram de ter apenas uma função, se transformaram em smarthtv, nela é possível não apenas assistir a programação da TV a cabo, e note que a discussão de qualidade sobre tv a cabo no trade foi a pouco tempo, mas também é possível acessar transmissões como NETFLIX, Amazon, Youtube, Facebook, Jogos, ou seja, uma infinidade de opções onde os televisores dos hotéis ainda não atendem já que são apenas televisores.

Há também um ponto que está também atrelado ao “custo” que são os tamanhos destes televisores, me parece que a maioria dos implantadores desconhece ou não quer saber sobre o que é tecnicamente viável ou possível, fisicamente, de ser instalado, vejam a tabela abaixo:

TamanhoDistância em metros
MínimaMáximaMédia
26 polegadas1,002,001,50
32 polegadas1,202,401,80
37 polegadas1,402,802,10
40 polegadas1,503,002,25
42 polegadas1,603,202,40
46 polegadas1,753,502,63
50 polegadas1,903,802,85
52 polegadas2,004,003,00

 

Em se tratando de meios de hospedagem, sempre devemos considerar a distância média, isto porque temos diferentes hóspedes, com diferentes idades e com diferentes necessidades, se utilizarmos a distância máxima com certeza aquele filme legendado… para muitos será um desagrado.

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Esta foi uma pesquisa que qualquer um consegue realizar em menos de um minuto e porquê então os implantadores não a realizam, eu me pergunto, e a única resposta que me vem é o afamado “custo”, afamado pois quem quer dar o melhor em hospitalidade o custo sempre atrapalha pois justamente a maioria dos televisores que são colocados nas unidades habitacionais são do tamanho de 32 polegadas. Considerando que as medidas dos quartos têm em média 3m x 4m e este equipamento é instalado na parede fica obvio que o hóspede vai ter uma experiencia ruim com relação à imagem.

Considerando tanto a qualidade com a smarthtv e a qualidade da imagem e distancia do mesmo equipamento fica obvio que nossa hotelaria parece que está protelando a sua principal atividade que é o de oferecer a melhor experiencia ao seu hóspede, e este, obviamente que percebe este pequeno detalhe, dai a questão preço/diária surge e o que ganha á aquele que tem o menor preço, afinal de contas, todos entregam o mesmo produto.

*Mario Cezar Nogales é consultor especializado em hotelaria e autor de sete livros publicados para o trade hoteleiro, saiba mais em www.snhotelaria.com.br

 

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Desbravador

Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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