FOHB e ABR analisam os desafios e as oportunidades do setor
Por Willians Glauber
Em painel durante o penúltimo dia da Equipotel 2016, a consultora hoteleira Gabriela Otto intermediou um bate-papo entre João Bueno, Diretor executivo da ABR – Associação Brasileira de Resorts e Orlando Souza, Diretor executivo da FOHB — Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil. No painel, Gabriela os questionou sobre diversos pontos-chave do atual momento de ambos os setores do mercado no Brasil. Os dois convidados analisaram os desafios e as oportunidades diante do momento econômico e político vivido no país.
Souza, por exemplo, reforçou que houve queda na taxa de ocupação em relação a 2015. A diminuição da receita e o aumento dos custos criaram um impacto dramático, nas palavras dele, no ramo hoteleiro.
O diretor da FOHB ressaltou que fica impossível as redes hoteleiras reduzirem os custos corporativos, pois elas necessitam manter uma estrutura de funcionamento já pré estabelecida por seus padrões.
Souza coloca que no ano de 2016 foi a primeira vez em cinco anos que o setor apresentou uma queda expressiva na taxa de ocupação. Ele afirma que há excesso de oferta e a demanda está decaída.
Tratando-se de quedas, Bueno também é categórico. O executivo da ABR apontou que entre 2014 e 2015 já houve quedas tanto na ocupação quanto na receita dos resorts e que no período entre 2015 e 2016 não haverá margem para um cenário diferente. Ele reforçou que os custos dos resorts são altos, justamente para manter a grande estrutura do empreendimento e o padrão de qualidade, e que eles aumentaram.
Para 2017, as expectativas, segundo o diretor da FOHB, é de que em março se inicie o processo de estabilização. Ao analisar os desafios, Souza acredita que o modelo de desenvolvimento dos hotéis precisa ser revisto, bem como as relações com investidores. Em suma, para ele o maior desafio é equilibrar os custos.
A oportunidade vista por ele está no bom aproveitamento das estruturas que já estão implantadas, aproveitar o que já se tem. O exemplo dado por ele foi o fluxo turístico criado no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, que hoje possibilitam melhor utilização de toda a cidade como suporte hoteleiro.
Sobre o próximo ano, Bueno também salienta que a melhora no índice de confiança no país projeta um término de 2017 com recuperação econômica. Ele enxerga o equilíbrio, entre custos com infraestrutura e maior geração de receitas com hospedagens, como um dos principais desafios do setor. E afirma que também há o desafio de se tornar atrativo para que maiores receitas sejam geradas.
A melhor oportunidade destacada por Bueno é a criação de experiências para os visitantes dos resorts, algo que faz parte da natureza desse setor e se transforma na chance ideal para fidelizar o cliente.
Outro aspecto levantado pela Gabriela Otto ao longo da conversa com Bueno e Souza foi a questão das vendas diretas e indiretas. Os três concordaram com o fato de que precisa haver uma preocupação constante para equilibrá-las, de modo que o fluxo vindo das vendas indiretas sirva para a criação de uma maior retenção dos clientes. Já que o contato direto e pessoal oferecido pelos hotéis é inviabilizado pelo trato virtual utilizado pelos intermediadores.
A Equipotel 2016 acontece no São Paulo EXPO de 19 a 22 de setembro, nela empresas e prestadores de serviços do ramo hoteleiro apresentam o que há de mais novo no setor.