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Linhas de crédito para a hotelaria é tema de debate em evento da GRI Brasil

A GRI Brasil, que faz parte de um clube global que reúne importantes lideranças empresariais de vários setores, promoveu agora há pouco seu tradicional café da manhã no hotel Grand Hyatt Morumbi. Diretores de renomadas incorporadoras, construtoras, redes hoteleiras e investidores estiveram participando deste evento para debater o tema de linhas de crédito de financiamento para o setor. Para isto, foi convidado para um debate Marcus Vinicius Alves, Gerente do departamento de cultura, entretenimento e turismo do BNDES que participou de um debate que foi moderado por Ricardo Mader, Vice presidente  da empresa de consultoria hoteleira JLL Brasil.

Ricardo Mader (JLL) e Marcus Vinicius Alves (BNDES)
Da esquerda a direita da foto, Ricardo Mader (JLL) e Marcus Vinicius Alves (BNDES)

Mader começou a mediação destacando que hoje as linhas de crédito para o financiamento da hotelaria vive um grande dilema. “O modelo de condo hotéis que foi a grande alavanca do setor e responsável por cerca do financiamento de 60% dos hotéis construídos nos últimos anos no Brasil precisa ser revisto. O modelo sofre com os impactos da atual conjuntura econômica e da fiscalização da CVM – Comissão de Valores Mobiliários que resolveu regulamentar um setor que até então desconhecia. Com isto, ficamos sem fontes de crédito no mercado”, enfatizou Mader.

O Gerente Alves começou sua explanação dizendo que em 2009 a linha de crédito do BNDES para a hotelaria era cerca de R$ 100 milhões anual, mas

surgiu a necessidade de criar uma linha de financiamento para o setor em razão da Copa do Mundo de 2014. Por isto, nasceu em 2010 o Procopa, um programa de incentivos visando a construção de novos hotéis com prazo total de 18 anos para amortizar o financiamento. “Até então, não existe um programa específico para contemplar o setor hoteleiro no Brasil e a linha de amortização era em torno de seis anos. O Procopa nasceu meio tímido, mas depois deslanchou e chegou a disponibilizar R$ 2 bilhões de investimentos. Questões ambientais foram inseridas neste programa de financiamento que foi um sucesso”, assegurou Alves.

Segundo ele, mesmo com o término da linha de crédito do Procopa, alguns hotéis ainda são beneficiados e citou o exemplo do hotel Grand Hyatt Rio de Janeiro que utilizou linha de crédito e deve entrar em operação no próximo mês de fevereiro. “Hoje já não temos mais condições tão favoráveis em relação a taxa de juros como as apresentadas no Procopa, mas certamente nossas linhas de financiamento são as mais atrativas e favoráveis no mercado”, garantiu Alves.

A Diretora presidente da Vert Hotéis, Erica Drumond esteva participando do evento e aparece na foto ao lado do Diretor da Hamam Development, Gustavo Hamam
A Diretora presidente da Vert Hotéis, Erica Drumond esteve participando do evento e aparece na foto ao lado do Diretor da Hamam Development, Gustavo Hamam

Garantias de empréstimo

E dos temas mais polêmicos levantados pelos participantes foi em relação as garantias exigidas pelo BNDES, consideradas como inacessíveis, mas Alves rebateu. “Eu coordenei cerca de 80% da liberação do financiamento dos projetos do Procopa e digo com propriedade. As garantias não foram fatores que travaram a liberação do empréstimo, pois o próprio terreno era a garantia. Uma coisa que muitos empresários do setor desconhecem e por isto criticam, é que o BNDES exige a fiança pessoal de quem realmente controla a operação e ela não é dispensada. Por isto, muitos fundos de investimentos que possuem em seus estatutos que não podem apresentar garantias, acabam não se enquadrando nas normas do banco e por isto, não conseguem o crédito.

Segundo ele, valor abaixo de R$ 10 milhões é via direta com os agentes financeiros e não passam pela aprovação do BNDES, somente os valores acima de R$ 20 milhões que exigem uma análise mais aprofundada, mas para incorporação o BNDES não financia.

O empresário Antônio Setin questionou junto a Marcus Vinicius Alves o papel do BNDES em relação a linha de crédito para a hotelaria
O empresário Antônio Setin questionou Marcus Vinicius Alves sobre a falta de linhas de crédito continuas do BNDES para a hotelaria

Descaso com o setor

O empresário do setor de incorporação e construção e um grande investidor hoteleiro, Antônio Setin tomou a palavra no debate e dirigindo ao Gerente Alves questionou. “O BNDES parece que não gosta de hotelaria, pois não financia o empreendimento em sua totalidade e se tiver produtos importados dentro dos hotéis, não estão sujeitos a linha de crédito. Na minha opinião, o BNDES deveria fazer projetos de financiamento perenes e não pontuais como o Procopa. A hotelaria é um setor de vital importância da economia e deveria ser visto com bons olhos como outros segmentos que são muitos privilegiados, como frigoríficos, que conseguem investimentos mais fáceis. Falta o BNDES começar a gostar da hotelaria”, questionou Setin.

Alves disse que montar um novo programa como o Procopa é algo muito complexo, pois é necessário uma grande articulação que envolve setores políticos e econômicos. “Hoje dispomos de linha de financiamento com as taxas de juros mais acessíveis do mercado e o prazo para amortizar o empréstimo está em torno de seis anos, o que consideramos como prazo ideal. A hotelaria sempre teve uma atenção especial, mas temos que atender também outros setores econômicos”, explicou.

Manoel Gama, Presidente do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil que era um dos participantes deste café da manhã, disse que a falta de linhas de crédito no setor hoteleiro é algo preocupante. Ele disse que pretende iniciar uma comissão de trabalho com os associados e empresas ligadas ao setor, para elaborar um estudo visando apontar algumas soluções para linhas de crédito e levar para análise ao BNDES. Alves aceitou prontamente a sugestão e disse que iniciativas como esta são bem saudáveis para o setor.

Este encontro serviu como uma prévia dos debates do GRI Hotéis, um grande evento que acontecerá entre os dias 18 e 19 de maio no hotel Pullman São Paulo Ibirapuera e que reunirá os grandes players do setor hoteleiro no Brasil. A Revista Hotéis é Midia Oficial deste evento. Acesse o link http://goo.gl/fD40II e veja maiores informações

Veja na galeria de imagens abaixo mais alguns dos participantes deste encontro.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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